Capítulo 4 - Ele é meu amigo

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   Procuramos por toda manhã aquele celular e ninguém conseguia achá-lo. O sol estava bem em cima das nossas cabeças o que complicava muito ter paciência. Ficamos sem saber o que fazer. O celular havia sumido e estávamos presos naquela ilha com o assassino de Lia. Agora que Amber estava consolando Lori, aproveito para ir caminhar um pouco pela praia. Peter estava estranho comigo, um pouco distante. Não queria dizer nada e nem cobrá-lo de qualquer coisa. Então achei que andar um pouco sozinha iria ajudar.

Havia algumas pedras na praia, onde as ondas do mar batia. Subi e sentei nelas. Noto alguém surgir atrás de mim e vejo que é o Sam.

- Posso me sentar? - pergunta ele em pé ao meu lado.

- Claro! - respondo mexendo em uma pequena flor que eu havia encontrado na areia.

- Faz alguma ideia do que está acontecendo aqui?

- Nenhuma! - respondo.

- Vi que tem algo rolando entre você e o Peter.

Fico sem dizer algo esperando ele concluir. Depois de uma pausa, ele continua.

- Sabe, ele é meu amigo. Mas não é de levar as garotas muito a serio. Ele só as usa e depois não quer nada. - diz ele olhando o mar.

Mesmo sabendo que aquelas palavras pudessem ser verdadeiras, eu não queria ouvir. Estava sentindo algo de verdade pelo Peter e a ideia de ele só estar querendo me usar machucava.

- Obrigado Sam, mas isso é entre ele e eu. - digo ao me levantar e voltar para o acampamento.

Eu sabia que Sam queria meu bem. Talvez por ser amiga de sua noiva, quis atuar como um irmão mais velho para mim. Mas eu precisava lidar com aquilo sozinha. Peter parecia ser alguém diferente, mesmo todos dizendo que ele não levava nada a serio. Só que eu parecia estar bem enganada. Vejo Amber e Peter conversando. Ele coloca uma flor entre o cabelo e a orelha de Amber que com vergonha, olha para baixo e sorri.

Como eu pude ser tão burra? Como pude mais uma vez me enganar? Eu só queria que tanto Peter como Amber deixassem com um piscar de olhos de existir. Eu não queria voltar para perto deles naquela hora, então entro na floresta. Caminhando entre aquelas árvores só consigo desejar sair daquela ilha estúpida e voltar para a minha casa. Ando, ando e ando só pensando em tudo o que havia acontecido. A morte da Lia deixou de ser pauta em minha mente quando o ciúme me tomou. Andei tanto para dentro da floresta que só fui reparar que estava perdida quando o céu antes azul, agora era cinza. Uma chuva estava para cair e eu não sabia em que direção andar. 

FayuOnde histórias criam vida. Descubra agora