Capítulo 5 - Tudo o que eu senti

16 4 1
                                    


   As árvores em minha volta eram muito altas, mas sem galhos baixos para eu subir e ver a direção da praia. Fiquei sem saber o que fazer. Então, permaneci parada por alguns instantes, até começar ouvir as gotas de chuva caindo sobre as folhas e por fim, em mim. Mesmo molhada, comecei pegar algumas folhas de palmeiras que encontrei no chão e as apoiei em mim como uma pequena cabana. Não adiantou muito, impediu apenas algumas gotas. Fiquei esperando a chuva passar para tentar encontrar o caminho de volta.

Depois de algum tempo a chuva cessou. Os raios de sol abriam espaço entre as nuvens. Agora eu precisava encontrar um caminho que me levaria até a praia. Começo andar em busca do som do mar ou de alguma voz amiga. Depois de alguns minutos ouço algo similar a passos.

- Tem alguém aí? - pergunto ao vazio.

Mas não ouço respostas. Volto a andar e ouço novamente passos, mas dessa vez, consigo ouvir com mais clareza.

- Galera, é algum de vocês?

- Holly, sou eu! - diz Peter.

Entre as árvores, logo consigo ver seu rosto.

- Peter! - digo tentando conter minha felicidade por não estar mais sozinha.

- Entrei na floresta para encontrar você e acabou que me perdi do caminho de volta. - diz ele e continua - Não está tão claro, mas ainda consigo ver onde o sol se põe e é para lá que precisamos ir.

Começamos a caminhar de volta ao acampamento. Fico como de costume sem saber o que dizer perto de Peter, então apenas ando. Eu não queria do nada, dizer que estava chateada e sentindo ciúmes.

- Você está estranha! - diz ele que caminhando em minha frente.

- Peguei toda aquela chuva e meu cabelo está horrível.

- Não disse estranha por causa da aparência, mas você está distante de mim. - diz ele sem olhar para trás.

- Não, você que está! - retruco.

Ele imediatamente ao parar, olha para mim e diz:

- Como assim? - diz ele franzindo a testa.

Era a hora de arriscar, eu seria clara com ele ou nunca conseguiria dizer tudo o que eu senti ao vê-lo mais cedo. 

- Você nem falou comigo hoje pela manhã depois que encontramos a Lia e vi você conversando com a Amber. Mas o que me deixou trite foi ver você dar uma flor a ela. Sei que não tenho o direito de te cobrar nada. - digo olhando em seus olhos.

Ele coloca sua mão em meu rosto e enquanto me acaricia diz:

- Sei que todos falam que não sou de levar nada a serio, mas não é bem assim. Eu gosto de você, de verdade! Aquela flor, foi só para ela se sentir melhor e você não deve ter visto, mas eu fiz a mesma coisa com Lori e Ayla. Holly, eu gosto de você!

Peter, segurou meu rosto e me beijou. Fiquei tão tranquila e feliz, por saber o que Peter sentia por mim. Ao mesmo tempo, me sinto uma boba por ter fugido para dentro dessa mata, ter me perdido e pegado essa chuva. Continuo a caminhar, agora segurando a mão de Peter. Finalmente, chegamos até o nosso acampamento. Não acho ninguém e como está escurecendo, não há nenhuma fogueira.

- Onde estão todos? - me pergunta Peter olhando dentro das barracas.

Olho em volta e ele me diz:

- Eles sumiram!

FayuOnde histórias criam vida. Descubra agora