07 - Reencontros importantes

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Itachi cresceu na área mais abastada de Washington tão logo seus pais fizeram fortuna na área da saúde e criaram residência na parte Nordeste da capital, num dos tantos bairros nobres da região. Ele entrou na avenida principal e então ganhou espaço para a rua que conhecia tão bem desde a infância, repleta de árvores bem cuidadas. A casa de seus pais ficava num terreno grande e arborizado e a primeira pessoa que ele encontrou ao circundar a área que dava até a entrada principal fora sua mãe. Ela lhe dedicou um sorriso triste, mas mantinha um semblante aliviado por vê-lo depois de meses.

- Meu filho. - Mikoto o tomou num abraço. - Que bom te ver.

- Oi mãe. – Itachi lhe dedicou um sorriso pequeno. - A senhora está bem?

- Suficiente. - Ela o afagou no rosto. - Seu pai é durão, você sabe. Ele não vai chorar mesmo na morte do próprio pai.

Itachi não esperava resposta diferente. Ele seguiu com a matriarca pela entrada principal e encontrou o pai na sala de estar. O homem estava sentado em frente à lareira desativada encarando qualquer coisa que nenhum dos outros dois saberia dizer.

- Pai?

Fugaku não respondeu de imediato. Ele se ergueu de sua poltrona aveludada e encarou o filho, que só então percebeu o copo de whisky pela metade. A expressão não dizia nada sobre como ele se sentia, bem como não indicava índices de bebedeira constante e Itachi não esperava nada diferente daquilo. O pai era rígido demais para qualquer tipo de sentimento mesmo que a situação fosse difícil e dificilmente perderia a compostura por conta de álcool.

- Deixe disso Itachi, era algo que poderia acontecer a qualquer momento.

- E isso por acaso me impede de dar um abraço no senhor?

Fugaku não negou. Ele estendeu os braços e acomodou Itachi sobre eles, recebendo da condolência e do sentimento do filho, mas também não chorou diante da situação. Há meses não via o filho mais velho e muito do que ele sentiu naquele primeiro momento foi sobre a ausência dele por tanto tempo do que pela perda recente do pai. Naquela situação delicada qualquer tipo de pensamento acerca do Projeto Alexandria foi ignorado pelo físico que se dedicou inteiramente aos pais.

...

- Ele sofria de demência há alguns anos e a saúde ficou muito debilitada depois do infarto. - Fugaku deu outro gole em sua bebida e deixou o copo sobre a base de prata em cima da pequena mesa a seu lado. Seu objetivo não era a bebedeira completa - Acredito que agora vá ficar em paz finalmente.

- É estranho dizer esse tipo de coisa, mas talvez tenha sido melhor assim. Era doloroso pensar que ele estava sofrendo numa cama.

- Nem todo o dinheiro do mundo é capaz de mudar certas coisas Itachi. Pelo menos não vamos precisar passar por toda uma burocracia sobre testamento e essas regras gerais. Dá para viver o luto da maneira correta.

Isso significava que Fugaku poderia chorar em algum momento e provavelmente sozinho ou apenas na presença de Mikoto. Itachi não contestou, deixaria o pai sentir as coisas da forma que melhor entendia então tentou lhe dar o apoio que podia naquela situação. Ao menos Fugaku tinha razão, algo que certamente não aconteceria seria algum tipo de briga sobre herança em dinheiro e outros bens materiais.

- O tio já sabe?

- Eu consegui contato com ele faz pouco tempo. Mas como não está em terra vai demorar para conseguir chegar até aqui, talvez só amanhã pela manhã.

- E ele vem direto pra cá?

O pai anuiu. - O velório vai ser no primeiro horário ainda cedo, talvez ele chegue pela metade da cerimônia. Faz tempo que não nos reunimos.

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