44 - No olho da tempestade

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Os marinheiros dos rebocadores, bem como do Fearsome Army, foram para os respectivos conveses da proa para ver o helicóptero ascender acima das nuvens e sumir por entre a tempestade. Os que comandavam os canhões e metralhadoras do navio de Madara as recolheram após o helicóptero sumir de suas vistas, para que então pudessem se proteger da chuva. Anthony e Henry ainda tinham um problema seríssimo por conta dos cabos cortados e precisavam resolver aquilo de alguma maneira antes que o Titanic virasse de vez para um dos lados e acabasse tombando sobre o oceano agitado, ou seja, seu trabalho não estava nem perto do fim. Apesar de toda a confusão com a tempestade, era impossível passar alheio para o movimento irregular do transatlântico enquanto sob a ação da natureza.

De dentro dele, Sasuke viu Madara ao longe uma última vez antes de cair na inconsciência por conta de um sedativo aplicado pelo médico. Seu corpo continuava dolorido e frio, seus pés formigavam com intensidade, mas o foco principal do médico era em seu braço. Madara e Andrews, da Aeronáutica, tentavam prender os cobertores novamente sobre as janelas, mas eles já estavam tão pesados por conta do acúmulo de água que acabaram se mostrando um tratamento paliativo bem ruim, pois não protegiam direito e parte da água ainda adentrava a Casa do Leme, bem como o vento que agitava o Titanic de estibordo para bombordo, mexendo com o equilíbrio de cada homem ali.

- Isso é o máximo que podemos fazer senhor. - Andrews parou próximo ao local onde Edward estava antes do ataque de Orochimaru. O equipamento com o qual entrava em contato com a Central de Meteorologia estava completamente destruído do lado de fora, jogado pela Ponte de Comando. - Espero que aguente pelas horas que virão.

- Eu também. - Madara retirou o rádio comunicador de dentro do casaco. Aquele era o de Sasuke, na verdade, pois o equipamento do Almirante também tinha sido destruído. - Thomas, é o Madara. Você consegue me ouvir?

Um chiado forte escapuliu pelo rádio. - Senhor. - A voz de Thomas era falha. - Escuto com alguns problemas. E o senhor?

- Aqui está dando interferência também. - Madara baixou o olhar para encarar Sasuke. Apesar de estar dormindo, o sobrinho mostrava um semblante perturbado. - Eu preciso da sua ajuda.

- Consigo escutar um pouco senhor. Está tudo bem aí? O senhor está bem?

- Dentro das possibilidades. O marco zero está encerrado, com isso preciso que vocês retomem o trabalho de cada navio. Nós estamos sem equipamento aqui no Titanic, tudo foi destruído com a invasão, por isso vou precisar que entre em contato com os rebocadores. Eles precisam passar os cabos pelo Titanic antes que a situação fique pior.

- Eu vou entrar em contato com o Poseidon e o Netuno senhor. E volto a falar com o senhor assim que tiver um parecer de ambos os navios.

- Obrigado. Por ligar nessa mesma frequência, foi o rádio que sobrou.

- Sim senhor.

Madara colocou o rádio sobre onde antes estava a mesa de controle de Edward. Acabou olhando para a maca totalmente coberta no processo, tentando não se deixar levar pela culpa enquanto seu equilíbrio era ameaçado pelo movimento bruto do Titanic. Ele se abaixou ao lado de Sasuke e passou a mão sobre a testa do sobrinho, sentindo a quentura que acumulou sobre a palma.

- Ele está com febre.

- Sim senhor. Eu vou imobilizar o braço primeiro e depois aplicar a medicação para lidar com a febre.

O médico abriu a parte de cima do uniforme de Sasuke, retirando a jaqueta branca e deixando apenas a camisa. Madara o ajudou no processo de retirar a segunda peça e com muito autocontrole conseguiu passar aparentemente alheio ao inchaço na área do cotovelo e do ombro do sobrinho. O médico passou uma faixa por cada parte lesada e depois vestiu a camisa em Sasuke novamente, passando a jaqueta branca por cima, então colocando o braço sobre o tronco e por fim uma tala preta por cima.

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