22 - Maiores esclarecimentos

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Kabuto caminhava tranquilamente por outra biblioteca da capital, longe da última em que estivera para não despertar qualquer tipo de suspeita desnecessária. A disposição do salão era parecida com a do edifício anterior, no entanto, e ele seguiu por um corredor não muito extenso antes de atingir o espaço maior onde duas pessoas cuidavam de tudo por trás de um balcão de madeira. Dessa vez uma garota e um rapaz que administravam o local e conversavam sobre qualquer coisa sem importância quando Kabuto passou por eles, seguindo caminho até uma das prateleiras mais distantes. Ali existiam livros diversos sobre todos os Deuses da Mitologia Egípcia, dos quais o Oficial tomou um em mãos, em uma cena parecida com a de dias antes.

O informante se encontrava próximo ao fim do corredor, de onde também se munia de alguma literatura específica, que ocultava parte da pasta de papelão que fora passada de volta à Kabuto, onde o mesmo misturou junto da que trazia consigo para não causar qualquer tipo de impressão errada. Ele a tomou sem pressa e continuou folheando o livro em suas mãos, numa história sobre o passado de seu país que já tanto conhecia.

- Está tudo registrado aí, o relatório que veio dos Estados Unidos e o último feito pelos arqueólogos em Alexandria. O diário não foi recuperado.

- É certeza se tratar de um diário?

- Sim. O secretário de defesa comentou sobre o Almirante ter tomado todas as providências para manter o exemplar consigo, mas existem suspeitas bem justificadas que foram anotadas. Acredito que o Capitão gostará de saber sobre elas.

Kabuto não excedeu a conversa, receoso de que alguém próximo pudesse ouvir. Ele pegou dois livros, dos quais fez anotações numa folha que trazia consigo, de modo que as pessoas próximas àquela estante pudessem ver seu trabalho, e só então saiu dali, trocando um cumprimento bem rápido com os dois recepcionistas. O peso da pasta recebida parecia maior daquela vez, o que trouxe alguma esperança ao Oficial de que as coisas pudessem caminhar numa direção reta e não mais em círculos, mas tudo dependeria daquele relatório mais extenso.

Isso envolvia claro, sua própria relação com Orochimaru, que poderia ser gentil o suficiente enquanto houvesse alguma utilidade para si, o que tornava o contato entre ele e o Oficial mais delicado, considerando que qualquer coisa que não parecesse justificada o suficiente poderia ser de irritação por parte do Capitão. Diante disso ele até gostaria de verificar as informações que estava levando ao homem, mas não tinha tempo para tal e um maldito selo de cera impedia que ele fizesse isso sem acusar a si próprio.

Por isso, quando alcançou o escritório do Capitão apenas lhe entregou a pasta recebida anteriormente sem dizer qualquer coisa. Orochimaru retirou dali um envelope selado com cera vermelha e um bloco de pelo menos dez folhas. Kabuto permaneceu de pé em frente à mesa apenas analisando a feição indecifrável do homem para o qual trabalhava.

- Você leu isso Kabuto?

- Não senhor. Eu apenas recebi e trouxe imediatamente.

Um dia bonito se desenhava do lado de fora da janela. Kabuto ficou olhando naquela direção enquanto Orochimaru dava atenção para os relatórios.

- Aqui diz que os estudos foram finalizados nas Catacumbas de Kom el Shoqafa, e ao que parece, o tipo de marca na pedra foi feito por ocidentais. Você entende o peso dessa descoberta e de tamanha profanação em nossas obras antigas?

- Certamente que sim senhor. E acredito que possa ter alguma relação com o que foi dito anteriormente sobre o tal diário do Almirante da Marinha dos Estados Unidos.

- Sim. - Orochimaru estendeu uma foto para Kabuto. - Veja essas ferramentas. Uma marca claramente desses Americanos intrometidos.

O Oficial arregalou levemente o olhar. Na fotografia havia uma espécie de bolsa desgastada com ferramentas de mineração e um nome impresso sobre elas da qual era possível ler Woff & Brothers.

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