O universo que habita em mim.

Uma carta ao inferno.

Querida ansiedade,
você me faz companhia
nos dias mais frios,
nas noites mais silenciosas.
Abraça o meu coração
como ninguém
e me faz querer gritar. 

Querida ansiedade,
quando a semana está se iniciando
você caminha até mim, 
soprando em meu ouvido
frases sem sentindo
fazendo minha minha mente
se tornar alvo de suas mentiras.

Querida ansiedade,
todos os dias somos apenas nós duas
e quando alguém tenta se aproximar,
você encontra mil e uma maneiras
de estragar tudo.
Porque você é possessiva
e o seu ciúmes é doentio e incontrolável.

Querida ansiedade,
todos os dias eu te mando embora,
mas a sua insistência é maior
do que a minha covardia.
Eu perco as forças,
te deixando ficar
pra substituir a minha solidão.  

Querida ansiedade,
não existem palavras o suficiente
pra descrever o quanto você
me torna tóxica.
O quanto esse relacionamento abusivo acaba comigo.
Fragmentando cada camada
do meu ser,
me fazendo definhar de uma maneira
que nem o meu próprio pó quer ficar.

A cegueira incomoda
e os gritos não param.
Você é feita pra ser sentida,
sem descrições e sem sinopse.
Eu espero que um dia,
eu possa florescer
e te abandonar.

Mas a partir de hoje,
minha querida ansiedade,
quem está comandando
essa nave sou eu,
e você nunca mais.