Filha de mãe solteira,
justiceira,
que não teve oportunidade.
Sangue de nordestinos na veia,
que ganham a vida com honestidade.
5 horas da manhã estar de pé,
acordar cedo pra trabalhar.
Sentir o ônibus chacoalhar,
trânsito caótico
e confusão na sociedade.
Pão na mesa, o cheiro do café subindo,
PARABÉNS:
é a periferia que acordou primeiro
e já está na rua,
não a burguesia,
essa é a verdade nua e crua.
Estudar em dobro pra ser gente
e não basta ser inteligente,
tem que batalhar.
É a elite querendo amedrontar o pobre,
ameaça tirar os nossos direitos
não é culpa minha se não sou nobre,
mas não vai ser agora que vai nos parar.
Negra, mulata, bombom.
Se não é a minha cor
é bandida,
traficante,
escrava da comunidade.
Até quando isso vai continuar?
O governo obrigando a produzir dinheiro,
mas se sou mulher ganho menos que o meu parceiro.
E se for pra falar de oportunidade,
não foi dada pra que precisa.
É a dona de casa indecisa,
se come ou paga as contas.
A desigualdade predomina.
Essa é a minha realidade
e só ver quem não quer,
quem tem dinheiro se finge de cego
e nos tratam como um qualquer.
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O universo que habita em mim.
PoesíaPoemas e textos. Tentando me encontrar nesse meu universo. Livro completo. Segundo livro: AS GALÁXIAS QUE HABITAM EM MIM. PLÁGIO É CRIME. DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS. © #11 em poesia. #2 em poemas.