Revolta sobre a minha realidade, desigualdade social.

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Filha de mãe solteira,
justiceira,
que não teve oportunidade. 
Sangue de nordestinos na veia, 
que ganham a vida com honestidade. 
5 horas da manhã estar de pé, 
acordar cedo pra trabalhar. 
Sentir o ônibus chacoalhar, 
trânsito caótico
e confusão na sociedade. 
Pão na mesa, o cheiro do café subindo, 
PARABÉNS: 
é a periferia que acordou primeiro
e já está na rua,
não a burguesia, 
essa é a verdade nua e crua. 
Estudar em dobro pra ser gente
e não basta ser inteligente, 
tem que batalhar. 
É a elite querendo amedrontar o pobre, 
ameaça tirar os nossos direitos 
não é culpa minha se não sou nobre,  
mas não vai ser agora que vai nos parar.
Negra, mulata, bombom.
Se não é a minha cor
é bandida,
traficante,
escrava da comunidade.
Até quando isso vai continuar? 
O governo obrigando a produzir dinheiro, 
mas se sou mulher ganho menos que o meu parceiro. 
E se for pra falar de oportunidade, 
não foi dada pra que precisa.
É a dona de casa indecisa, 
se come ou paga as contas. 
A desigualdade predomina.
Essa é a minha realidade
e só ver quem não quer, 
quem tem dinheiro se finge de cego 
e nos tratam como um qualquer. 



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