CAPITULO 4

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Era manhã de terça-feira, exatamente meio dia, faltando quinze minutos para o almoço, quando a secretaria bateu na porta e entrou no escritório de Sebastian com alguns papeis na mão.

- Senhor, aqui está o que me pediu. – A loira falava num tom calmo e baixo.

- Ótimo, o que encontrou? – Perguntou Sebastian a olhando.

- Coisas básicas, senhor. – Disse ela. Seu nome era Sophia Reis, tinha vinte e cinco anos, usava óculos de grau, era negra e alta. Seus cabelos encaracolados eram de um castanho escuro e tinha um corpo bastante corvino. A jovem era muito bonita.

- Pode dizer. – Disse ele.

- Tudo bem. – Falou baixo, olhou para o papel em suas mãos e começou a dizer em um tom mais alto para o chefe escutar. – Seu nome todo é Penélope Katharine Price, tem vinte e três anos, trabalha numa lanchonete e mora num bairro de renda baixa.

- Uhm... – Sebastian parecia pensativo. – Não há nada mais sobre ela?

- Não senhor.

- Ok, então quero que descubra onde ela trabalha. – Falou voltando sua atenção aos papeis que estavam em sua mesa.

- Sim, senhor. – Disse a jovem e saiu do escritório em direção a sua mesa.

Três horas mais tarde, Sophia deixou em cima da mesa de Sebastian o endereço da lanchonete em que Penélope trabalhava. Já fazia quatro dias e o rapaz não conseguia tirar da cabeça aquela garota. Ele queria tanto conquistá-la e a ter em seus braços. Ele a desejava de tal forma que até mesmo doía.

Na manhã seguinte, Sebastian levantou mais cedo e foi de carro para o escritório de advocacia, mas antes resolveu passar na lanchonete Comida Fresquinha. Quando chegou à mesma, não a encontrou, nem no caixa e nem atendendo aos pedidos, resolveu então esperá-la, sentou-se numa mesa um pouco afastada e fez seu pedido.

Naquela mesma manhã, Serena entrou correndo no vestiário da lanchonete, com um super sorriso nos lábios.

- Penélope, você não vai acreditar! – Falou quase gritando á ruiva.

- O que foi? – A morena perguntou amarrando o avental na cintura.

- O Moreno Perigoso... – Falou ofegante. – Está... Aqui!

- Serio? E o que tem demais?  - Pergunto Penélope se olhando no espelho. A morena parecia não se importar com aquele fato. Mas a verdade é que se importava. Seu coração pulsava de tal maneira que chegou a pensar que ele pularia pela sua boca.

- Você escutou direito? – Perguntou Serena a encarando seria, sem entender absolutamente nada. – O Moreno Perigoso está aqui! – A jovem soltou um gritinho agudo, entusiasmada. – Aposto que ele veio ver você!

Penélope riu. – Não fale isso, ele deve ter vindo comer. Agora vamos, temos que trabalhar. – Falou e puxou a amiga para fora do vestiário.

Depois de bater o ponto, Penélope foi até a cozinha pegar alguns pedidos. Levou panquecas com manteiga na mesa dois, três vitaminas de maracujá na mesa seis, sobrando assim o pedido da mesa oito: sanduíche natural e suco de laranja.

- Seu apetite é tão saudável que me assusta. – Falou de forma atrevida ao chegar à mesa oito. Tinha em seu lábio um enorme sorriso e seus olhos brilhavam. Então era verdade, Serena não havia mentido.

Sebastian que estava no celular trocando mensagens com sua noiva, largou o telefone na mesa e virou-se para a dona da voz que ele desejava há dias.

- Agora posso dizer que está me perseguindo? – Perguntou ela sorrindo. – Três encontros em menos de uma semana não deve ser coincidência. – Falou colocando o pedido em cima da mesa.

- Bom dia Penélope. – Disse Sebastian com sua voz sedutora. – Como vai?

- O que você está fazendo aqui? – Perguntou ela, ignorando a pergunta anterior do rapaz.

- Vim tomar café, é proibido? – Ele falava sem tirar os olhos dela.

- Não, mas é esquisito. – Ela riu.

Ele adorava o som de sua risada.

- Você esqueceu de me passar seu numero, sabia que só ia te encontrar aqui.

- Eu não esqueci. – A garota tinha nos lábios um sorriso provocador. – Só não quis te passar.

- E por que não? – Perguntou curioso.

- Minha mãe me ensinou a não passar o numero do meu telefone á estranhos.

- Boa menina. – Falou Sebastian.

- Agora se não se importa, preciso ir trabalhar. – Disse ela se virando. Sebastian levantou-se rapidamente e pegou em seu braço, fazendo-a parar.

Eles se olharam, sentiam seus corpos arderem em chamas pelo toque de pele com pele. – Você ainda não me passou seu telefone. – Sussurrou.

- E acho que continuarei sem passar. – Ela sorriu sem mostrar os dentes.

- Então terei que vir aqui todos os dias para conseguir falar com você. – Sebastian largou o braço da morena, mas continuou a encarando.

- Mas isso não significa que eu irei querer falar com o senhor todos os dias. – Penélope sorriu de forma provocante e voltou à mesa de pedidos.

Sebastian voltou a sentar-se e começou a comer, trocando olhares com Penélope sempre que ela passava por ele, rebolando.

E assim se seguiram os dias, Sebastian sempre ia a lanchonete tomar seu café da manhã e Penélope o atendia, eles trocavam palavras provocativas, mas nada que demonstrasse um real interesse da morena no rapaz, o que lhe deixava frustrado. Mas na terça-feira da semana seguinte Sebastian estava decidido a fazer algo sobre aquela garota. Não a deixaria mais o provocar e lhe deixar fora de seu limite.

- Garota, eu odeio trabalhar nesse lugar. – Disse Serena quando ela e Penélope saíram da lanchonete.

- Até que trabalhar aqui está sendo mais divertido do que pensei. – Disse a morena com um sorriso no rosto.

- Mas é claro! – O tom na voz de Serena era de malicia. – Tendo um cliente especial como O Moreno Perigoso, não é pra menos. – As meninas riram. – Falando nele... – Serena lançou o olhar para um carro estacionado em frente à lanchonete.

Sebastian estava encostado no seu carro, um BMW Zagato Roadster prateado, e continha uma expressão serena no rosto. Ele acenou para as garotas.

- Acho melhor você ir falar com o bonitão. – Falou a ruiva olhando para a amiga que estava parada, olhando fixamente para o rapaz. – Eu vou sozinha.

- Uhm, claro, até amanhã. – Falou ao notar que a ruiva já não estava mais ao seu lado.  Penélope caminhou com calma até o rapaz, mexendo os quadris de forma provocativa, e olhando ainda sem entender o que ele estava fazendo ali naquela hora.

- O que você está fazendo aqui? – Perguntou à morena. – Eu já te vi essa manhã.

- Eu sei. – Sebastian sorria como se estivesse aprontando. – E decidi que iria arranjar um jeito de pegar seu telefone.

- Acho muito difícil você conseguir. – Ela sorriu sem mostrar os dentes.

- Entre no carro e depois você me diz se vai ou não me dar seu numero. – Sebastian abriu a porta do carro para a garota, como um cavalheiro.

- E se eu não quiser ir? – Sua voz soou rouca e provocativa.

Ele sorriu para ela com malicia e disse: - Eu tenho muitas maneiras de fazer com que você entre nesse carro.

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