CAPITULO 11

1.5K 100 0
                                    

     Havia se passado um ano e Penélope havia decidido virar a pagina. Demitiu-se da lanchonete e voltará a estudar. Continuou de onde havia parado na outra cidade e agora cursava medicina veterinária na universidade de Thompson. Recebia uma mesada dos pais, que estavam a ajudando a pagar as contas. Saiu do apartamento em que morava e foi morar com a amiga Serena.

    Sebastian também resolverá mudar a sua vida. Decidirá ser homem de uma mulher só. Terminou seu caso com a linda Ashley, resolveu abrir seu próprio escritório de advocacia e a cada dia ficava mais rico que nunca. Chegou até mesmo a comprar uma casa na praia, que fazia com que lembrasse sempre de Penélope. Alias, nunca mais verá a morena. Resolveu parar de ir à lanchonete e contratou uma empregada para fazer seu café da manhã. Ele estava bem, vivendo um dia de cada vez e com tranqüilidade.

E mesmo com suas vidas prosseguido, não conseguiram se desprender do que os envolvia. Não se procuraram, mas estavam sempre nas lembranças ou na saudade imensa que ficava guardada. Talvez o que sentissem um pelo outro fosse paixão, desejo ou amor. Vai saber também...

Penélope tentou de todos os jeitos possíveis para esquecer cada beijo, cada toque, cada sorriso ou palavra trocada com Sebastian. Mas ele ainda continuará em seu coração, palpitando rapidamente toda vez que alguém pronunciava o nome do rapaz. Ela chegou até a deitar-se com outros homens e tocar outros lábios, mas não adiantava. No fim da noite, era nele que pensava e sonhava.

Com Sebastian acontecia o mesmo, sentia saudades da morena que fazia das suas manhãs uma eterna alegria e que com seu jeito menina, sempre travessa e provocativa, mas também tão doce e serena, o conquistou.

Era uma noite de abril, sexta-feira 13 para ser mais exata. Sebastian caminhava pela enorme casa e cumprimentava todos que por ele passavam. As mulheres o olhavam como predadoras e não era para menos. O moreno estava muito bonito fantasiado de pirata. Ao chegar ao pequeno bar, montado perto da piscina, pediu um copo de uísque.

- Sebaaaaaaaaastian. – Uma voz gritou atrás dele quando tomou em uma golada seu uísque. – Você veio. – A loira sorriu feliz.

Estava bonita fantasiada de Cinderela promiscua. O vestido azul ia até a metade do joelho. Tinha renda branca na borda e era tomara que caia. Usava também meias 7/8 e luvas brancas e um salto prateado. Seu cabelo loiro estava preso em um coque alto e alguns fios soltos. Sua maquiagem era forte, sombra prateada e preta e batom vermelho.

- Boa noite Sara. – Ele sorriu para a garota. – Você está encantadora. 

Ela o abraçou. – Eu sei. – Abriu um enorme sorriso. – Está gostando da festa?

- Você sempre sabe como agradar seus convidados. – Respondeu ao se soltar dos braços da garota.

- Daqui a pouco vamos cantar parabéns, então trate de ficar até o fim.

- Preciso terminar alguns relatórios.

A loira revirou os olhos. – Você trabalha demais. – E voltou a sorrir. – Deveria arranjar uma namorada.

- E você deveria assumir seu namoro. – A loira soltou uma risada alta, chamando atenção de algumas pessoas que estavam em volta.

- Assumo o dia em que você for atrás dela.  – Disse seria. – Todo mundo sabe que você não está feliz sozinho.

- Você deveria terminar de cumprimentar seus convidados. – O moreno tentou trocar de assunto.

- Uhm, claro. – Falou. – Obrigado por vir.

- Não tem de que. – Ele sorriu. – Um pedido seu é uma ordem.

- Você continua um mentiroso. – E lhe olhou dos pés a cabeça – E está gatíssimo nessa roupa também.

Os dois riram e a garota se foi.

Sebastian pediu outro copo de uísque para conseguir continuar a noite.

   Serena acordou assustada ao ouvir alguém tocando a campainha. Havia adormecido no sofá, enquanto esperava a amiga chegar. Ao abrir a porta, deparou-se com uma Penélope bêbada e vomitada.

- O que aconteceu com você? – A ruiva perguntou preocupada. Mas nada a morena a respondeu. – Porque não me ligou?

- Eu exxtava... me divertindo. – Penélope falava engraçado, trocando as palavras.

- Como chegou em casa? – Perguntou a ruiva, arrastando a amiga para o banheiro, colocando-a dentro do Box e ligando o chuveiro.

- Porque você fax isso cumigo? – A morena chorava.

- Cala a boca, é para o seu bem. – Disse braba. Odiava ver a amiga naquele estado.

Depois de dar banho na amiga, a fez tomar café e a colocou na cama. Quando acordou na manhã seguinte, perto do meio dia, Penélope estava horrível cheia de olheiras.

Saiu do quarto e andou devagar até a pequena cozinha. Havia um bilhete na geladeira, então o pegou e leu.

“Deixei café pronto na garrafa em cima da mesa e se quiser, tem lasanha de microondas na geladeira. Quando chegar vamos conversar sobre a noite passada, beijinhos Serena”

Penélope fez uma careta. Sabia que estava encrencada.

- Ei, ruiva. – Chamou-a.

- O que você está fazendo aqui? – Perguntou Serena quando chegou na manhã de sábado ao trabalho. Estava assustada por vê-lo ali tão cedo.

- Estou procurando a Penélope, sabe que horas ela vai chegar? – Sua voz estava rouca e baixa. Havia continuado o mesmo depois de um ano, apenas deixará o cabelo crescer e usava óculo escuro que escondia as enormes olheiras causadas pela noite anterior. Havia bebido demais.

- O que você quer com ela? – A ruiva parecia irritada. – Já não a machucou demais?

- Preciso falar com ela garota, é urgente.

- Sobre o que?

- Vai me dizer o que eu quero ou não? – Perguntou de forma ríspida.

- Continua o mesmo idiota. – Respondeu à ruiva. – E ela não trabalha mais aqui, se você quer saber. – Virou-se para caminhar.

- Espere. – Segurou no braço da jovem, sua voz soava desesperada.

- Fala logo. – Serena bateu o pé no chão repetidas vezes, impaciente.

Sebastian soltou um suspiro longo.

- Eu quero falar com ela. Preciso explicar algumas coisas e dizer que sinto sua falta. – Confessou e olhou para baixo. Serene o olhou desconfiada por alguns minutos. – Mas pelo visto você não vai me dizer onde posso encontrá-la.  – O moreno se afastou.

- Espera... – Serena gritou e o rapaz sorriu esperançoso. – Ela está na minha casa e se você for um babaca com ela, eu te mato!

A campainha tocava repetidas vezes, fazendo com que a cabeça de Penélope explodisse a cada toque agudo.

- Eu já vou! – A morena gritou do quarto. – Vocês não sabem esperar, puta que pariu! – Ela xingava. Caminhou devagar até a porta e ao abri-la o olhou paralisada, sem ter o que falar.

Clichê¹Onde histórias criam vida. Descubra agora