CAPITULO 3

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Sebastian ainda olhava para Penélope e voltou a repetir a pergunta.

- Eu posso me sentar com a moça? – Perguntou com seu melhor sorriso sedutor.

Penélope não respondeu, estava um tanto perplexa. Ele era real e estava na sua frente.

- Bem, vou aceitar isso como um sim. – Sorrio para a morena e se sentou na cadeira de frente para ela, logo pedindo ao garçom um uísque.

- Você está me perseguindo? – Perguntou ela o olhando de forma assustada e suspeita.

- Eu sempre venho aqui. – Sebastian sorriu de forma cretina antes de falar: – Está acompanhada?

- Estou, sim. – Respondeu olhando para a sua cerveja e a rodando entre seus dedos.

- E onde ele está? – Perguntou curioso. Ele desejava que o cara que a acompanhava fosse gay.

- Ele? – Penélope soltou uma risada, se divertido daquilo. Na verdade, era ela e deveria estar trepando.

- Qual é a graça? – Perguntou sorrindo, adorou ouvir o som da risada da menina.

- Você está pensando que é um homem? – Perguntou ainda achando graça.

- E porque não seria? Você é bonita e atraente. – Sorriu presunçoso. – Qualquer homem que está aqui a desejaria ter em seus braços.

- Isso é tão clichê. – Revirou os olhos e levantou o dedo em sinal de mais uma cerveja para o garçom. A morena voltou a olhar para Sebastian que tinha em seus lábios um sorriso divertido.

- Porque você acha isso? – Perguntou.

- Porque todo mundo sabe o que acontece depois de um elogio que se ganha num bar ou em uma balada. – A garota revirou os olhos. – Eu caio no teu papinho, você fala mais uma coisinha e eu te beijo, a gente se pega, você me leva pro banheiro e daí a gente vai dar uma grande foda e você não vai nem ao menos saber o meu nome no fim da noite. Você já deve ter feito isso antes.

O moreno riu, achando graça da situação. Nunca, jamais, uma garota lhe havia ousado falar aquelas coisas. Nem mesmo sua noiva. Do ponto de vista da garota, aquilo parecia ser realmente muito previsível. Clichê, na verdade, como ela falará.

- Eu posso falar para todas, mas nunca falei pra você. – Sebastian falava com seu jeito charmoso e irresistível. O que só fez a garota soltar outra risada.

- Você é tão cretino. – Penélope soltou uma risada, já um tanto leve por causa da bebida. Por não ser acostumada a beber, qualquer bebida com álcool que ingerisse lhe deixava tonta e leve, mesmo ingeridas em poucas quantidades.

- E você é bonita. – Falou charmoso.

- Seria legal se você trocasse de assunto. – Falou um tanto incomodada. Fazia muito tempo que a garota não sabia o que era ser elogiada e ter sua beleza como o centro da conversa lhe deixava nervosa. Já era muito conseguir falar com um homem hétero, que não fosse seu pai, por mais de dois minutos. Sebastian a olhou desconfiado, mas nada falou. Ela era diferente e ele sabia disso. O garçom voltou entregando para Penélope a cerveja e para Sebastian o uísque. - Você gosta de cerveja? – Perguntou ela, puxando assunto com uma voz mansa e suave. Aquela forma de fala chegou a surpreender o rapaz, que estava se acostumando com a garota ousada e atrevida de alguns minutos antes.

- Sim, porque não gostaria? – Perguntou Sebastian a olhando nos olhos. A garota sorriu tímida e colocou uma mexa do cabelo para trás.

- Sei lá. – Falou desviando o olhar para a cerveja e depois voltando para o rapaz. – Tem tanta gente esquisita por ai. Vai que o senhor seja um deles. – Ele sorriu achando graça.

- Não me chame de senhor, não sou tão velho assim. – Disse ele. – Qual o seu nome? – Perguntou.

- Penélope Price. – Disse a morena.

- Nome bonito, combina com você. – A morena sorriu sem mostrar os dentes. – Você é daqui?

- Me mudei recentemente. – Respondeu e bebericou sua cerveja.

- Veio de onde?

- Florência, conhece?

- Nunca ouvi falar.

- É uma cidadezinha no meio do nada.

- Porque se mudou?

- Cidade pequena, gente fofoqueira e acredite em mim, nada de interessante acontece lá. – A garota riu de sua piadinha intima. – E você? – Perguntou mudando o foco da conversa para o rapaz.

- O que tem eu? – Perguntou ainda divertido com a companhia da garota.

- Não acha que perguntou muito de mim e não disse nada de você?

Sebastian sorriu.

 Garota esperta.

- O que você quer saber? – Disse com calma e sedução na voz.

- Seu nome?

- Sebastian Bradon.

- Idade?

- Trinta e seis anos.

- Você é velho. – Falou a morena com graça. – No que trabalha?

- Sou advogado.

- Gosta da profissão que exerce?

- Sim, eu gosto e você está ficando chata com essa coisa jornalística. – Os dois riram achando graça.

- Desculpa, acho que estou empolgada demais por causa da bebida. – O celular de Penélope vibrou dentro da bolsa e a morena pegou para atende-lo, notando que já era quase duas horas e que sua amiga estava ainda desaparecida. Ao abrir a caixa de mensagens, se deparou com uma mensagem de Serena.  “Estamos indo embora gata, então largue o gostosão e venha pro carro.” – Turner.

- A conversa está muito boa senhor Sebastian, mas preciso ir. – Disse depois de ler a mensagem e pegando o dinheiro na carteira.

- Você não me deu o seu telefone. – Disse Sebastian vendo-a colocar o dinheiro em cima da mesa e depois se afastar.

- Não precisa. – A morena olhou para a porta do bar e viu a amiga com o sorriso malicioso abraçando o pescoço do tal “amigo” que havia lhes oferecido aquela deliciosa noite. E voltou sua atenção para o rapaz.

- Como vou te achar? – Perguntou.

- Nos esbarramos por ai. – A menina sorriu e se levantou, caminhando em direção a porta.

Sebastian olhou para a porta que a garota havia passado segundos antes e não conteve um sorriso. Ela havia se demonstrado ser encantadora.

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