Dia três: Mirante

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OLHA EU POSTANDO NO DIA CERTO!!!!!
ATENÇÃO: ESSE CAPITULO PODE CONTER ALGUM TIPO DE GATILHO, OK? ENTÃO SE SENTIR QUE TA FICANDO RUIM, APENAS PARA DE LER! ABRACE O TRAVESSEIRO, COMA CHOCOLATE.

~~~~~~NA~~~~~~  

Ainda era muito cedo quando Keith parou a moto ao lado de uma arvore ao pé do morro com estrada de terra batida quando percebeu que não daria para subir mais com ela. A estrada estava coberta de mato que se tornava mais espeço a cada metro até quase se fechar completamente em uma espécie de bosque, com apenas uma trilha traiçoeira que levaria ao mirante entre as folhas verdes e galhos tortos.

Ele olhou para cima em um suspiro ainda de capacete, o céu ainda não dava sinal algum do pôr do sol, permanecendo azul anil com poucas nuvens.

O rapaz desceu da moto com um bufar sabendo que havia se adiantado de mais, mas sua ansiedade para ver Lance o estava afetando tanto que ele simplesmente tinha que sair de casa, nem que fosse para esperar no mirante por uma hora sozinho, mas ao menos ia chegar antes de do cubano e teria tempo para se preparar mentalmente para quando o visse.

O caso era que seu plano parecia bem menos interessante dada a situação do caminho até o lugar do encontro.

Keith retirou o capacete e passou a mão no cabelo, o sacudindo. Das opções que tinha, nenhuma parecia realmente interessante, afinal, se fosse até o topo sozinho, sua moto ficaria desprotegida, se ficasse esperando por Lance ali, não poderia ter certeza que se portaria como uma pessoa normal, ainda mais se tiverem de seguir juntos pela trilha, em um lugar apertado que qualquer susto que Lance tomasse ele o agarraria... Keith mordeu o lábio e segurou o guidom da moto, a manobrando para perto de um arbusto e a escondendo entre ele e uma arvore baixa com galhos caídos, a camuflando.

Era melhor subir sozinho.

Caminhando por entre o mato e cortando alguns galhos com sua faca curvada de caça, Keith chegou suando no topo do morro, apoiando seu peso em uma arvore ao se inclinar para ela, se apoiando com o ombro e respirando em bufadas em busca de ar. Odiava pensar que era sedentário, o que não era o caso porque fazia aulas de luta duas vezes por semana, mas a noite anterior ainda estava deixando suas pernas moles e doloridas, o que dificultava e acentuava o esforço.

Quando se recuperou ele passou a mão pelo rosto, tirando o cabelo dos olhos e os colocando atrás das orelhas ao caminhar ainda com a respiração difícil até a cerca de madeira que persistia ali, mesmo que tivesse sido parcialmente comida por cupins e outros insetos, ficando cheia de buracos e lascas. Mas estava melhor do que ele esperava, de qualquer maneira. Keith deu de ombros e parou de frente a ela, se deixando apoiar os braços sobre a madeira transpassada e deixando que ela sustentasse seu peso ao sentir de olhos fechados a brisa leve contra seu rosto, refrescando seu corpo quente e suado.

Quando sentiu que podia respirar normalmente ele relaxou os ombros e abriu os olhos devagar.

A visão continuava a mesma de anos atrás, brilhante e aberta, onde se podia ver com facilidade a maioria das ruas porque a grande parte dos prédios ficavam na parte leste da cidade — que Zarkon chamava de "área residencial", mas que Keith sabia que ele chamava assim pois era onde os ricos e classe medias morava, deixando os pobres nas vilas na parte oeste, quase adentrando a mata próxima ao morro, sumindo da vista de quem olhassem do mirante que antes era o cartão postal da cidade. Era nítida a segregação criada por Zarkon naquele lugar, mas mesmo ciente disso... Keith não podia deixar de admirar. Era uma cidade histórica afinal, onde a maioria das casas ainda eram da época colonial nas ruas principais, se modernizando à medida que se afastavam do centro até que surgiam os prédios, dando a sensação a quem olhasse daquele lugar de que assistia a própria história se fazendo lá em baixo. Keith olhou para o norte da cidade, onde uma universidade se erguia em paredes que pareciam feitas de apenas vidro em um formato parecido com o de uma faca, reto de um lado e curvilíneo do outro. E se ele olhasse ao sul, o garoto podia ver o anfiteatro, baseado no próprio coliseu, mas estruturalmente menor, mas ainda assim, era um belo estádio de futebol.

Guillotine (NOVO)Onde histórias criam vida. Descubra agora