" Não há maneira de como não ir, com o jeito que estamos olhando um para o outro."
Elizabeth Tudor
Meio minuto foi o suficiente. Estávamos nas mãos dos soldados portugueses, rodeadas por suas espadas e sendo arrastadas para fora do quarto.
— Largue-nos, seus estupidos! Quem pensam que são para fazerem isto conosco? — gritei, me debati mas parei assim que senti a lâmina da espada contra a minha barriga.
— Nos soltem! Por favor. Guardas! — Mary gritou desesperada. Eles riram.
— Não só podemos como faremos, nosso rei precisa de uma rainha, mas porque levarmos uma quando temos vocês duas?
— Seus imbecis, se preparam para terem suas cabeças cortadas e expostas em praça pública para todos verem o quão podre são os homens do seu país! — falei com toda raiva que sentia, o homem suspirou pesadamente e então sua voz chegou rude aos meus ouvidos.
— Vai fazer conosco o mesmo que fizeram com a vagabunda de sua mãe, majestade? — Meu corpo gelou e eu paralisei por alguns instantes, aquele homem havia conseguido atingir a minha ferida mais profunda: minha mãe. Mary gritou desesperada, saí do transe quando ouvi outra voz.
— O que pensam que estão fazendo? — Phillip perguntou perplexo, ele tinha em suas mãos uma espada, assim como Francis ao seu lado, haviam homens armados também à sua retaguarda que eu esperava que fossem do seu exército.
— Soltem-as!Eles continuaram parados, sem mexerem um músculo.
— Não ouviram meu irmão, soltem elas imediatamente. — Francis disse em um tom ameaçador.
— Oh, vocês as querem? Lamento informar que não terão, o nosso rei as quer e ele as terá!, a rainha chorona e a rainha filha da vagab...
Chega! eu não iria esperar alguém fazer algo. Soltei meu braço do aperto daquele homem sem escrúpulos, o dobrei para trás de suas costas temendo que a qualquer momento sua espada me ferisse. Com toda força que havia em mim o chutei, ele cambaleou para trás e sua espada escapou de suas mãos. Corri imediatamente e a peguei sem sequer ao menos saber como usá-la.
Os guardas portugueses se prepararam para atacar, dei alguns passos para trás e Francis deu a ordem mandando os seus homens partirem para cima deles. Pararam de observar e agiram.
Avistei Mary entre o tumulto e a arrastei pela mão para o outro lado do corredor, um local seguro dentro das possibilidades já que lá havia só nós duas. Esperamos um tempo até Phillip, finalmente aparecer e nos informar que estávamos seguras.
— Seguras? Você só pode estar de brincadeira! — Mary exclamou inconformada. — Seu pai disse que daria uma de nós duas de bom grado se fosse necessário! E vocês concordaram!
— Eu não concordei em nada. – Francis se defendeu.
— Mas não discordou, foi um covarde. — ela disse. Francis deu um passo a frente indignado indo até Mary mas entrei na frente o parando.
— Pare aí mesmo, Francis. — respirei fundo. — Mary e eu pediremos mais homens de nossos países.
— Mas o rei... — Philip começou, mas eu o interrompi.
— É o mínimo que podem fazer depois do que aconteceu aqui, não contem nada a seu pai e pelo menos uma vez na vida usem sua vontade e não a dele. — Encarei Phillip que me encarou de volta.
— Farei isso. Escrevam suas cartas e eu pessoalmente mandarei um mensageiro de minha confiança entregá-las. Nosso pai não saberá de nada. — disse Francis.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Between Queens
RomanceMary Stuart, rainha da Escócia e Elizabeth rainha da Inglaterra, são primas e ambas são mandadas a França para cumprir suas alianças destinadas a elas desde crianças. Na corte Francesa provarão do amor ao ódio. Dá traição à vingança ao lado dos belo...