Capítulo 04

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" Não há maneira de como não ir, com o jeito que estamos olhando um para o outro."

Elizabeth Tudor

Meio minuto foi o suficiente. Estávamos nas mãos dos soldados portugueses, rodeadas por suas espadas e sendo arrastadas para fora do quarto.

 — Largue-nos, seus estupidos! Quem pensam que são para fazerem isto conosco? — gritei, me debati mas parei assim que senti a lâmina da espada contra a minha barriga.

 — Nos soltem! Por favor. Guardas! — Mary gritou desesperada. Eles riram.

 — Não só podemos como faremos, nosso rei precisa de uma rainha, mas porque levarmos uma quando temos vocês duas?

 — Seus imbecis, se preparam para terem suas cabeças cortadas e expostas em praça pública para todos verem o quão podre são os homens do seu país! — falei com toda raiva que sentia, o homem suspirou pesadamente e então sua voz chegou rude aos meus ouvidos.

 — Vai fazer conosco o mesmo que fizeram com a vagabunda de sua mãe, majestade? — Meu corpo gelou e eu  paralisei por alguns instantes, aquele homem havia conseguido atingir a minha ferida mais profunda: minha mãe. Mary gritou desesperada, saí do transe quando ouvi outra voz.

 — O que pensam que estão fazendo? — Phillip perguntou perplexo, ele tinha em suas mãos uma espada, assim como Francis ao seu lado, haviam homens armados também à sua retaguarda que eu esperava que fossem do seu exército.
— Soltem-as!

Eles continuaram parados, sem mexerem um músculo.

 — Não ouviram meu irmão, soltem elas imediatamente. — Francis disse em um tom ameaçador.

 — Oh, vocês as querem? Lamento informar que não terão, o nosso rei as quer e ele as terá!, a rainha chorona e a rainha filha da vagab...

Chega! eu não iria esperar alguém fazer algo. Soltei meu braço do aperto daquele homem sem escrúpulos, o dobrei para trás de suas costas temendo que a qualquer momento sua espada me ferisse. Com toda força que havia em mim o chutei, ele cambaleou para trás e sua espada escapou de suas mãos. Corri imediatamente e a peguei sem sequer ao menos saber como usá-la.

Os guardas portugueses se prepararam para atacar, dei alguns passos para trás e Francis deu a ordem mandando os seus homens partirem para cima deles. Pararam de observar e agiram.

Avistei Mary entre o tumulto e a arrastei pela mão para o outro lado do corredor, um local seguro dentro das possibilidades já que lá havia só nós duas. Esperamos um tempo até Phillip, finalmente aparecer e nos informar que estávamos seguras.

— Seguras? Você só pode estar de brincadeira! — Mary exclamou inconformada. — Seu pai disse que daria uma de nós duas de bom grado se fosse necessário! E vocês concordaram!

— Eu não concordei em nada. – Francis se defendeu.

— Mas não discordou, foi um covarde. — ela disse. Francis deu um passo a frente indignado indo até Mary mas entrei na frente o parando.

— Pare aí mesmo, Francis. —  respirei fundo. — Mary e eu pediremos mais homens de nossos países.

— Mas o rei... — Philip começou, mas eu o interrompi.

— É o mínimo que podem fazer depois do que aconteceu aqui, não contem nada a seu pai e pelo menos uma vez na vida usem sua vontade e não a dele. — Encarei Phillip que me encarou de volta.

— Farei isso. Escrevam suas cartas e eu pessoalmente mandarei um mensageiro de minha confiança entregá-las. Nosso pai não saberá de nada. — disse Francis.

 Between QueensOnde histórias criam vida. Descubra agora