26 de março, segunda-feira. 20:38 h.
SEMPRE QUANDO eu era criança observava a interação do meu pai e da minha mãe, e os achava tão romântico.
Não achava nojento como Guilherme achava, ou como Eliza faz uma careta quando sua mãe e seu padrasto ficam carinhosos um com o outro. Eu achava – e ainda acho – aquilo lindo. E sempre, desde pequena sonhei em encontrar meu amor verdadeiro. Um cara tão educado e elegante, igual um príncipe encantado, que iria me dar um beijo de amor verdadeiro e me levar ao nosso felizes e para sempre.
Claro que não sou mais tão ingênua assim, mas continuo acreditando no amor. Só que agora eu posso ver – ou melhor, sentir – o quanto ele pode machucar.
Sinto alguém apertar minha mão e olho para a minha melhor amiga que mexe os lábios sem emitir som: Tá bem?
Abro um sorriso fraco e assinto com a cabeça, ela morde o lábio inferior. Ela sabe que estou mentindo, mas não pode abrir a boca aqui.
— Vamos pedir a pizza? Tô morrendo de fome! – Eliza exclama, chamando a atenção dos dois garotos.
— E quando tu não tá?! – Guilherme provocou. Eliza mostrou a língua pra ele e pegou o celular. Todos ajudaram a escolher os sabores das duas pizzas famílias.
Depois de algum tempo Lucas e Christina voltam. Não os olho. Foco toda a minha atenção na garrafa.
— Quem quer girar agora? – Leonardo perguntou.
— Eu. – falo ainda concentrada na garrafa. Me estico e a rodo.
Ela fica rodando por um bom tempo, roda, roda, até que vai perdendo a velocidade até parar. Quando ela para de vez eu arfo. Ela está apontando para mim.
Levanto os meus olhos lentamente, até encontrar outro par de olhos, só que esses não são verdes sem graça, é de um azul profundo e acinzentado.
Lucas me encara e todo o meu corpo fica quente, desvio a atenção para Guilherme que está alcançando duas doses de vodca. Viro a minha e Lucas faz o mesmo. Ele se levanta e estende a mão pra mim. Reluto por alguns instantes, mas seguro a sua mão ele me puxa pra cima e me conduz até o corredor. Noto que Lucas ainda segura a minha mão e solto a dele rapidamente.
Ele acabou de passar essa mão por aquela garota e ele acha mesmo que pode segurar em mim?
Ele franze o cenho e eu aperto o passo para dentro do quartinho. Lucas entra e fecha a porta atrás de si, permanece um silencio constrangedor, acho que nunca me senti tão desconfortável na minha vida.
Ele se aproxima de mim e parece que meu coração vai sair pela boca de tanto que ele bate. Quando ele já está perto o suficiente murmura:
— Não precisamos fazer isso.
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Sol para Sofia - #1 | Concluído
Teen FictionSofia poderia ser uma "garota normal", se não fosse por um detalhe: Ela tinha uma doença que privara ela de qualquer contato com o sol e o mundo fora do seu quarto - ao dia. Depois de vários procedimentos médicos, ela finalmente poderá ter uma "vida...