Tudo parecia girar em câmera lenta.
— O que?! - eu, Leonardo e Lucas exclamamos ao mesmo tempo. Guilherme não se manifestou, estava ocupado demais olhando para a própria mão, acho que por ter bebido cinco shots.
— Não! - exclamei de novo. Leonardo, que estava com uma careta indignada no rosto, virou subitamente pra mim com um olhar magoado.
— Por que não?
— Como assim "por que não?"?! - indignou-se, Lucas. Não entendi o olhar mortal que ele lançou ao amigo.
— Porque você é meu melhor amigo. - respondi. Não era óbvio para todos que amigos não podem beijar outros amigos?! Ainda mais ele sendo o meu melhor amigo.
— Ah, vamos Sofia é só um selinho. - Eliza incentivou, com indiferença.
É, só um selinho. Um selinho que pode me confundir ainda mais.
Coloquei uma carranca no rosto e fui até Leonardo.
Depositei uma mão em cada lado do rosto de Leonardo, como Lucas havia feito comigo, e me inclinei pra ele.
Seu hálito quente bateu nos meus lábios, e eu passei a língua nos mesmos. Seria o meu primeiro beijo. E naquele segundo eu pude perceber que, e por incrível que pareça, eu não me sentia mal por ser com Leonardo.
Eu confiava nele, confia no meu melhor amigo.
Por isso, hesitante, fechei meus olhos e encostei os meus lábios nos dele.
Os lábios de Leonardo eram macios, e mesmo sendo só um rápido selar de lábios eu gostei dessa nova sensação. Quando eu iria me afastar, Léo segurou o meu queixo para me manter no lugar, fazendo o rápido encostar de lábios se tornar um beijo cheio de novas sensações, mesmo sem envolver nossas línguas.
Claro que era meu primeiro beijo e não podia julgar muita coisa, mas eu gostei. Gostei muito.
Me afastei, abrindo meus olhos e encontrando Leonardo com um pequeno sorriso de canto me observando, retribuí o mesmo sorriso, voltando para meu lugar.
Quando me sentei novamente no meu lugar todo o meu corpo estava quente, formigando, não sabia se era por vergonha, raiva de Eliza ou por ter gostado daqueles segundos.
Ficou um silencio pesado no lugar, até que Guilherme pulou em pé no sofá e gritou:
— Quatorze minutos no paraíso!
— Não seria sete? - perguntou, Eliza.
— Sete é jogo de criança. - respondeu, dando de ombros, já meio alterado, e se sentando no sofá novamente.
— Por mim beleza, mas tem menos meninas do que meninos. - Leonardo falou.
— Uma de nós vai com um a mais então. - Eliza falou despreocupada.
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Sol para Sofia - #1 | Concluído
Teen FictionSofia poderia ser uma "garota normal", se não fosse por um detalhe: Ela tinha uma doença que privara ela de qualquer contato com o sol e o mundo fora do seu quarto - ao dia. Depois de vários procedimentos médicos, ela finalmente poderá ter uma "vida...