Epilogo

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20 de abril, domingo

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20 de abril, domingo. 19:30 h.

MEU CORAÇÃO batia acelerado, suor escorria das minhas mãos, causado pelo nervosismo, e uma adrenalina percorria meu corpo.

Era uma sensação inebriante, uma sensação de rebeldia. Uma sensação eufórica e deliciosa. Eu estava adorando sentir isso, até mesmo com o medo misturado nessas sensações.

Leonardo não parecia estar sentindo o mesmo.

— Minha linda, você tem certeza? – perguntou receoso.

— Eu sempre tenho certeza, Leonardo. – respondi. Ele levantou uma sobrancelha me lembrando de quando fiquei indecisa entre ele e o nosso amigo. — Tá, na maioria das vezes eu tenho certeza.

— Pois eu não tenho. – ele respondeu, cruzando os braços e adotando uma postura séria.

— Você tem certeza sobre nós dois? – perguntei. Tinha que convencer ele rápido antes que Charles voltasse.

— Obvio que tenho, minha linda. – ele respondeu relaxando.

— Então você tem certeza sobre isso também. – ele soltou um grunhido.

— Tua mãe não iria deixar se teu tio não a tivesse convencido. – resmungou, se sentando na poltrona ao lado da minha. Dei de ombros.

— Pelo menos ele vem fazendo bem a ela. – uma careta de formou em meu rosto. — Até agora.

Descobri alguns meses atrás que a causa da morte do meu pai foi porque minha mãe iria o largar para ficar com tio Rafael. Ele ficou tão nervoso que provocou um ataque cardíaco nele, e não um AVC como eu sempre achei.

Quando os dois me contaram isso fiquei completamente revoltada. Parecia que ao me contar aquilo estavam matando meu pai novamente, mas depois de um tempo – bastante tempo –, eu resolvi perdoar. Não adiantava ficar mantendo mágoa, isso só iria ME fazer mal. Compreendi porque Rafael foi embora logo depois do velório, a culpa era muito grande. Também entendi porque papai não gostava da aproximação dele conosco, ele sempre desconfiou que mamãe sempre amou tio Rafael e que nós éramos filhos dele. Não éramos filhos dele, fizemos os testes. Nosso pai era mesmo João Valentin.

O que foi um grande alívio para mim, porque se fossemos filhos de tio Rafael nunca iria perdoar a minha mãe.

O celular apitou na minha bolsa ao meu lado, fazendo eu a abrir euforicamente. Rezando internamente que fosse uma mensagem dela. Mas não era.

Larguei-o de volta e me recostei na cadeira.

— Pela sua carinha, vejo que não era ela. – Leonardo comentou, apertando minha mão.

— Nunca é ela. – murmurei magoada.

— Acho que ela precisa desse tempo. Ela vai nos procurar, paciência.

Sol para Sofia - #1 | ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora