MEDICINE | 2jae

03. give me love

Segunda de manhã. Mais especificamente, hora do almoço.

Jaebum chegava em casa depois de uma manhã exaustiva na farmácia municipal, a qual comandava. Estacionou o carro em frente a casa, desceu e quando estava abrindo o portão, ouviu alguém lhe chamar.

Era o médico bonito.

- Jaebum, certo? - acentiu com um sorriso mínimo nos lábios. - Bom dia, está bem?

- Bom dia, Youngjae né? - prosseguiu ao ver o outro assentir. - Estou bem e você?

- Ótimo. Desculpa por me intrometer mas, você mora aqui? - o médico pareceu ficar envergonhado e Jaebum soltou uma risadinha.

- Sim e não. Meus pais moram aqui e depois do que aconteceu, você sabe, eu acabei voltando pra casa até arranjar algum lugar para mim.

- Ah, somos vizinhos então. - sorriu ao ver a cara de supresa do outro. - Moro aqui do lado. - apontou para a casa ao lado.

- Como é que eu nunca te vi por aqui?

- Me mudei faz pouco tempo. - riu. - Eu preciso ir agora, tenho consultas em outra cidade. Boa sorte na prova, não fique nervoso, vai dar tudo certo.

O médico sorriu sincero e Jaebum podia jurar que era o sorriso mais bonito que já tinha visto.

- Obrigado, de verdade. - retribuiu o sorriso e fixaram os olhares por alguns segundos. Estava de fato agradecido, era algo bom de se ouvir em um momento como aquele.

- Até mais. - Youngjae acenou antes de entrar no carro e sair.

Jaebum estava começando a ficar confuso, fazia pouco mais de um mês que havia saído de um relacionamento extenso e cansativo e ali estava ele, com o sorriso daquele homem impregnado em sua mente.

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Era quase noite quando Jaebum chegou em casa, estava definitivamente exausto. Quatro horas de prova haviam sido suficientes para lhe tirar toda a energia existente em seu corpo. O nervosismo estava presente, seria necessário apenas quinze dias de espera para saber o resultado. Resultado o qual poderia alavancar sua carreira profissional.

Encontrou seus pais sentados no sofá, assistindo qualquer programa que ele não se deu trabalho de saber qual é.

- Ei filho, como foi a prova? - seu pai perguntou, o fazendo parar antes de entrar no corredor.

- Difícil. Não sei o que esperar na verdade. Estou cansado e sem fome, vou tomar banho e dormir, até amanhã.

Foi até o quarto que, provisoriamente, era seu, tomou um banho e vestiu apenas uma calça de moletom. Gostava daquele quarto por ele ser o único com acesso ao jardim de inverno da casa, era pra ser o quarto de seus pais mas os mais velhos preferiram o outro. Resolveu sentar lá por algum tempo antes de dormir, talvez um pouco de ar fresco lhe acalmasse.

Sentado no banco de madeira que havia ali, a cabeça levemente jogada para trás e os olhos fechados, Jaebum podia jurar ter ouvido a voz de um anjo acompanhada de uma melodia no violão.

Procurou pela voz e encontrou o dono dela sentado em uma cadeira na sacada da casa ao lado.

- Então quer dizer que você é médico e nas horas vagas, cantor? - Jaebum falou divertido, tendo a atenção do vizinho para si.

- Ah meu Deus, você estava ouvindo? Que vergonha! - escondeu seu rosto com as mãos, fofo, foi o que Jaebum pensou.

- Sim, e não me importaria de ouvir mais, sua voz é linda. - você todo é lindo, pensou. - Ed Sheeran?

Youngjae sorriu de lado, sentido seu rosto queimar de vergonha, principalmente ao ver o sorriso estupidamente bonito que o farmacêutico tinha nos lábios.

- Sou um grande fã.

- E estava cantando uma das minhas músicas favoritas... continue. - sorriu docemente.

- Faz algum tempo desde a última vez em que eu toquei e cantei... não sei se está bom. - Youngjae suspirou e Jaebum quis saber por que aquilo parecia lhe causar dor.

- Apenas cante, Youngjae. - disse encorajando o outro.

- Me dê amor como ela, porque ultimamente eu tenho acordado sozinho. Lágrimas de dor escorrendo na minha camiseta, disse a você que as deixaria ir... - Jaebum sentiu a dor de Youngjae ao cantar. - E eu vou lutar pelo meu espaço, talvez eu te ligue hoje à noite depois do meu sangue virar álcool. Não, eu só quero te abraçar...

- Me dê um pouco de tempo, vamos acabar com isso, vamos brincar de esconde-esconde para mudar essa situação. Tudo que quero é o sabor que seus lábios permitem. Minha, minha, minha, minha, oh, me dê amor... - Jaebum cnatou junto e sentiu todos os pelos de seu corpo ficarem arrepiados pela harmonia bonita que suas vozes tinham junto.

- Além de farmacêutico, nas horas vagas você é cantor? - Youngjae riu.

- Às vezes. Por que sinto que dói em você cantar essa música? Mesmo daqui, seus olhos parecem tristes.

- Talvez você não tenha sido o único a sair de um noivado... - Youngjae confessou em meio a um suspiro.

Puta merda.

- Ah, eu... desculpe por tocar no assunto. - Jaebum se sentia envergonhado e o outro apenas deu uma risadinha.

- Está tudo bem, mas enfim, você fez sua prova hoje e suponho que deve trabalhar amanhã cedo, o que faz acordado? - Youngjae logo mudou de assunto.

- Estou de folga amanhã. E você? Não deveria estar dormindo também?

- Folga também. - riram da coincidência.

- O que você vai pensar se eu te convidar para almoçar amanhã? - Jaebum queria arriscar.

- Pensaria que sim, eu quero almoçar com você. - sorriu.

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oioi, eu realmente não vou conseguir ficar muito tempo longe daqui KKKKKK