Capítulo 12

9.1K 1.3K 334
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Se contentaram em se lamber. Se queriam e nem sabiam mais como, só queriam. Trocaram mensagem até caírem de sono, cada um no lar em que nasceu, querendo toque, querendo abraço e procurando saber se estavam todos bem. Gabriel mandou foto do próprio rosto, o mais machucado. Ninguém se impressionou com o fato de quem Rafael só tinha um arranhão, mas os dois meninos não gostaram de ver o rostinho da Manu com o roxo no olho.

— Amanhã cês beijam. – Ela nem ligava para o olho roxo. Um menino mais velho bateu? Bateu, mas levou também! E, para ela, isso bastava.

Rodrigo e Fernanda foram os únicos pais que foram na escola. Furiosos, oito da manhã. A escola inteira já estava sabendo, o trio deu um pau na galera mais velha, um foi parar no hospital, o outro virou meme, e o terceiro andava com a moral enfiada lá. Apanharam de uma menina e dois viados. O vídeo de briga, filmado clandestinamente por qualquer aluno, rodava o WhatsApp cheio de cortes e edições.

Quando Rodrigo ficou sabendo que o garoto mais velho meteu a mão na bunda da sua menininha e que, horas mais cedo, ela foi assediada por um deles, aí sim a casa caiu. Enquanto ela só tinha chegado em casa com um olho roxo e o saco de um garoto no tênis, ainda tinha conversa, mas ver o vídeo da briga, na sala da diretora, e ver que o moleque meteu a mão na sua filha como se ela fosse um corrimão, não teve temperamento de Buda sobrando para ninguém.

E, ainda, a coordenadora contou que houve um princípio de confusão horas mais cedo e Rodrigo pediu para ver a filmagem. O que a coordenadora chamou de "princípio de confusão" era, na verdade, uma Manuela assediada que não revidou e correu para a sala de aula o mais rápido que pôde.

A diretora e a supervisora (a que era boa de dar canetada em aluno que faz hora fora da sala, mas que não é capaz de conter um aluno mais velho abraçando sem ser convidado) ouviram, caladas, a um pai furioso e com razão.

— Agora a minha filha tá suspensa, com um olho roxo, e vocês estão aqui, as duas, com cara de bunda e sem nem ter olhado a merda da filmagem direito!

— Eu não quero nem saber: – Fernanda nem queria conversa – Eu quero esse moleque que meteu a mão na minha filha e esse que assediou, os dois, expulsos.

— Dona Fernanda...

— E vou meter um processo em cima de vocês porque, se não sabem cuidar de criança, que não abram uma escola.

Falou a palavra mágica: "processo". Quer ver qualquer administração tremer, é só ameaçar processo. A escola tinha regras claras contra namoro dentro das dependências, tanto é que beijo não pode, abraço longo não pode. Só selinho e abraço de cumprimento, nada de melação e carinhos.

— Amor não pode nessa porra dessa escola, mas o cara mete a mão na minha filha e vocês chamam de "princípio de confusão???" – Pois pense num pai bravo.

Para Sempre TrêsOnde histórias criam vida. Descubra agora