Estava tudo correndo bem, meus amigos mais próximos estavam lá, estavam conhecendo o Rodrigo e como sempre, ele estava conquistando todos aos poucos; mas uma coisa me incomodava: O meu "ex", Jhow. Ele não parava de me encarar e ficava sempre fazendo gestos como se quisesse falar comigo, eu não sabia o que ele queria, mas com certeza não era algo que seria bom, pois se fosse ele falaria ali mesmo.
O tempo foi passando, estávamos todos nos dando bem, mas o Jhow ficava fazendo umas perguntas para o Rodrigo, do tipo: "Onde você trabalha?", "Onde vocês se conheceram?", "Quantos anos você tem?", "Você vai conseguir seguir o ritmo da Ana?"
Nesta pergunta o Rodrigo perguntou:Rodrigo - Qual ritmo?
Jhow - O dela.
Rodrigo - Não sei especificamente de qual está falando, mas aguento sim, seja lá qual for.
Eu ja fiquei com medo do Jhow começar a falar merda, então mudei de assunto e perguntei se o Rodrigo queria beber alguma coisa, uma das minhas melhores amigas, Sabrina percebeu o clima e já sabia como o Jhow era, então pediu para o Rodrigo tocar uma música que ela iria cantar. Me levantei e fui buscar alguma coisa para beber.
Cheguei na cozinha, abri a geladeira, estava tentando pegar umas garrafas de cerveja no congelador, estava um pouco alto e muito no fundo, então alguém colocou a mão sob a minha, pegou a garrafa e senti a aproximação por trás, e logo veio a voz do Jhow:
Jhow - Deixa que eu pego, antes que você apele para o banquinho.
Eu logo sai da frente dele, me esquivei e fui para o lado sem nem comentar sobre a piadinha besta. Ele pegou a cerveja, estendeu a mão para me entregar mas quando fui pegar ele segurou meu braço com a outra mão, dizendo:
Jhow - Por que você não está falando comigo direito? Por que não responde minhas mensagens? Estou tentando falar com você desde quando você chegou.
Ana - Eu quase não estou mexendo no celular aqui. E Não é que eu não estou te respondendo, é que você não consegue falar comigo sem esquecer o passado, você acha que vai ser do mesmo jeito para sempre. O tipo de mensagem que voce manda não tem uma boa intenção nem respeito, já que está falando com uma mulher comprometida.
Peguei a cerveja e me virei para voltar para o quintal, mas ele me segurou pela cintura com força e começou a falar no meu ouvido:
Jhow - Como não vai ser igual sendo que toda vez que a gente se vê, se toca, o coração acelera, a gente se olha diferente. Eu aposto que se eu colocar a mão no seu peito, o seu coração vai estar batendo rápido, ou que se eu te beijar, você não vai negar.
Eu confesso que quando ele me segurou eu senti uma fraqueza, afinal, nós tivemos uma história bem quente, ele é um cara bonito, rosto lindo, tipo um principe, rostinho de garoto, cabelo bem cortadinho, tipo moleque burguês rsrs, corpo atlético e tinha uma voz que mexia comigo, ouvindo ela falando no meu ouvido fez eu resgatar umas lembranças, eu paralisei por alguns segundos, nesses segundos que fiquei paralisada ele me virou, colocou a mão na minha nuca e começou a se aproximar aos poucos para me beijar.
Eu fiquei nesses segundos de paralisação olhando a boca dele, sentindo a mão dele me tocando, mas no meio dessa paralisia, eu me toquei que aquilo só fazia eu me lembrar de uma coisa que eu achava que era boa, que eu achava que era gostoso.
De um segundo para o outro a boca que parecia linda, perdeu todo o atrativo quando me lembrei da boca do Rodrigo, a mão dele me tocando, que em um segundo antes parecia ser incrível, na verdade parecia a mão de uma criança que não sabia o que fazer quando lembrei o que o Rodrigo fazia eu sentir com as mãos dele.
E sinceramente, aquela cara lisa, de garoto, hoje já não me atrai mais em nada.
Quando me toquei no que estava acontecendo eu empurrei ele e disse:
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Uma Cadeira De Rodas, Mil E Um Desejos.
Krótkie OpowiadaniaDescubra como pode ser a vida de um cadeirante lendo um livro de um cadeirante. Essa é uma história baseada em fatos reais. Um cadeirante não convive apenas com a família e com seus cuidadores, cuidadores esses que na grande maioria nem existem. Des...