Part 20

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Desceram as escadas enquanto o céu, de forma poética, já mudava de alaranjado para azul.

–Não vai segurar minha mão? – perguntou Perrie, quando voltaram a andar tranquilamente a caminho do hotel.

Jade rolou os olhos.

–Depende. O que você me dá em troca?

–Eu não estou pedindo, estou fazendo uma observação magoada.

–Você pode ficar magoada duzentas vezes por dia.

Perrie pensou por alguns minutos.

– Devo supor que você não vai me consolar?

Jade rolou os olhos uma segunda vez.

–Por incrível que possa parecer, você não é o assunto mais interessante do mundo.

Perrie arqueou as sobrancelhas.

–Qual vai ser nossa próxima tragédia, mesmo? – Perguntou Jade.

Perrie sorriu.

–Roteiro – e pegou o papelzinho. Perrie franziu o cenho ao lê-lo.

–O quê? O que foi? – perguntou Jade, se aproximando dela para ler.

"9º Voltar ao hotel e ter um jantar romântico na sacada do quarto"

–Argh – fez Jade, pondo em uma palavra tudo o que Perrie estava pensando. – Outra porcaria dessa? Eu havia me esquecido.

–Eu também – Perrie respondeu, guardando o papel dentro do bolso.

As luzes da cidade começaram a se acender.

–Quando será que iremos embora amanhã? – perguntou Jade, desviando de uma garota com uma bicicleta.

–Isso é pressa?

–Não – respondeu Jade. Pensou por alguns minutos. – Pressa para esse Roteiro acabar logo, claro, mas eu estava falando daqui.

–Gosta de Paris, então?

–Essa cidade é linda – respondeu Jade, olhando em volta. Grandes casarões altos e imponentes, sacadas, ferro torcido formando arabescos e grandes janelas.

–O que mais gostaria de fazer aqui, então?

- Gostaria de ver o rio Sena.

–Sério? – perguntou Perrie, surpresa. – Poderíamos ter ido lá hoje, se você houvesse falado.

–Não, gostaria de vê-lo pela manhã, mais vazio. De tardezinha fica cheio de gente.

–Ah. Vamos amanhã pela manhã, então – disse Perrie, com firmeza –. Duvido que viajemos de madrugada, mesmo.

–Certo.

Passaram em frente a uma padaria, e o cheiro das mui famosas baguetes francesas as distraiu por alguns minutos, enquanto elas continuavam andando.

–É o hotel? – perguntou Perrie, ao se aproximarem do imponente prédio.

–Onde está seu senso de direção? Peça uma informação – e Jade fez um gesto para um homem que ia passando.

–Acabei de pedir, para você.

Jade deu de ombros.

–Sim, é o hotel.

–Só sabe porque deve ter lido em algum lugar.

–Neon rosa não é exatamente discreto, sabe.

The Experiment | JERRIEOnde histórias criam vida. Descubra agora