Capítulo 4

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Oi meus pudinzinhos 🍮

Mais um capítulo para vocês, hoje vamos conhecer um pouquinho mais do Viggo, ansiosos?

Espero que gostem.

Boa leitura 🍮❤️

Uma luz se ascende acima de minha cabeça e por um momento fico cega, mas não aperto os olhos ou franzo a testa.

Minha coluna se enrijece, ergo a cabeça, fico nas pontas dos pés e minhas mãos estão rigidamente posicionadas a minha frente com meus braços formando um arco. As notas de uma tonalidade clássica que não reconheço ressoam por meus ouvidos e meus pés se movem sem que meu cérebro lhes peça.

Estou em um palco, em o que parece ser um teatro, mas não tenho certeza. Não sou capaz de enxergar nada a minha frente. Meus movimentos são delicados, sempre no suave ritmo da música e estou girando.

Girando.

Girando.

Girando.

Como uma bailarina em uma caixinha de música.

Girando.

Girando.

Girando.

Girando.

Girando.

Girando.

Girando.

Girando.

A música termina e estou novamente na mesma posição de antes. Me curvo e ouço os aplausos. Aplausos de uma única pessoa, perdida no meio da escuridão. Palmas invisíveis, fantasmagóricas. Talvez se eu erguer a cabeça poderei ver meu admirador.

Me ergo, curiosa e sedenta para saber quem se esconde na escuridão. As palmas continuam. Incessantes.

Bang.

Escuto o tiro e sei que fui atingida antes mesmo de sentir a bala perfurar meu corpo. Olho para baixo. Vejo o ferimento em meu peito que jorra sangue, que cai como uma cascata no collant cheio de brilhantes e no dramático tutu branco de tuli.

O tiro não dói tanto quanto imaginei.

O holofote pisca. A luz falha. Minhas pernas cedem e caio no palco graciosamente. Como se tudo fosse um ato. Um fingimento. Uma peça.

As palmas ainda continuam.

Minha cabeça atinge a madeira.

Sinto frio

e sei que estou morta.





Minha cabeça dói.

Essa é a primeira coisa que sinto quando começo a recuperar a consciência. Estou com frio e minha garganta dói e minhas pálpebras estão pesadas demais para que eu consiga abrí-las. Não sei por quanto tempo fico assim, presa no vazio da semi inconsciência, até que eu finalmente consigo me esforçar o bastante para abrir os olhos.

Minha visão demora para ganhar foco, mas a primeira coisa que vejo é um teto e, pelo tamanho, sei que estou em um lugar espaçoso. Lentamente me levanto e me sento na cama mais macia em que já me deitei, olho em volta e percebo que estou em um quarto saído de um catálogo de decoração. É um lugar amplo e elegante e me pergunto se estou morta, mas logo esqueço essa ideia, não acredito que Helheim seja um lugar tão luxuoso.

A porta a minha direita se abre e no batente aparece meu carrasco. Aquele com um sorriso capaz de derrubar um exército. Ele veste um terno azul marinho, feito sob medida, e me pergunto se ele veste alguma coisa além de ternos. Ele entra no quarto. Engulo a seco. Me agarro aos lençóis, tomada pela vontade de esconder os trapos que uso.

I Did Something BadOnde histórias criam vida. Descubra agora