Oi meus pudinzinhos 🍮
Mais um capítulo para vocês.
Espero que gostem.
Boa leitura 🍮❤️
Está escuro. Tão escuro que sequer preciso fechar os olhos, mas os fecho mesmo assim. Aperto as pálpebras juntas temendo que se separem.
Estar de olhos abertos ou não, não muda o que sei que está prestes a acontecer, mas de alguma maneira e por algum motivo que desconheço, o escuro me conforta. Me sinto bem quando estou escondida, invisível nas sombras, mesmo que a sensação seja falsa, mesmo que eu não esteja realmente segura. Nunca estarei segura.
Sinto quando ele me toca. Seus dedos são como tentáculos longos, frios e pegajosos, que me envolvem em uma armadilha e eu sou um coelho descuidado, desavisado, que já não tem para onde correr.
Me mate, é a única coisa que consigo pensar, aperte meu pescoço até que eu não possa mais respirar, abra minha garganta com a lâmina fria de uma faca até que eu me banhe no meu próprio sangue. Por favor, por favor me mate.
Imaginei muitas vezes como seria minha morte. Como seriam meus últimos momentos de vida? Qual seria a sensação de saber que meu tempo nesse mundo acabou? Eu me lembraria de tudo o que já vivi? Teria medo do que me aguarda? Veria a luz no fim do túnel ou me afogaria nas trevas vazias do nada? São perguntas que faço a mim mesma para me distrair das coisas asquerosas que ele faz comigo.
-Você é tão perfeita, Heather. - Seu murmúrio em meu ouvido me atormentará por meses. É a voz que ouço sempre que estou sozinha, é a voz que me assombra em todos os meus pesadelos.
Minha camisola cai no chão e sinto como se minha alma deixasse o corpo. Sou uma boneca, completamente imóvel, sem vida, sem vontades. Sou um objeto de satisfação, objetos não têm sentimentos, objetos não falam, objetos existem para serem usados e nada mais.
-Heather? - Não é a voz dele que ouço me chamando. É outro alguém, escondido na escuridão e tenho medo de abrir os olhos para saber quem é. - Heather? - A mesma voz me chama outra vez. Quem é? - Heather! - A voz é mais alta, insistente e tudo ao meu redor desmorona.
Os tentáculos que me seguram dão lugar a mãos acaloradas, a sala se desintegra em milhões de pedaços até que não haja nada além do vácuo.
Estou gritando. É a primeira coisa que percebo. Estou chorando. É a segunda. Estou dormindo. É a última antes de meus olhos se abrirem. Me forço a parar de gritar, mas sou incapaz de impedir as lágrimas que embaçam minha visão, demoro a perceber os lençóis macios ou o cheiro de perfume caro e Bourbon, as mãos quentes que seguram meus ombros sobem para o meu rosto e finalmente consigo forçar minha mente a distinguir alguma coisa.
A primeira coisa que consigo distinguir é o rosto de Viggo Grimborn e só então as lágrimas cessam e o peso que esmagava meus pulmões desaparece. Engulo a seco, engolindo as palavras que sei que não posso dizer, os olhos dele procuram alguma coisa nos meus e suas mãos continuam segurando meu rosto e tento ignorar o quanto o toque me conforta.
Não deveria me confortar. Esse homem - esse menino - é um estranho e até onde sei um possível criminoso. O que o faz melhor do que aquele que antes era meu carrasco? Como sei que estou realmente segura e que não me meti em algo ainda pior? - Duvido que algo possa chegar a ser pior do que aquele abrigo dos infernos, mas isso não significa que posso me descuidar.
Ele tira as mãos do meu rosto, levando consigo todo o conforto que agora sinto falta. Ele não diz nada, não parece querer saber o que aconteceu, não pergunta por quê eu estava gritando e de algum modo o silêncio é pior do que as perguntas que ele se recusa a fazer.
VOCÊ ESTÁ LENDO
I Did Something Bad
Fanfiction[SUGAR DADDY SPIN-OFF] Para salvar sua família, Viggo precisou destruir o diário de Heather. Mas o que, exatamente, Heather tinha escrito que poderia derrubar todos os Grimborns de uma vez?