São duas e meia da tarde e eu papai, mamãe e Ricardo estamos no aeroporto
- olha essa chuva!- diz mamãe aflita - eu odeio quando você viaja assim
Sorrio e a abraço
- Mamãe, a chuva nem está assim tão forte! Além disso, eles cancelariam o vôo
- Eu estou com um pressentimento ruim!
- Marta!- meu pai lhe chama atenção e depois olha para mim- não ligue para as crendices de sua mãe, Manu.
Minha mãe é de estatura pequena, seus cabelos ruivos são cortados curtos e repicados com olhos atentos e ela une as mãos e torçe a boca quando esta contrariada
- Eu ainda acho que Ricardo deveria ir com você - ela resmunga
- Eu também acho a mesma coisa dona Marta - diz Ricardo
- Mamãe, não há necessidade disso - digo rindo- meu Deus nem quando eu fui para o Japão você ficou tão nervosa assim! - eu pego em seus ombros e olho no fundo de seus olhos - É uma cidade pacata do interior de Minas Gerais, o que me pode acontecer de ruim?
Sinto seu corpo relaxar e ela parece estar um pouco convencida de minhas palavras.
- Você tem razão- ela dá um sorriso pequeno e depois me abraça forte - eu tenho tanto medo de perder você
- Está tudo bem- eu a conforto
A voz eletrônica chama meu vôo e eu me despeço de meus pais
- Se comporte quando eu não estiver aqui - brinco com Ricardo enquanto nos abraçamos- eu amo você
- eu ainda não entendo porque você nao quer que eu vá - ele me diz
- porque não é preciso que você vá, e se seu pai precisar de você?
Ricardo assente e depois me beija profundamente
- Não deixe a bateria do seu celular acabar - ele me me alerta
- Sim senhor!
- E volte logo para mim
Sorrio para ele e me despeço.
O avião está cheio, me acomodo em minha poltrona e estou pronta para ir para Minas Gerais!
-/-
- você já chegou? - perguntou minha mae com uma voz aflita
- Não, tivemos que parar em Campinas para o avião abastecer
- Estou preocupada manuela! Já fazem três horas que você saiu daqui
- Mãe, não se preocupe! O vôo está sendo tranquilo imprevistos acontecem! Avise a Ricardo para mim ok, tenho que desligar vamos embarcar novamente.
Depois de mais uma hora e meia finalmente chego no aeroporto de Belo Horizonte, está cheio e agitado, talvez sejam as férias de julho se aproximando. Acho a locadora de carros em meio ao caos de pessoas e me sinto aliviada, mando uma rápida mensagem para mamãe e Ricardo dizendo que estou bem e pronta para partir para Florais.
- Me desculpe, mas a moça já andou por essas bandas? - pergunta o funcionário da locadora
- Como?
- A moça já esteve em Minas?
- Não - digo confusa
- Florais é uma cidade muito muito bonita, centenária! Mas o caminho até lá pode ser perigoso. Tenha cuidado - ele me alerta e depois me entrega a chave do carro
Eu fico parada alguns instântes ao lado do carro confusa, espanto ideias negativas da minha mente e entro dentro do veículo. É isso, estou pronta para conhecer Florais!
Quando pego a rodóvia certa, me permito olhar para o céu, o dia já está em seu fim. A paisagem realmente é deslumbrante o horizonte é preenchido com cores quentes e vivas como eu nunca poderia ver entre os prédios de São Paulo, me permito relaxar enquanto dirijo.
- Perfeito! - resmungo - era só o que faltava
A noite escura resolveu me presentear com um bela tempestade, meus olhos estavam cansados e agora eu deveria redobrar minha atenção na estrada, o caminho era realmente perigoso. Raios iluminavam o céu e o cenário parecia mais como um filme de terror. O pensamento me fez rir
Há um metrô de distância uma pequena placa dizia: Florais vire á esquerda. Suspiro aliviada, pois provavelmente aquele foi os 40 minutos mais longos de todo a minha vida! Na cidade a chuva parecia ainda mais pesada e quase não dava pra enxergar nada, porém o gps me dizia que eu estava no caminho certo para a pensão de dona Maria. O aparelho apitou e uma voz eletrônica disse que eu havia chegado em meu destino, mesmo com a chuva forte consigui enxergar uma parte coberta da pensão para poder estacionar o carro, quando entro na pequena garagem consigo enxergar com mais clareza as paredes brancas e as janelas verdes da casa estilo colonial, perto da grande porta de madeira, há uma pequena placa escrito: Bem vindos e automaticamente me sinto bem. Desço do carro e um grande rapaz jovem e magro de cabelos negros e grandes abafados dentro de um gorro me recepiciona.
- Senhora Manuela? - ele grita por cima do barulho da chuva
-Sim, sou eu
- Seja bem vinda a pensão da Dona Maria, vou retirar suas malas pode entrar.
Quando entro da pensão sorrio ao perceber que tudo lá parece ser exatamente como eu imaginava, casa com cara de vó. A decoração é intimista e o cheiro de café paira no ar, há sofás floridos com almofadas bordadas e em cima de cada mesinha de madeira há um pano de croché.
- A senhora só precisa assinar aqui? - o menino me diz
O silêncio do lugar me impressiona e começo a pensar que talvez eu seja a única hospéde do lugar
- onde estão todos?
- provavelmente todo mundo já deve estar dormindo - ele diz com naturalidade
Olho para o relógio e ele marca nove e meia da noite. Caramba! Minha mãe deve ter entrado em parafuso.
- eu vou mostrar seu quarto e levar suas coisas
Nós subimos as escadas de madeira e ele abre a porta do quarto, o espaço é agradável a cama é grande e as janelas verdes também, há uma mesinha de madeira e cadeira. O quarto cheira agradavelmente a lavanda.
- o café começa a ser servido as sete da manhã e vai ate as dez, isso é tudo. Boa noite
- obrigada- digo e o menino fecha a porta
Pego meu telefone e mando mensagens a mamãe e Ricardo dizendo que está tudo bem comigo. Tomo banho e meus planos de escrever mais capítulos de minha história vão por água abaixo, o cansaço do dia pesa sobre meu corpo então eu deito e durmo e sonho com um céu estrelado, uma sensação de estar no lugar certo invade meu corpo me causando tranquilidade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Na linha do tempo ( Em Pausa)
RomanceManuela Viana é uma mulher forte e sonhadora, sempre lutou para realizar seus sonhos, inclusive o seu maior desejo: ser reconhecida como autora e publicar seus livros no mundo todo. Ainda no caminho desse grande sonho, Manuela trabalha como agente...