Capítulo Oito

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ETHAN HOWARD GREGORY DENEVIVE HALL-JOHNSON

O primeiro momento do dia costuma ser bom quando você tem uma ótima noite de sono. Acordar assustado com despertador e barulho só fazem você pular e ter a sensação que está atrasado. É irritante. Quando há uma boa cama espaçosa e bons travesseiros, você sente o corpo afundar e acorda aos poucos. Lembra-se primeiro sobre onde está, quem é e tenta recordar como acabou dormindo. Depois de ter tudo em mente, vem à menção do que deve ser feito em seguida e o dia inicia-se lentamente.

Hoje é sábado, dia do nosso último jogo em casa antes dos play-offs começarem. Poderia ser um dos dias calmos, onde eu acordo lentamente e me alongo para a corrida matinal. Mas não. Minha cabeça estoura como uma bateria ao despertar e eu me sinto tonto, mas descansado e relaxado. Apenas pontadas leves de uma ressaca estrondosa que está por vir.

Tento levantar e percebo um peso em meu estômago. Um cheiro de framboesa e whisky chama minha atenção e eu abro os olhos, coçando-os com um bocejo longo.

"Puta que pariu." Percebo quem está dormindo em meu colo. Beatrice Hayes está dormindo no meu colo.

A noite passada vem à tona e a dor de cabeça me ataca com força, como um castigo por ser tão burro e inconsequente.

Tudo bem, não tão burro. Eu estava certo sobre as pernas da garota. São maravilhosas e foram boas. Muito boas. Quem quero enganar? Foram espetaculares. A garota é boa de cama para um cacete! Nunca mais bebo whisky sem lembrar de como Bee lambeu meu pau com a garrafa o lambuzando. Estávamos tão bêbados, rindo e eu consigo lembrar de tudo.

Santa Mãe. John Hayes vai comer meu fígado.

Como pude ser tão imbecil e cair à tentação?! Nem Theor fez isso!

Respiro fundo. Penso que acordar Bee é a melhor ideia, assim podemos ver o quão longe fomos e esquecer que isso aconteceu. Seguir em frente.

Como se você conseguisse, Ethan.

É a droga da consciência consciente que adora me atormentar. Não consigo pensar direito. O que eu fiz? Eu acabei com tudo que tinha e agora estou no mesmo patamar que Dorian e Theor. Estou no time dos caras imbecis que mexeram com a filha de John Hayes.

Morto. É isso. Estou morto e pelo menos posso pedir que Thimoty seja enterrado comigo. Será mais confortável ter um taco, já que John Hayes vai arrancar o meu com um motosserra.

Balanço o ombro de Bee delicadamente, tirando o cabelo do seu rosto molenga. Sua boca está levemente aberta, e meu pau acorda com o extinto. Porra, eu ainda tenho que ir ao banheiro! A corrida, o jogo... E nossa, minha cama está confortável demais para pensar em tudo isso.

Bee coça os olhos e levanta os braços, ficando com os seios amostra. Os mamilos cor de rosa trazem lembranças de gargalhadas e gemidos, fazendo meu pau tremer em resposta imediata.

Porra, não acorde meu pau em bomba matinal, Beatrice Hayes!

Bee ainda está de olhos fechados, apenas sentada na cama com o cabelo desgrenhado e acordando lentamente como qualquer um. Até que ela me vê. A garota surta e faz menção à gritar em desespero. A voz de Levi soa no corredor e tenho o reflexo de tampar a boca de Bee rapidamente, agarrando os lençóis para não assustar a garota.

Ponho um dedo em frente minha boca e peço silêncio. Ela assente com os olhos arregalados, diminuindo a respiração assustada e voltando a expressão normal.

Os cabelos estão separados em tufos, completamente bagunçados como um Albert Einstein ruivo. Bobo ou não, ela está uma graça. Desesperada também, claro.

Favor MútuoOnde histórias criam vida. Descubra agora