Capítulo Dezesseis

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    ETHAN HOWARD GREGORY DENEVIVE HALL-JOHNSON    

O cheiro de gelo está no ar em toda cidade. As chuvas geladas se transformam em neve e meu corpo diz que algum lago em algum lugar está congelando esperando ser riscado por pares de patins.

Eu amo o inverno, não tenha dúvidas disso. As primeiras nevascas são sempre as melhores, porque vem apenas com um vento frio e alguns centímetros de neve. Ainda é possível sair de casa e viver como um cidadão normal, e não como um urso que comeu o ano todo esperando por isso.

Para a surpresa de muitos, a nevasca de domingo foi antecipada e New York já está branca –e barrenta –com o pouco da neve caindo. Jornais deveriam avisar, mas Mackenzie, minha irmã mais nova, ligou às três da manhã comunicando que tínhamos neve e deu a noticia em primeira mão.

Detesto ser acordado, mas nesse caso foi útil. Arrumei minhas roupas de novo e não optei por tanto, já que tenho mais casacos na cobertura em Manhattan.

Sim, os Hall-Johnson são filhos criados em apartamento! Mas não é qualquer apartamento. É um belo tríplex no Upper West Side, que mais parece uma casa no topo de uma torre. Nunca senti a diferença.

Meus pais tem outras propriedades –algumas foras do país –e variam entre apartamentos e casas. As casas normalmente são as litorâneas, como a de Sant Barb, nos Hamptons e uma casa de campo em Greenwich, uma cidade minúscula no condado de Washington. Os apartamentos ficam nas grandes cidades, porque são mais fáceis de cuidar e ocupam menos espaço.

De certa forma, vivi bem em todas elas, mas nunca me senti tão em um lar quanto no apartamento em Manhattan. Lá é minha casa. O lugar que você sente poder andar de pijama o dia todo e almoçar sem escovar os dentes.

Nunca fiquei limitado por espaço, porque o lugar é simplesmente enorme. O terraço parece um enorme quintal e compõe uma bela mesa de jantar. O lugar todo é espaçoso o suficiente para uma família de cinco, contando até com quarto de hospedes para abrigar mais que isso. Morar em um apartamento nunca foi o problema.

Por esse motivo, tenho tudo que desejo por lá e mais roupas no closet. Sim, um maldito closet. Todos tem um! Não me julgue.

Meus pais são banqueiros importantes na cidade e conseguem banca tudo isso com empregos intercalados. Ter sobrenome ajuda, já que os dois são filhos de grandes empresários.

Amber Hall e Louis Johnson, herdeiros de duas famílias do ramo de hotéis e restaurantes em Manhattan, resolveram se apaixonar. Maravilhoso, certo? Quase.

A coisa não soou muito bem quando minha mãe não alterou o nome depois do casamento e o nome dos possíveis herdeiros começou a entrar em dilema, mas tudo foi resolvido com o hífen. Hall-Johnson.

Não serei babaca o bastante para reclamar da vida que tive, mas meus pais nunca facilitaram a coisa. Quer dizer, notas altas não eram cobranças apenas por parte do time, mas por meus pais também. Os sujeitos nunca me deixavam em paz! Não teria coragem de aparecer em casa com uma nota menor que B-, pode apostar.

Um maldito nerd, certo? Quase. O carisma Hall-Johnson nasceu quando precisei transformar um C- em B+. A Sra. Wanderwood era um alvo fácil, mas acabei conquistando muitos difíceis depois dela.

Isso foi bom, considerando que fui disputado por três grandes nomes da Ivy League depois da formatura.

A Prince só foi uma opção pelo programa de hóquei que John Hayes apresentou, fazendo-me desconsiderar Penn e Columbia de automático. É incrível como o sujeito consegue vender bem o pão que tem.

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