6 - A sombra tocada pela luz

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Capítulo 6 e 7 serão postados hoje ♥

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Estava cada vez mais difícil se concentrar na pesquisa com Paranoid irrompendo pelas caixas de som da Range Rover na voz de Ozzy Osbourne.

Com o notebook apoiado de mau jeito sobre suas pernas, Daniel lançou um olhar de canto para Henrique, que batia os dedos no volante e cantava desafinado, imitando os acordes da guitarra.

I need someone to show me the things in live that I can find!

Daniel inspirou fundo. Tente ficar de boa. Tente ficar de boa. Não desligue o rádio. Havia prometido para Katerine que não iria mais agir como um idiota controlador com quem quer que fosse seu novo parceiro, entretanto, Henrique não estava facilitando as coisas. Não que ele não gostasse da música; apenas apreciava demais o silêncio enquanto trabalhava.

— Adoro essa parte! — Henrique exclamou, aumentando o volume. — Black Sabbath é incrível, não acha?

O investigador se limitou a um aceno de cabeça.

Pelas frestas das janelas do carro, o vento uivava arrepiante, quebrando as primeiras horas do amanhecer. A neblina se espalhava pela Estrada do Serrote, pairando como uma cortina pálida pelo caminho sinuoso e pelas chácaras, campos e matagais que ladeavam a pista.

— Caramba, esse lugar é muito afastado da parte urbana. Não conhecia esse lado de Piracicaba. — Henrique se inclinou parcialmente sobre o volante, forçando a vista para não perder a entrada da Volta Grande. — Já identificaram o corpo encontrado?

Daniel negou, digitando rápido e torcendo para que a bateria do notebook não acabasse enquanto realizava mais uma busca sobre o Centro Médico Augusto dos Anjos. Tudo indicava que Katerine havia nascido ali, e suas apostas se concentravam em encontrar JL, a pessoa que registrara a entrada de Lisete Stein no hospital. Os arquivos haviam desaparecido em sua última invasão cibernética, mas ainda tinha esperança de recuperar algo após contatar um antigo professor, um gênio da informática, que lhe passara algumas dicas e um novo software.

— Você é bem na sua, né? — Henrique observou, querendo puxar papo. Daniel fingiu não escutá-lo. — Cara, minha antiga equipe de Rio das Pedras... Nossa, ninguém falava, todo mundo gritava. O Dante era um saco, gente boa, mas um saco. A Elaine queria mandar em tudo. E eu sou do tipo que fala sem pensar, me estresso fácil. Imagina a combinação.

Ah, como Daniel queria que ele calasse a boca e desligasse o rádio.

— Às vezes a Ariadne ficava na minha equipe, quando não estava infiltrada. Ela era o oposto. Quieta, mais fria. Provavelmente era o peso do segredo de esconder que ela era filha do chefão da máfia Bartelochi. — De soslaio, Daniel notou como ele comprimiu o volante com mais força. — Mas nem tem por que falarmos dela. Página virada, passado.

Epifania (Livro 4 - Saga Ellk) | DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora