39. Você Não Presta

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Alana's P.O.V.

Meus pés estavam levemente doendo, depois de andar por horas, junto com Francisco, que prometia saber ir a pé até a letras gigantes no monte, soletrando o nome "HOLLYWOOD."

Minha mochila já estava leve, depois de ele ter comido quase tudo que eu tinha colocado dentro da mesma para lancharmos em um picnic pequeno. Porém tudo saiu do seu controle, e já estava começando a escurecer enquanto ainda estávamos tentando subir o monte.

"Acho que devíamos descansar um pouco," Francisco comenta, já encostando suas mãos em suas coxas, tentando respirar melhor. Seu corpo parecia bem mais cansado do que o meu, sendo que ele deu mais pausas que eu nessa caminhada.

"Acho que devíamos voltar pra casa.. isso sim! Você já comeu a comida quase toda e eu queria ver o pôr do sol de lá de cima... que claramente a gente já está perdendo... então pra mim não vale a pena gastar mais energia nisso," Eu digo sem me esforçar muito em continuar a andar. Francisco para de ser dramático, fingindo que quase não tinha ar e se levantou. Andando em minha direção enquanto suas sobrancelhas finas quase se batiam.

"Mas você estava tão animada para ir lá em cima, e ver o horizonte..." Ele argumentou, apontando para cima detrás de si.

E ele estava certo, eu queria muito que eu pudesse simplesmente passar a noite fria ali, com as cobertas que eu enfiei na mochila de Francisco, e simplesmente observar a cidade durante a noite. Eu queria assistir enquanto a vida das pessoas passava lentamente, num momento tão precioso que é quando o sol se põe e a noite chega.

Porém, o mais importante era durante aquele pequeno tempo que o céu ficava dourado por pouco tempo. E só as pessoas que parassem seu dia poderiam apreciá-lo. E eu queria mais que tudo poder fazer isso.

Eu olhei nos olhos de Francisco, que por aquele tempo, pareciam ser a cor do mel. Enquanto suas pupilas dilatavam, quase fazendo o mel desaparecer. Ele ainda estava apontando para o topo. Esperando pela minha resposta demorada.

"A gente pode voltar qualquer outro dia... literalmente, então eu não estou muito preocupada com isso," Dei um sorriso suave, dando de ombros. Que, apezar de eu quase não ter tentado, não convenceu Francisco. Mas ele não argumentou antes de ajustar sua mochila em suas costas e andar em minha direção.

Ele envolveu seu braço ao redor do meu pescoço e me puxou para um abraço. Sem compreender, eu arreguelei meus olhos, mas logo me acostumei com o seu corpo quente e o abracei de volta. Ainda não entendendo o que havia acabado de acontecer, logo depois ele de me soltar, o mesmo sorriu.

"Desculpa por não ter dado um presente de aniversário próprio... eu realmente tentei achar meu caminho até lá em cima... perdão," Ele lamentou cabisbaixo, suas botas pretas silenciosamente chutando a terra.

E foi ai que eu entendi seu esforço para chegarmos ao topo.

Seria meu presente de aniversário.

O que era curioso foi que eu nem havia dito quando era meu aniversário, que foi hoje. Eu simplesmente comentei que gostaria de ver o horizonte da cidade da melhor vista, e ele começou a falar sobre como poderia me levar aqui. Então decidimos fazer um picnic pequeno.

Eu percebi que ele ainda estava esperando por alguma resposta quando o vi silenciosamente observando as minhas expressoes faciais.

Respirei fundo antes de balançar a cabeça de um lado para o outro, desastradamente, "você nao me deve nada... eu já sou muito grata por me deixar ficar na sua casa enquanto a minha vida está uma bagunça," Eu digo, e um sorriso aparece em seus labios finos equanto ele ainda me observa.

Querido Amor Proibido (revisando)Onde histórias criam vida. Descubra agora