Alana's P.O.V.
O fim de semana se aproximou tão lentamente que eu estava quase pedindo o meu chefe para me deixar ficar Sexta-Feira em casa. Mas isso não aconteceu, então mesmo com o animo fora de vista, ainda levantei da cama, que agora era compartilhada com Francisco, e me arrumei para o trabalho.
La o serviço era bem simples porem cansativo, ser uma barista de uma lanchonete meio famosa não é coisa fácil. Havia clientes rudes que quase jogavam a comida na minha cara. Por outro lado, tambem havia clientes gatos que quase me davam uma vontade de deixar meu numero de celular juntamente a conta. Alem de não ser profissional, isso me daria uma má reputação, então eu nunca fiz isso.
Eu tomo meu assento em uma mesinha de duas pessoas assim que uma das pessoas que trabalham aqui fecham a lanchonete. O meu corpo exasperado procura desesperadamente por ar enquanto eu olho nas atualizações do twitter.
Um time de futebol ganhou um jogo importante, mais familias foram desabrigadas pela incompetencia de um político. Tiroteios aconteceram em partes pobres do pais... e.. 'Filha de Dr Blake entra em coma após entrar em acidente de carro em seu caminho a Califórnia'
Por alguns segundos o meu corpo não reage enquanto as palavras não fazem algum sentido. Mas assim que elas começam a realmente fazer sentido a minha respiração falha imediatamente. Meu coração dispara, e meu celular acaba se chocando contra o chão. Me deixando sem preocupacao alguma com o mesmo mas mesmo assim o pego. E o primeiro contato que me vem a mente é a pessoa que eu prometi a mim mesma que não procuraria nunca mais.
Tempos desesperadores requerem medidas desesperadoras.
O numero toca por alguns segundos, cada beep me deixando ainda mais ansiosa. Mas logo eu escuto um barulho do outro lado da linha. Prendo a minha respiração sem perceber.
"Lana...?" A voz suave e rouca de Dylan se pronuncia do outro lado da linha. O meu corpo inteiro entra em um choque de nostalgia e saudades descontroláveis. "Ta tudo bem?" Dylan questiona quando percebe que eu ainda não disse uma letra. Poxa, eu sequer respirei desde quando disquei os números bem recordados em minha memoria.
"Amanda...?" É tudo o que consigo dizer sem que minha voz falhe. Meu coração aperta quando me lembro do modo em que a nossa amizade tomou um fim. Eu nunca esperaria que a minha melhor amiga um dia iria entrar em uma situacao tão precária. E por isso, com meu coração partido, eu não consigo me segurar e logo desabo. Quase me esqueço da ligação com Dylan. O mesmo respira fundo, um barulho que claramente era o mesmo passando sua mão em seu cabelo repetitivamente.
"Quer vim visitar ela? O hospital que a gente ta não é muito longe de onde você mora, se você quizer eu posso ir te buscar..." A voz do Dylan me fez parar involuntariamente entre soluços e lágrimas que pareciam queimar a minha pele e meus olhos enquanto escorriam descontroladamente. Eu balanço a cabeca de cima para baixo, mas logo me lembro que ele não pode me ver. Entao eu pronuncio em uma voz completamente quebrada;
"por favor,"
=-=
Um carro branco e simples aparece na porta da casa que, aos poucos, estava sendo não somente do Francisco mas também minha. Francisco anda até a porta para atender quem estava na porta mas eu corro na frente e viro em sua direção. Um sorriso de culpa nos meus lábios e o mesmo aperta os olhos, cruzando os braços.
"Quem é?" Francisco pergunta já desconfiado de algum cara que eu possa estar pegando, mas considerando as minhas vestimentas nem um pouco atrativas, ele descruza os braços. "Se for pizza e você ta querendo esconder de mim w para nao dividir, eu juro que te coloco pra fora," Francisco diz e aponta o dedo para mim, minha primeira responsa é fazer uma careta em sua direção como resposta.
"Chico... essa visita só veio me buscar para me levar a um lugar importante, eu preciso que seja considerativo antes de começar a socar a cara desta pessoa, ok?" Eu praticamente imploro e Francisco me olha curioso antes de assentir. Eu me viro devagarmente e abro a porta, dando de cara com um Dylan que não havia visto fazia séculos.
Minha respiração fica presa em minha garganta e por um segundo eu acredito que o tempo está completamente congelado. As batidas do meu coração são tudo o que eu escuto por esses breves segundos, um sorriso comfortante nos lábios de Dylan. Nós dois não sabendo se ele estava tentando me comfortar ou comfortar a si mesmo pela situação. Mas seu sorriso pequeno logo desmancha quando eu sinto o calor do corpo de Francisco tomar conta protetivamente das minhas costas. Eu torno o meu corpo em sua direção e percebo o mesmo praticamente queimando um buraco nos olhos de Dylan. Apezar do seu olhar gritar perigo, o seu corpo completamente tenso, ele não se move por um segundo. Ele não avança contra Dylan, e nem encosta um dedo em meu corpo.
Inconfortável com o silêncio entre nós três, eu limpo a garganta e volto a olhar Dylan, que não sabe se olha para mim ou para Francisco. Respiro fundo antes de lembrar que esse drama é minusculo comparado a situação de Amanda, que está em uma coma no momento. E eu, loira burra, estou aqui entre dois caras que assim que a minha presenca não estiver mais aqui com certeza avançariam um contra o outro. Eu rolo os olhos pela idiotice da situacao e ajeito a alça da minha bolsa no meu ombro. Me viro novamente para Francisco e fico na ponta dos meus pés, tentando o olhar nos olhos e seu olhar se desvia para os meus olhos azuis.
"Eu já volto, ta bom?" Eu asseguro Francisco e involuntariamente me aproximo, colocando minhas duas maos pequenas em seus ombros, o que causa o moreno a derreter completamente. Um sorriso maravilhoso aparece em seus labios e o mesmo passa uma mão em meu cabelo enquanto sorri.
"Não demora, loira," Francisco diz e se aproxima para deixar um beijo suave na minha testa e um sorriso involuntario comparece sobre meus lábios, deixando uma sensação estranha e bem vinda à minha pele. Eu assinto antes de me virar e relembrar da existência de Dylan, seu rosto claramente cansado e seus olhos quase não conseguindo encontrar os meus.
Eu pressiono os meus lábios e nós dois andamos em direção ao carro de Dylan. O mesmo faz uma tentativa falha de abrir a porta para mim, mas eu nego e entro no carro sem dizer muitas coisas. E assim foi o caminho inteiro para o hospital, Dylan tentando se aproximar um pouco, porém não recebendo correspondência alguma.
Isso não somente me confundiu, mas também confundiu Dylan. Na nossa ligação com certeza deu para entender que a nossa segurança um no outro ainda estava lá. Entendendo o que o outro quis dizer sem usar muitas palavras, sequer linguagem corporal. Era algo estranho e confuso, pois mesmo sentindo muita saudade de Dylan, e mesmo ainda acreditando que ainda poderia acontecer algo entre nós. Eu não sei se é a existência de Francisco que nos impede de ser algo novamente, ou se a nossa conexão não foi feita para um relacionamento como o que eu queria.
=-=
O check-in no hospital foi preocupantemente rápido, mas isso não veio à mente até eu e Dylan estávamos parados na frente da porta do quarto da Amanda. O número do quarto e seu nome escrito em um papelzinho que estava colocado dentro de uma parte de vidro. Eu respiro fundo, completamente instável mas logo sinto a mão de Dylan se entrelaçando à minha. Seus olhos castanhos encontram os meus e um senso de que tudo estava bem simplesmente foi estabilizado com poucos segundos.
E logo a porta do quarto foi aberta e o meu coração se partiu na mesma hora, me fazendo desabar em um choro. A garota forte e perfeita não estava mais ali. Seu corpo mais branco que a neve e completamente enfaixado nos bracos e pernas, um suporte de gesso firmando a sua cabeça. Seus olhos fechados, sem maquiagem nenhuma cobrindo uma cicatriz minuscula que adquiriu uma vez quando eramos pequenas e estavamos brincando. Sua mão fraca simplesmente parada. A garota parecia estar sem vida, e foi aí que a única coisa que estava deixando o meu corpo em pé eram os braços de Dylan. Ele me segura enquanto eu choro do mesmo modo que chorei quando perdi a minha mãe.
Um choro cheio de gritos, lágrimas, soluços e o corpo não tendo forças para se sustentar.
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Desculpa a demora por esse capítulo, eu fiquei um tempão sem o meu celular e só hoje consegui editar o capítulo porque não da pra editar do meu computador. Me desculpem mesmo 🥺❤️
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Querido Amor Proibido (revisando)
RomanceAlana Smith, uma garota de 16 anos, mora em Nova York, no bairro Queens. Em sua casa, so moram ela, seu pai -Jacob Smith- e seu cachorro chamado Max. Alana e uma aluna exemplar na escola e sempre esta a procura de fazer novas amizades. Quando ela co...