SER NATURAL É A MAIS DIFICIL DAS POSES

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Acordei toda dolorida e morrendo de calor, parece que tudo o que aconteceu ontem foi um sonho daquele tipo que parece real e você só espera acordar antes de pior.

Levanto desço as escadas pé por pé me preparando psicologicamente para conversar com Pedro, o que eu vou dizer para ele? Não tenho a mínima ideia só sei que precisamos conversar. Gostaria muito de poder pular essa conversa.

Chego no ultimo degrau que tenho que descer respiro fundo e dou um passo para a sala vou caminhando até o sofá e olho para baixo.

- Ué cadê ele? – falo baixo olhando o sofá vazio, não sei se estou aliviada por ele não estar aqui ou se fico apavorada. Será que sonhei tudo aquilo, sinceramente tomara que tenha sido sonho. Assim não tenho que lidar com a magnitude do que aconteceu.

Vou para a cozinha preparar um café para mim quando está pronto subo com a caneca para o meu quarto, pego meu celular e fico fuçando minhas redes sociais quando vejo uma chamada entrando.

- Oi Érica! – falo cumprimentando minha amiga/cunhada.

- Preta, como foi a noite? – ela pergunta de supetão. Encosto a caneca na testa pensando que realmente tudo aquilo não foi sonho foi tudo real ate demais.

- Não sei. – Digo porque é a mais pura verdade.

- Como assim não sabe! É claro que tu sabes como foi. Me conta tudo.

- Nós transamos tá satisfeita e foi maravilhoso. Mas Érica. Ô depois foi horrível.

- Tas me assustando como assim horrível?

- Não sei explicar. Vem para cá, convida a Rúbia e vem para cá. Por favor, preciso de vocês duas aqui comigo. – Falo passando a caneca quente de café na têmpora e lutando para não cair no choro mais uma vez.

- Certo vou ligar para Rúbia e vejo se ela pode ir comigo até aí.

- Obrigada. Te amo mais por isso. – Digo a ela e desligo.

Levanto deixando a caneca com metade do café em cima do criado mudo e vou ate o banheiro tomar um banho e quem sabe lá dentro expurgar essa culpa que me perturba a alma.

Entro no box, regulo a água para ficar muito quente entro embaixo da ducha meia boca que eu tenho no meu quarto e respiro fundo tentando organizar a bagunça que está na minha cabeça. Perdi a noção do tempo que fiquei no banho pensando na minha vida sem nem mexer. Acordo do meu transe com a campainha avisando que tem alguém na porta. Me visto as pressas porque as meninas não deve ser já que a Érica tem a chave, se fosse ela no máximo eu ouviria seus gritos avisando que tinha chegado.

Quando chego na porta olho pelo olho magico e não vejo ninguém, sinto minha nuca arrepiar, mas abro a porta mesmo assim. Não há nada nem ninguém do lado de fora mas um carro passa bem devagar nessa hora e meu pavor vai nas alturas por mais que o vidro desse carro seja escuro e não consigo ver do lado de dentro isso me deixa mais tensa ainda. Balanço minha cabeça em negação achando que tô pirando quando olho para baixo e vejo um ramo de flores e fico apavorada porque não tem flores só espinhos.

Desço os degraus da varando feito louca e olho para todos os lados procurando algo ou alguém no entanto ninguém aparece quando olho pra o outro lado da rua os seguranças descem do carro e vem na minha direção a presença desses homens enormes vindo rápido assusta a vida fora de mim dou um passo para traz me desequilibro e caio de bunda no chão com as mãos na grama da minha casa e por sorte só me doe a bunda. Quando eles veem que eu cai aceleram o passo correndo em minha direção. Eu sei que eles não vão me fazer mal, mas acho que depois do que me aconteceu estou condicionada a me proteger então eu me encolho em posição fetal no meio da calçada e tapo a cabeça com as mãos. Estou hiperventilando eu sei que esses homens estão aqui para me proteger, mas parece que o meu corpo não entende isso, parece que estou numa espiral de terror sem conseguir me controlar. Alguém me toca no ombro quando ouço uma voz que me conforta mais que tudo nesse momento. 

Pode ser que eu já esteja morta mas a voz do Jairo me pedindo para levantar é como um sopro de brisa fresca no verão de janeiro.

-Levanta meu amor tá na hora de recomeçar. Você precisa fazer isso por mim e por você. Te amo mais que tudo.

Acordo assusta com meu celular gritando pra ser atendido. Nem olho o número.

-Alô. – Digo para quem está do outro lado da linha. Sentada na cama toda suada e nua. Meu deus eu tô nua.

-Mãe chegamos na fronteira. Estamos na alfandega esperando para atravessas e ta cheio de gente aqui esperando também, mãe o Rômulo quer falar uma coisa.

- Mãezinha aqui é chato. O vô disse que tenho que te paciência, mas é muito chato ficar no carro esperando e a Laura não me deixa mexer no celular quando eu quero. – Escuto a impaciência do meu filho e no fundo a Laura chamando o irmão de bestão.

- Filho eu te amo. E você tem que entrar num acordo com sua irmã, vocês não podem ficar discutindo no carro além de ser apertado e vocês vão passar muito tempo juntos, não podem ficar discutindo se não vão fazer a viagem ser muito ruim e vocês foram ai para se divertir. Estou certa? – Pergunto.

- Sim Mãe. É que tô com saudades.

- Oh, meu pimpolho eu também estou morrendo de saudades de vocês. Tens que lembrar que o que vocês estão vivendo aí, vai ser maravilhoso para vocês. Me deixa falar com a Laura.

- Ta bom mãe. Laura toma. – Escuto um resmungo da minha filha. Essa menina ainda vai me deixar de cabelo branco antes dos quarenta, com certeza.

- Fala mamis.

- Laura eu te amo, mas você tem que pegar mais leve com seu irmão.

- Mas mãe ele é um chatonildo.

- Filha não fala assim. Seu irmão te ama assim como eu sei que você também ama ele. – falo com ela para ela não esqueça que apesar das brigas eles devem se respeitar acima de qualquer coisa.

- ta mãe. – mei que a contra gosto ela concorda comigo. Eu amo minha filha, mas não da para pegar leve com minha princesa se não ela caga na inha cabeça.

- Então Laura porque ser assim com ele?

- Mas mãe ... – Essa minha filha é osso duro nunca deixa de tentar argumentar.

- Laura presta atenção. Você tem que compartilha com seu irmão, somos só nós agora meu amor, eu preciso ter certeza que posso contar com você. Eu posso contar com a sua ajuda Laura?

-Pode mãe. – Minha filha confirma parecendo meio á contragosto. Fazer o que né ela tem que entender.

- Laura põe no viva voz. – Fico esperando a confirmação dela.

- Laura e Romulo eu amo muito vocês dois daqui até a lua ida e volta e vocês dois tem que entender que somos um time. Que temos que jogar juntos se não vamos perder. Temos que ser unidos pra gente alcançar tudo que queremos. Vocês entendem isso crianças? – pergunto já massageando as têmporas.

- Sim mãe. – Escuto eles responderem juntos dou um sorriso porque sei que tenho a melhor equipe da vida.

- Amo vocês mais que tudo. Se comportem, obedeçam seus avós e me liguem quando chegarem no hotel e quero fotos. Beijos, amo vocês daqui ate a lua ida e volta.

- Também te amo mãe.

- Também te amo mamis.

Desligo a ligação e levanto da cama para pegar meu roupão que está pendurado atrás da porta. Quando escuto a campainha tocar e sinto como se fosse um dejavu do sonho que tive, desço os degraus com o cu na mão. Vou para porta olho pelo olho magico e vejo Érica, minha cunhada, parada com as mãos espalmadas na porta e a cabeça baixa. Abro a porta e ela entra feito um furacão indo direto para cozinha. 

A pura luxuriaOnde histórias criam vida. Descubra agora