Um sonhador é aquele que só ao luar descobre seu caminho.

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    Acordo assustada parece que um trem passou em cima de mim, sinto meu corpo inteiro latejar. As memorias do que fiz com Pedro me invadem, como um soco na cara e uma dor no coração me derruba, não consigo segurar a força de sentimentos que estão explodindo dentro de mim, quando penso no que fiz, foi tão bom, não. Foi esplêndido.

Ouço barulhos lá no térreo será que alguém entrou aqui? – levanto me dando conta que estou nua e meu cabelo está mais bagunçado que de costume. Visto meu roupão que fica atrás da porta do meu quarto pego um taco de baseball que o Rômulo ganhou do Jairo meses antes da sua morte. Olho para o taco na minha mão avaliando o peso e pensando na ironia de me defender com um taco depois de receber uma facada com um canivete minúsculo que me deixou de cama por mais de 3 semanas.

Desço os degraus devagar de canto com o taco levantado pronto pra acertar uma paulada na cabeça de que estiver na minha casa. Me abaixo para ter uma visão da porta da frente, vejo que está fechada, mas a chave não está na fechadura. Meu coração parece que vai sair pela boca, chego ao ultimo degrau da minha descida olho para a sala e essa com a televisão ligada olho para a cozinha e está tudo escuro continuo com o taco levantado e vou ate a televisão para desligar, deve ter sido o barulho dela que me acordou. Quando me abaixo para pegar o controle que fica sempre no braço do sofá solto um grito e abaixo o taco com toda aminha força no monte deitado e tampado no meu sofá.

- Puta merda, caralho. – A pessoa de deitada no meu sofá levanta gritando e se encolhendo de dor, já que meu taco pegou bem nas pernas.

- O que você está fazendo na minha casa? – pergunto para um Pedro indignado e pelo visto com muita dor.

- Porra Karla é assim que você me agradece pelo sexo maravilhoso que tivemos mais cedo. – Tenho vontade de dar com o taco agora na cabeça dele por me fazer lembrar.

- O que você está fazendo na minha casa? – volto a perguntar, mas desta vez indo para a cozinha pegar gelo pra ele por nas pernas.

- Fiquei preocupado em deixar você sozinha. Acabei dormindo no seu sofá porque não sabia como você iria reagir se acordasse comigo do seu lado.

Pego o gelo coloco num saco e passo para ele, sem dizer nada.

- Obrigada por ter ficado e desculpa pelo machucado. – Parece loucura, mas esse homem me da paz e me leva a tormenta sempre que olho para ele ou ate penso nele.

Como se meu corpo tivesse se dado conta de tudo o que aconteceu me sinto tremer dos pés a cabeça quando meus olhos se encontram com os olhos do Pedro começo a chorar de soluçar, não consigo parar ainda estou olhando o Pedro e vejo ele se aproximar como se estivesse se aproximando de um animal arisco pronto para morde-lo, ele chega cada vez mais perto e meu choro fica cada vez mais agudo, ruidoso além de catarrento ou seja a coisa mais feia desse mundo nada digno mas não estou me importando com isso agora. Cho pelo meu marido, choro pela minha perda e choro por ter recebido o melhor orgasmo de todos os tempos e não foi meu marido quem me deu.

Pedro me alcança me abraça e me suspende eu agarro seu pescoço porque não sei o que posso fazer além de tremer e chorar. Ele me leva para o sofá beija o topo da minha cabeça e me pede calma que tudo vai ficar bem.

Eu sei que não vai ficar nada bem. Meu choro está forte demais para que eu consiga falar qualquer coisa. Começo a me debater no colo dele tentando me soltar, preciso de ar e não consigo respirar sentido o perfume dele dentro do meu nariz.

- De-desculpa. – Digo gaguejando. – Por favor você pode ficar à vontade aqui, preciso ficar sozinha preciso pensar.

- -Karla. – Ele me chama e tenta segurar a minha mão. Eu não deixo.

- Por favor Pedro amanhã conversamos eu preciso de um tempo para entender tudo isso, pra entender isso. – Falo apontando entre ele e eu, subo para o meu quarto tranco a minha porta me enrolo de roupão e tudo no meu edredom me deito na cama e choro por tudo, por mim, pelo Jairo e também pelo Pedro porque não sei se serei capaz de entregar aquilo que ele me pede quando olha nos meus olhos.

A pura luxuriaOnde histórias criam vida. Descubra agora