I Was Born To Love You

I'm in Love with my Car.

-Nós não vamos tocar isso Roger! -Brian fala jogando o papel em cima da mesa. 

Era Domingo de manhã e a banda se encontrava na sala de John em uma discussão árdua sobre tocar ou não a música que Roger havia escrito, com toda certeza Freddie não queria cantar, não só a música como pelo dia, ele não estava no humor. Freddie se sentia péssimo, tinha passado o dia anterior evitando qualquer forma de contato com Mary, ele estava mais pensativo do que antes e tentava ao máximo lembrar da noite anterior, mas quanto mais pensava mais ele se sentia atraído por Paul e aquilo não podia acontecer. No fundo Freddie queria que fosse verdade afinal esse era um lado dele que mesmo que não mostrasse aos outros ele tinha guardado.

-ROGER SAI DESSE ARMÁRIO AGORA! -Era Deaky gritando, isso cortou os pensamentos de Freddie, logo com essa frase... Essa frase pressionava cada centímetro do corpo de Freddie, a pressão começava pelo pé e aos poucos ia tomando conta de todo o corpo talvez até parar na garganta e gritar para todos o que eles muito provavelmente já sabiam. Freddie se levanta, a sala estava uma confusão mental e carnal impossível de explicar, havia papel espalhado por grande parte do chão, Brian estava do lado de John enquanto eles tentavam tirar o Roger do armário, Freddie não tinha a mínima ideia do motivo.

-O que está acontecendo? -Ele se aproxima da porta. 

-Roger falou que não vai sair de dentro do armário até nós prometermos que vamos apresentar a música dele pelo menos uma vez. -Freddie bate duas vezes na porta do armário, Roger pergunta quem é. -Sou eu Freddie. Posso entrar? -Houve alguns segundos de silêncio, mas a porta abriu e ele entrou. -Hey Roge, VOCE faz muita questão da gente apresentar sua música? 

-Sim... -Roger respira fundo. -É que todos vocês tem músicas incríveis que fazem as pessoas gritarem de felicidade e eu queria uma que fosse minha, entende?

-Eu entendo. Então vamos fazer assim, você toca e canta, o que acha? -Os olhos de Roger se arregalaram, ele estava animado com a ideia, mas ao mesmo tempo apavorado e mesmo que o armário fosse escuro, os olhos de Roger eram tão grandes e luminosos que davam para ser enxergados no escuro, não com perfeição, mas quem precisa de perfeição quando se você está em um armário apertado com Roger Taylor. -Eu acredito em você, mais do que você mesmo e mais do que possa imaginar.

-O-Okay. -Roger o abraça apertado. -Acho que já está na hora de sair desse armário.

-É eu também... -Freddie olha para as mãos. Ele realmente precisava sair desse armário.

-Freddie esse armário e pequeno demais para você.

-Deve ser o tamanho do meu pau. -Freddie debocha de Roger e os dois saem do armário.

Após alguns ensaios de algumas músicas significantemente boas eles ainda tinha uma hora para fazer alguma coisa antes de irem para um pub tocar.

-Como está Mary? -Deaky pergunta, ele não sabia, ninguém sabia na verdade, talvez Roger.

-Não sei. -Fala ele como se não fosse nada demais ele não saber como ela estava. -Eu vou sair um pouco, preciso me concentrar para hoje, volto em meia hora.

Freddie saiu o mais rápido possível da casa e começou a andar sem destino, ele estava com as mãos no bolso da jaqueta de Mary, ele não pensava em nada até sentir um papelzinho no bolso da jaqueta, era um endereço e mais uma vez Freddie é pego num encruzilhada que não sabia onde ia dar. Era melhor correr. Foi o que ele fez, talvez o destino soubesse melhor quem escolher.