Capítulo Doze

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A casa de Oliver era mil vezes maior e mais bonita do que a minha. Pisquei várias vezes os olhos quando entrei, a decoração era exatamente como eu escolheria e não tinha nada cafona como eu imaginava. A decoração clara era moderna dando um ar mais sofisticado a casa, entrei casa a dentro sem me importar com Oliver, adentrando na sala de jantar. A mesa era enorme e eu com certeza já conseguia imaginar quantas vezes eu jantaria aqui. A mesa era de madeira, sendo a única coisa rústica no local dando um aconchego a casa. Passei meus dedos por ela sentindo-a, eu amava decorações rústicas. E aquele com certeza seria meu local preferido da casa.

- Noire, essa é minha esposa Zoe Wado. E Zoe, a Noire é encarregada da cozinha.

A voz de Oliver surgiu do nada como sempre. Senti uma pontada de culpa por ter esquecido do contrato, e esquecido que eu não estava aqui por férias e sim por obrigação.

Dei as costas para Oliver, abrindo um sorriso gentil para a mulher loira a minha frente. Seus olhos eram gentis e ela parecia ser uma pessoa doce, o meu sorriso foi retribuído e ela me puxou para um abraço me pegando totalmente de surpresa.

Faziam meses que eu não abraçava ninguém de verdade.

Demorei um pouco para rodear meus braços ao redor dela, mas o fiz. Ela soltou um risinho antes de me soltar.

- Então foi você que laçou esse coração de pedra? - Perguntou dando um tapa no ombro de Oliver.

- Dá para parar? - Resmugou rude para Noire antes de sumir pelo corredor.

Meus olhos seguiram Oliver por um momento enquanto ele caminhava  em direção para sei lá onde. Eu aproveitava momentos que ele não podia me flagrar olhando para ele e fazia algumas notas mentais sobre a sua aparência. Os ombros largos dele estavam cobertos pelo tecido preto o deixando mais bonito, Oliver Wado de terno era a oitava maravilha do mundo. Aquele homem era lindo sem nenhum esforço aparente, e incrivelmente sexy quando sorria de forma sarcástica.

Se Brian era o Cavaleiro branco, Oliver com certeza era o cavaleiro negro.

Voltei meus olhos para a possível governanta a minha frente me sentindo envergonhada no momento em que ela sorriu para mim.

- Você vai ter que ter paciência para aguentar Oliver. - As palavras saíram da sua boca em tom suave, mas seus olhos eram algo parecido como aviso de mãe.

Ela com certeza não sabia do contrato, nem que aquilo era uma farsa. Meu primeiro casamento era uma enorme farsa.

- Eu terei. - Disse firme dando um sorriso confiante.

Noire me analisou um pouco antes de assentir. Seus olhos espertos faziam uma vistoria na minha expressão, ela parecia querer desvendar o que se passava na minha mente. Seu olhar começou a me incomodar por um instante, eu odiava quem fazia isso comigo.

- E então? O que tem para comer? - Perguntei tentando distraí-la.

- Oh! Você está com fome? Que cabeça a minha, venha querida. - Sua expressão curiosa foi tomada de confusão antes dela pegar meu pulso e me guiar para o que parecia ser uma cozinha.

Meus olhos curiosos varreram o local, estava tudo limpo e arrumado. Não existia mais nenhum empregado na cozinha além de Noire, franzi o cenho. Será que ela cuidava de tudo sozinha?

- Ninguém mais trabalha aqui? - Perguntei curiosa.

- Dia de folga. - Ela falou enquanto puxava um bloquinho de papel e uma caneca de sei lá onde. - Preciso saber a que alimento você tem alergia, para evitar problemas.

Ela me deu a caneta e o bloquinho. Graças a Deus eu não tinha muitas alergia como a maioria das pessoas da minha família, eu poderia comer tudo, exceto...

- Nozes. - Oliver falou aparecendo de repente na cozinha pegando uma maçã em cima da mesa, dando uma mordida na mesma. O stalker realmente sabia de tudo.

- Eu já disse que você me sufoca? - Perguntei irritada. Ele me mandou um beijo e eu revirei os olhos escrevendo a palavra nozes no papel. Ele terminou de comer sua maçã em duas mordidas e Noire estendeu uma para mim, fiz uma careta negando.

Eu odiava maçãs.

- Zoe, suas coisas já estão no closet. Quer conhecer o quarto?

Oliver falou casual, a sua expressão era inocente e me senti errada por maliciar a frase. Assenti e acenei para Noire antes de ir embora, Oliver segurou minha mão me levando para o andar de cima.

O quarto estava impecável, tudo era tão organizado que me deu agonia. A cama King sinze se encontrava no meio do quarto, existiam duas mesinhas perto da cama. Na frente da cama tinha uma televisão grande suspensa na parede, e existiam duas poltronas perto da varanda do quarto. Era tudo lindo, e extremamente masculino, tudo gritava Oliver naquele lugar.

- É lindo. - Murmurei.

Ele olhou demoradamente para mim antes de assentir. Seu blazer foi tirado sem cerimônia antes dele jogar no chão. Oliver estava sorrindo para mim como se estivesse tentando me provocar, ignorei a tensão do local e desviei meus olhos dos dele, olhando para o chão.

- É Armani, não se trata um Armani assim. - Falei indiferente a sua tentativa de jogar charme.

- É só uma roupa, amor. - ele deu ombros como se não se importarsse. - Nós temos que conversar.

- Sobre o quê? - Franzi o cenho, não estava tudo certo? Bufei. Estar com Oliver era sempre uma confusão a mais.

Sua mão puxou um cartão dourado de cima do criado mudo que estava ao seu lado, e ele suspendeu o braço, esticando-o para mim.

- O que é isso? - Perguntei.

- Seu cartão. - Ele disse como se fosse óbvio.

- Achei que tínhamos concordado que eu não vou gastar seu dinheiro como se fosse meu. - Falei irritada. - Achei que você tinha dito que eu iria trabalhar para você.

As minhas palavras eram pura raiva enquanto eu me aproximava da cama.

- Sim, você começa amanhã. Mas isso, - balançou o cartão em sua mão. - É um presente.

Olhei para ele com escárnio sem conter um riso debochado.

- Porque está fazendo tanto esforço para me comprar? Você não percebe que já fez isso?

Minhas palavras foram duras. Eu não iria aceitar aquele cartão ridículo nem que estivesse sem onde dormir. Oliver achava errado se por um momento, pensou que eu me deslumbrava pelo dinheiro dele. Um sorriso maldoso se espalhou pelo seu rosto antes dele contornar a cama calmamente parando em minha frente.

- Você acha que eu estou pedindo, amor? - Sua voz assustadoramente baixa me fez dar um passo para trás. - É uma ordem, Zoe. E é melhor você cumprir.

Suas palavras rudes eram baixas. Ele contornou a minha mão que estava fechava e deu um beijo singelo, seus lábios estavam quente como o inferno e eu estremeço assim que sinto o contato deles com a pele da minha mão. Esqueci da nossa pequena discussão por um momento, dando a ele exatamente o que ele queria no momento, a minha distração. Seus olhos verdes fixaram nos meus enquanto ele me puxava lentamente pelo braço. Meu corpo encostou no seu e eu não conseguia dizer uma palavra,  uma pequena parte de mim estava borbulhando de raiva por estar sendo tão burra e manipulável aos encantos de Oliver. Seu braço rodeou a minha cintura e me puxou para mais perto. Seu sorriso de satisfação foi desfeito quando ele se inclinou para beijar meu rosto.

E então ele tinha milhões de beijos, e me deu todos eles.

Oliver beijou minhas bochechas, depois meus lábios, minha clavícula e um ponto abaixo da minha orelha. Ele se afastou um pouco para me olhar nos olhos, sua expressão era séria e ele era ainda mais bonito de perto. Seus lábios se abriram em um sorriso enquanto ele me pegava nos braços me tirando do chão.

E por esse momento, eu não lembrava de mais nada a não ser os lábios dele na minha pele.

FOGO NO PARQUINHOOOOOOOOOOO

Contrato EscarlateOnde histórias criam vida. Descubra agora