OITO

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Era domingo e eu estava entediada por estar fazendo absolutamente nada

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Era domingo e eu estava entediada por estar fazendo absolutamente nada. Foi então que resolvi ir na Domino's, apenas para encher o saco de Kaled e dos meus companheiros de trabalho.

- Põe mais força nisso! É um balcão, e não a bunda de um bebê. - Pirracei Calvin, um dos garçons da Pizzaria.

Calvin era um rapaz esguio e com a pele muito clara, tinha cabelos castanhos claros, quase loiros, e pequenos olhos igualmente castanhos. Ele aparentava ser muito sério, mas toda a equipe do Domino's sabia que ele era uma boa pessoa e que gostava de nossas brincadeiras.

- Vem cá fazer então. - Falou olhando para mim. Eu apenas soltei uma risada sapeca.

- Meu joelho não deixa... - Falei movimentando brevemente a minha perna com a tala escura, com intuito de que ele olhasse e pisquei para ele.

Calvin apenas revirou os olhos me achando uma completa retardada e continuou a fazer o trabalho dele. Esse era o meu relacionamento com as outras pessoas que trabalhavam naquela pizzaria: pequenos comentários brincalhões e divertidos, sem aproximação emocional maior que essa. Mas é claro que sempre nos ajudávamos quando necessário, um cobrindo o lugar do outro quando surgia alguma emergência, ou algo do tipo.

Kaled saiu havia cinco minutos para fazer as entregas e depois ele iria me levar em casa. O médico havia me dito para ficar em repouso esses dias, mas eu juro que estava tendo o maior cuidado com o meu joelho, o problema é que eu me sentia sufocada dentro do meu quarto.

Passei um tempo conversando com Jennie, uma das balconistas e depois eu fui ao banheiro.

Assim que saí, dei três passos,bem dificultados pelas muletas, passando apenas da entrada iluminada e larga do corredor que levava aos banheiros masculino e feminino, quando vi Hayden Foster em uma das mesas próximas. E como se alguém tivesse jogado uma praga enorme em cima de mim, ele havia olhado em minha direção no mesmo momento. E adivinha? Ele se levantou e começou a andar em minha direção.

O que eu havia feito de tão ruim para merecer isso?

Eu me virei na tentativa de voltar para o banheiro com o intuito de que ele não chegasse a falar comigo, mas ele chegou perto de mim num piscar de olhos e me fez virar em sua direção. Malditas muletas!

- Você não deveria estar em repouso? - Perguntou franzindo o cenho parado na minha frente, com um semblante sério.

- E isso te interessa? - Perguntei sem paciência. Eu sinceramente não estava afim de falar com ele, eu não tinha um pingo de interesse.

Mas algo me chamou a atenção antes que ele começasse a rebater o meu comentário grosseiro.

Entraram dois homens no restaurante e um deles me era muito familiar. Na verdade, muito, familiar.

Richard Cox.

Merda, merda, merda... Eu não parava de repetir isso na minha cabeça e tenho certeza que fiquei um pouco pálida, na verdade, eu devo ter ficado já que Hayden parou de falar qualquer coisa que ele estivesse falando.

O garoto seguiu o meu olhar, se virando para ver o que havia me feito ficar assim. Mas eu não o deixei ver o meu maior pesadelo que, por sinal, agora estava vindo em nossa direção enquanto conversava com outro homem jovem, mas ele não havia me visto ainda. Foi por isso que puxei Hayden em minha direção, retomando sua atenção automaticamente para mim e encostei minhas muletas na parede do corredor, me equilibrando facilmente em apenas uma perna, enquanto o garoto me olhava sem entender.

Ele não poderia me ver, não mesmo. Eu não faço a mínima idéia do que ele irá fazer se me ver.

A única ideia que eu tive foi passar por despercebida. E provavelmente eu me arrependa muito após realizar a única maneira de fazer isso.

Me virei, coloquei os braços em torno de Hayden cobrindo o seu rosto com o meu, e o garoto me olhou muito confuso antes de eu tomar os seus lábios em um beijo quase incidente.

Os lábios dele eram frios, mas macios e úmidos. Tinha um gostinho de álcool e hortelã, como se tivesse acabado de escovar os dentes e bebido uma dose de Vodka.

E algo naquele gostinho tinha quase feito eu me esquecer do motivo que me levou a beijá-lo.

Se houve alguma hesitação da parte dele, durou uma fração de segundo. Os seus braços me enlaçaram, as palmas das suas mãos pousaram na sinuosidade da minha cintura e em seguida deslizaram pelas minhas costas. Em seu abraço e total envolvimento, ele me girou de forma que eu ficasse de costas para Richard Cox, que se aproximava cada vez mais, e me encostou na parede logo ao lado.

Eu particularmente fiquei extasiada ao perceber como os nossos lábios se encaixavam perfeitamente em um beijo simplesmente estonteante.

Senti os dois homens passarem do nosso lado entrando no corredor que nós estávamos e o cara que acompanhava Richard disse em um baixo resmungo:

- Que falta de vergonha na cara.

Eu nem me importava com o fato de eu ter me atracado com Hayden em um restaurante, com um beijo relativamente vulgar. E além do mais, o que acontecia no corredor do banheiro não era visível para quase ninguém, apenas para enxeridos ou para quem quisesse usar o banheiro feminino. Hayden deve nem ter escutado, mas eu estava tão aflita por ter reencontrado esse ser asqueroso que estava atenta a qualquer ruído.

Um leve sentimento de fúria encheu o meu coração, mas rapidamente desapareceu quando o doce calor do desejo se espalhou pela minha barriga. Percebi que minhas mãos se apoiavam no peito de Hayden, sentindo o seu corpo rígido, o que fazia meu coração bater mais rápido. Já as mãos dele deslizaram para cima e para baixo por baixo da minha blusa solta, acariciando suavemente as laterais dos meus seios, sentindo o meu sutiã de renda e sem bojo. Então o seu polegar roçou no meu mamilo rijo por cima do meu sutiã.

Eu quase, quase gemi. E tive certeza que ouvi um suave murmúrio vindo dele.

É apenas algo temporário, disse a mim mesma, mas o meu corpo respondia ao toque dele e a cada centímetro do seu corpo firme e voluptuoso contra o meu.

Pare com isso. Pare com isso!, disse para mim mesma, tentando lutar contra o desejo que crescia dentro de mim.

Quando eu me afastei de Hayden, seu olhar encontrou com o meu e eu vi um certo brilho nos seus olhos. Então, sem fôlego, ele pronunciou com a voz rouca e baixa:

- Uau!

PAH!!

BastardOnde histórias criam vida. Descubra agora