VINTE E CINCO

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Meu segredo foi revelado

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Meu segredo foi revelado. Agora Hayden Foster sabia uma pequena parte do meu passado nebuloso, vergonhoso e traumatizador. Entretanto, apenas esse pequeno conhecimento era mais do que o suficiente para acabar com a minha vida aqui em San Diego.

Eu deixei que ele me confortasse, por mais que eu estivesse o querendo bem distante de mim naquele momento. Apesar de tudo, eu precisava de refrigério. Precisava que alguém me segurasse por um momento até que eu me recuperasse. Além disso, necessitava de que ele se desse conta de que realmente não poderia falar o que ficou sabendo para ninguém. Caso o fizesse, isso me destruiria.

O pavor de ter o meu passado revelado era nítido. Nunca imaginei que apenas uma semana da minha vida fosse trazer consequências duradouras e gerar estigmas emocionais permanentes.

Quando me afastei, ele me deu tempo para enxugar as minhas lágrimas e controlar a minha respiração, inspirando e expirando bem fundo diversas vezes, antes de me perguntar sobre o boletim de ocorrências que a pouco tempo entreguei para um agente policial.

Expliquei sobre ter contado toda a verdade e que três policiais foram para a festa a fim de tentar encontrar o verme do Henry Collerman. Eu tentei passar todas as informações possíveis sobre o rapaz, incluindo o que ele estava usando naquela noite. Consegui até enviar aos policiais uma foto procurada ás pressas no Facebook dele. Provavelmente eles demorariam mais alguns longos minutos para chegarem. Certamente eles iriam dar um fim à toda a diversão lá no reservatório. Só espero que o verme ainda esteja lá e ainda por cima caído no chão de tão bêbado, para que não consiga nem ao menos tentar fugir.

- E seus amigos? Eles foram também? Eles podem se dar mal se forem pegos. - Hayden tenta puxar assunto.

- Eu liguei para eles antes de preencher o B.O., e também pedi para que Kaled mantivesse Henry lá por bastante tempo, pelo menos até os policiais chegarem. - Digo simplesmente, com a expressão mais séria o possível. Não quero prolongar muito a nossa conversa. A minha vontade de conversar com ele naquele momento era mínima.

De repente começo a sentir muita sede, consequência do porre que tomei hoje e insinuo levantar a fim de pedir um copo de água para o recepcionista da delegacia. Entretanto, Hayden segura o meu antebraço fazendo com que eu me sente novamente.

- Você está com o tornozelo fodido, para de ficar levantando tempo todo. - Diz de maneira ríspida.

- Relaxa, eu só ia pedir água. - digo sem muita energia para contestar algo.

- Deixa que eu pego. Você tá machucada, e o mundo não vai acabar se me pedir pra eu lhe buscar um copo d'água. - Comenta e se levanta para ir pegar a minha água. Revirar os olhos me parece inevitável.

Que cavalheiro.

Luto conta a vontade de soltar a minha ironia em voz alta.

Não demora muito para eu escutar o som das sirenes retornando para a sede policial. Alguns segundos depois, o primeiro policial entra pela porta. Minha atenção está completamente direcionada para ela.

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