Epílogo

723 73 13
                                    

  Alec estava sentado na mesa de seu escritório, com um o laptop aberto e quatro grandes pilhas de documentos à sua frente. O garoto as encarava suspirando. Era quase meia-noite. Madzie havia ido dormir na casa de Isabelle, assim como Clary. As duas iriam lhe fazer companhia e ajudar a cuidar do bebê, depois de expulsarem os garotos e inventar uma "festa do pijama".

  Simon e Jace convidaram Alec e Magnus para sair, mas Alec estava atolado até a alma de trabalho, e Magnus decidiu ficar com ele, mesmo o garoto tendo insistido para que ele fosse se divertir.

  Como se os pensamentos de Alec fossem um chamado, Magnus aparece na porta do escritório com uma taça entre os dedos. Alec sente o perfume inconfundível e se vira, sorrindo instantaneamente. Magnus pousa a taça sobre uma prateleira extremamente organizada e caminha até o garoto, abraçando-o por trás. Ele sente seus pelos se eriçarem enquanto puxa o feiticeiro contra si, como se quisesse impedí-lo de se afastar.

  As mãos de Magnus viajam até os ombros do garoto enquanto ele digita com a mão livre.

  - Você está tão tenso, amor. - Ele massageia devagar suas costas, sentindo seus músculos relaxarem sob seu toque - falta muito?

  - Eu tenho que terminar esse relatório e arrumar essas fichas em ordem alfabética. Essa parte infelizmente precisa ser feita a mão. - Ele indica as quatro pilhas com a cabeça e vira-se para encará-lo.

  - Só isso?

  Alec ri, um tanto quanto incrédulo.

  - Só? , amor?

  Magnus vira sua cadeira rindo e se senta em seu colo.

  - Devo lembrá-lo que você se casou com um feiticeiro? Deixe-me resolver isso pra você.

  O garoto o encara meio confuso, ainda por causa do sono.

  Magnus estala os dedos, movimentando os papéis pelo ar até voltarem para a mesa, um após o outro, dentro de pastas. Cada pasta para uma letra do alfabeto.

  Alec ri e esfrega os olhos.

  - Obrigada. Mas não pode ficar fazendo o meu trabalho sempre… - Ele diz com um tom manhoso e arruma o feiticeiro em seu colo, apoiando sua cabeça em suas costas.

  - Sabe o que eu não posso? Dormir sem você naquela cama gigante toda vez que precisar trabalhar até mais tarde.

  Magnus se vira e beija a testa do garoto com carinho e afaga seus cabelos. Alec levanta a cabeça e morde o pescoço do feiticeiro.

  - Anda, termine esse relatório e vamos para a cama. Vou preparar alguma coisa pra você comer enquanto isso. - Ele diz, se levantando.

  Antes que tenha tempo de caminhar, Alec o puxa de volta pela cintura, descendo a mão por suas pernas e selando seus lábios num beijo calmo.

  Que não foi calmo por muito tempo

                                 ***  
 

  Estava frio. O quarto estava completamente escuro, e através do breu, Magnus observava Alec, vestindo apenas uma cueca, enquanto se perguntava se não estaria com frio.  Observá-lo era como dar morfina a um viciado. Magnus podia passar horas e horas apenas olhando para ele. Sabia todos os seus detalhes de cor. Sentia seu peito subindo e descendo sob sua mão, no instante em que parava de controlar a respiração. Os breves sorrisos que ele deixava escapar e até algumas caretas quando seus sonhos envolviam matar demônios.

  Alec se move inquietamente, deixando a mão do feiticeiro cair sobre o colchão. Ele agarra os lençóis com força, como se estivesse reprimindo algum tipo se dor.

  - Alec? - Ele sussurra contra seu ouvido, tocando sua cintura.

  - Me dê meu arco e flecha, Jace. Eu vou matá-lo agora.

  Magnus ri baixinho, esfrega levemente seu nariz no rosto do garoto e o beija suavemente. Alec abre os olhos devagar ao sentir os lábios do feiticeiro contra os seus e sorri, beijando-o de volta.

  - Sabia que você fala enquanto dorme? - Ele diz contra os lábios do garoto e desenha com a ponta do indicador a runa em seu antebraço - É adorável.

  - Eu te acordei? Me desculpe - Ele se senta e apoia as costas na cabeceira da cama, esfregando os olhos. Em seguida sorri timidamente e abre um pouco os braços, chamando Magnus subliminarmente para sentar em seu colo.

  - Eu já estava acordado - Ele começa, sentando-se nas coxas de Alec e se aninhando em seu peito. - Gosto de ver você dormindo. Como quando está acordado, é como se travasse uma batalha com seus pensamentos. Em determinado momento você se perde em sua mente… um cantinho isolado que só você conhece. Eu queria poder seguí-lo.

  Ele sorri e beija sua testa, puxando-o para si.

  - Você segue, já que eu quase sempre estou pensando em você. Está lá o tempo todo, se perdendo nos meus pesadelos até transformá-los em sonhos.

  Magnus sorri e entrelaça seus dedos nos dele, erguendo sua mão e depositando levemente um beijo nela.

  - Quando estava... em coma, - Alec começa - eu pensei em você. Eu o vi lá, claramente, como se estivesse na minha frente, me observando, e soube que queria viver, mais do que jamais havia desejado qualquer coisa, nem que fosse pra ver  o seu rosto mais uma vez.

  Magnus o aperta, como se quisesse ter certeza de que ele não iria desaparecer. Ele toca seu rosto com cuidado, enquanto tentava conter uma lágrima teimosa que insistia em rolar.

  - A primeira noite… todas na verdade, mas principalmente a primeira... aquela noite foi toda a minha guerra. Eu te coloquei na cama, te chamei muitas vezes mas você nunca respondia. Eu só me mantive firme porque sabia que precisava de mim, mas era tão difícil...

  - Izzy me contou como todas as noites você me lembrava do "sempre e pra sempre". Você é… meu milagre. Eu preciso de você mais do que imagina. - Ele beija a testa do feiticeiro.

  - Eu não sei dizer se te amei no primeiro momento em que o vi, ou se foi no segundo, ou no terceiro, ou no quarto. Mas eu me lembro da primeira vez em que o vi. Você andando na minha direção. E percebi que, de alguma forma, o resto do mundo parecia desaparecer quando eu estava com você. Isso se intensifica a cada dia. Sou capaz de quebrar o inferno por você. - Alec sorria, sentido o hálito de Magnus contra seu pescoço. - Quando duas almas são como uma, elas ficam juntas na vida. Eu nasci nessa vida pra te amar, e o amarei na próxima...

  - E depois dessa também - Alec completou.

Magnus sorri e começa a distribuir beijos pelo abdômen do garoto, depois mordidas, depois chupões, enquanto ouvia-o deixar escapar um gemido sôfrego.

  Em menos de alguns minutos suas posições estavam trocadas, Alec distribuía mordidas e beijos por toda a extensão do feiticeiro, trabalhando minuciosamente as marcas, fazendo o máximo de barulho possível.

E ali, naquela madrugada fria de Nova York, dois corpos se uniam, bem como duas almas.

  Alguns dizem que não existe verdade absoluta, mas essa é a verdade mais absoluta que pode existir.

  Em todas as vidas que sucedessem, Alec amaria Magnus, e Magnus amaria Alec. Duas almas de mundos opostos que foram unidas. Eles sempre pertenceriam um ao outro.

                                   Sempre e
                                        para sempre...

 

 

Para sempre além do agora (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora