Bem-vindos ao mundo da realeza

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Quando chegamos na mansão Grant para ficar "definitivamente"(nada é definitivo nessa vida),o meu tio veio nos buscar na nossa velha casinha,morávamos num bairro pobre no subúrbio, então quando chegamos á mansão Grant foi um verdadeiro impacto:dois mundos se chocavam,a periferia e o primeiro mundo,dentro de um mesmo país,numa mesma cidade,por mais que parecesse que entrávamos num novo universo,a imponente construção onde habitava a pequena Emilly,ficava apenas 40 minutos ou menos da nossa modesta casinha.

Senti saudade da minha velha casa,do meu pequeno quartinho,da minha cama,quando fomos viver na mansão titio disse que não precisávamos levar nada além dos nossos pertences pessoais e assim foi,levamos conosco somente o essencial:roupas,alguns calçados(que não eram muitos),minha boneca Genoveva foi junto,e eu estava realmente preocupada que ela fosse enjoar durante a viagem,pois ela nunca fora tão longe antes,mamãe levou alguns quadros da casa e alguns poucos objetos de seu apreço,lamentou imensamente do fundo da alma não poder levar suas plantas,ao que meu tio disse que não necessitava tanto drama pois na mansão tinha um glorioso jardim,minha mãe argumentou que nunca poderia ser tão glorioso quando seu pequeno jardim,que fora regado com tanto amor.

Colocamos todas nossas malas e algumas caixas de papelão no porta-malas do fusca vermelho de titio, e embarcamos em nossa viajem rumo ao nosso novo lar,pela janela eu avistava a nossa paisagem periférica que ia casa vez mais se distanciando...ficando para trás,e dando espaço á um novo campo óptico mais "nobre".

 Quando chegamos avistamos um imenso portão todo gradeado,era branco e tinha algumas flores na parte superior pareciam até esculpidas á mão de tão bem desenhadas que eram,e no centro flores delicadas formado a letra g,que no princípio não entendi,pois era muita pequena mas esse pequeno detalhe não me passou desapercebido, sempre fui muito detalhista.

Através do portão era possível ver árvores gigantescas(ao meu ponto de vista aos 8 anos elas pareciam maiores que realmente eram),a grama verde que se espalhava como tapete por todo o solo,e muitas flores ao redor da casa que parecia muito distante,e realmente a casa era enorme,estávamos ansiosos para saber o que se escondia atrás daquele imenso portão,que era maior que nossa pequena casa na vila.

Meu tio interfonou para dentro(não lembro bem)só lembro que como num passe de mágica o grande portão se abriu e quando vimos já tínhamos adentrado aquela imensa propriedade conduzidos por meu tio que guiava seu fantástico automóvel vermelho(assim ele se referia á ele pelo menos),meus pais não conseguiam esconder o espanto,imagina eu, estava de boca aberta(literalmente)imagina se as minhas amigas da vila sonhassem onde eu estava vivendo,eu só tinha visto uma casa tão bonita nos filmes de Hollywood.

A garota tristeOnde histórias criam vida. Descubra agora