Fred

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Ás vezes Emily me dava carona, as vezes não, aí eu ligava pro titio me buscar, mas logo logo eu teria outro carro(pelo menos era o que eu esperava),também ela não gostava que fôssemos vistas juntas, ela preferia ser vista com as sem cérebro e que eram conhecidas como as que já tinham dormido com os alunos de todo os cursos, mas pra casar elas selecionavam, não eram tão burras assim né?

Pra casar só os que eram filhos de banqueiros, médicos, advogados e além do mais tinham que ter um sobrenome de prestígio, eu achava difícil que rapazes de boa índoles fosse querer aquelas...bom, mas não se tratava de índole e sim de negócios, casamento entre a elite(na maioria dos casos),é apenas um negócio.

Eu estava indo para a minha aula de teoria literária poética, e esbarrei desastradamente num garoto que vinha pelo caminho.

Não o vi nem sei no que estava pensando mais eu estava com alguns livros na mão que tinha pedido emprestado na biblioteca, para não fazer volume na mochila, eu já carregava muitos livros.

—Me desculpa eu não queria esbarrar em você ...eu não te vi.

—Calma não precisa se desculpar, disse o cara à minha frente, ele apanhou todos os livros e me entregou.

Notei que ele tinha um sorriso incrível.

—Sou Fred, aluno de medicina (todos os alunos de medicina gostavam de dizer que eram alunos de medicina alguns desfilavam com seus jalecos por aí, o que deveria ser proibido, mas eles não se importavam.

—Igualmente, Samantha aluna do curso de letras.

O que pra ele não deveria ser nada atrativo, só os sem ambição escolhiam letras, professores eram mal pagos, interpretes e escritores idem.

No entanto amava as letras (ainda amo e não me arrependo nem um pouquinho da minha escolha, devemos fazer o que gostamos, aí sim seremos felizes em nossa profissão,isso é mais que dinheiro).

 -Ah eu curto literatura, gosto de livros, sempre leio um bom livro.

—Ah é? qual você tá lendo agora?

—Você tá duvidando de mim?

—Não, só quero saber.

—Deixa eu me lembrar...Dom casmurro de Machado de Assis.

Fiquei meio surpresa e desacreditada com aquela história, ele não tinha cara que leria os grandes clássicos da literatura.

—Ah, uau e em que parte da história você está?

—Aha desconfiando de mim mais uma vez né?

—Não, afinal pra que você iria mentir?

—Pra te impressionar?

A maneira que ele falou isso saiu tão espontânea que dei uma risada:

—Hahaha ,me impressionar e por que um cara como...você, ia quere fazer isso?

Ops, Ah cara, eu não acredito que eu disse isso escapuliu.

—Acho que você é uma garota que um monte de cara tentaria impressionar.

Nossa! Minha cara virou um pimentão vermelho naquela hora.

—Ah eu acho que tenho que ir, a minha aula começa em 5 minutos, tchau.

—Calma, eu disse algo demais?

—Não só que não quero me atrasar, eu quero acompanhar essa aula, porque tô meio perdida nessa matéria sabe?

—Acho que você tem cara de inteligente, só deve tirar nota boa, acertei?

—Bom, eu me esforço, mas às vezes não me saio tão bem assim.

—Eu duvido.

—Bem, de qualquer forma eu não quero me atrasar.

Disse e saiu quase que voando dali, sei lá era muito tímida com garotos, especialmente um garoto tão bonito como aquele.

—Ei espera, ele gritou: Me dar seu telefone?

—Ehh...eu tenho que ir desculpa.

—Então tá, agente se esbarra.

Meu Deus que sorriso incrível ele tinha, passei toda a aula pensando naquele garoto, parecia que pela primeira vez eu ia ter uma nota vermelha pra colorir meu boletim, pelo menos se eu não parasse de sonhar com Fred e prestasse atenção na aula, era exatamente isso que ia acontecer.

A garota tristeOnde histórias criam vida. Descubra agora