Sky Lover

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Um Olhar Do Paraíso

Por: SxHunnie

"Não declares que as estrelas estão mortas só porque o céu está nublado."

Acostumado com a rotina cansativa de estudos e trabalho, Byun Baekhyun estava em um momento de paz. O único tempo que conseguia tirar de sua agenda apertada era para se sentar sob a luz da lua e admirar a imensidão infinita incrustada de pontos brancos, ora juntos, ora dispersos, formando incontáveis desenhos capazes de definir signos e estações, capazes até mesmo de apontar alguma direção.

Era apaixonado.

Desde que se entendia por gente, o pequeno Byun se viu apaixonado pelo universo, ainda que achasse este um pouco cruel com suas conspirações.

Se via ainda mais encantado por estrelas, e sua maior paixão se resumia a encará-las por um longo tempo e sentir-se relaxar.

Certa vez, quando ainda aprendia sobre os números em sua escolinha, resolveu contá-las, percebendo ser um ato impossível. Como contar astros que morrem e nascem a cada dia? São infinitos, porém existentes, ainda que as nuvens pesadas de um céu nublado impeçam que sejam vistos.

>>•<<

Era terça-feira, já se passava das cinco da tarde quando Baekhyun parou o carro no sinal fechado. Afrouxou a gravata e afastou os fios lisos dos olhos, se inclinando no banco para observar o céu que deveria estar começando a ser pintado em tons de laranja, mas exibia pesadas manchas em tons de cinza escuro. Praguejou baixinho, era mais uma das diversas noites em que não poderia observar os astros brilhosos enfeitando o céu preto e fazendo companhia à solitária lua.

O sinal abriu e o som de buzinas raivosas invadiu seus tímpanos, o assustando e o fazendo voltar a dirigir pelo trânsito caótico das ruas de Seoul. Já estava quase chegando em seu apartamento em Gangnam quando os primeiros pingos grossos atingiram o para-brisa, sendo seguidos por outros que pareciam se multiplicar. Acelerou fazendo uma curva brusca ao adentrar a garagem do prédio e trancou o veículo seguindo em passos rápidos até o elevador logo selecionando seu andar.

Suspirou ao entrar em casa e foi até o banheiro deixando sua bolsa e as peças de roupa espalhadas pelo caminho, mesmo sabendo que depois teria que guardá-las. Mergulhou na água quente da banheira enquanto ouvia o barulho relaxante que as gotas de chuva faziam ao se chocar com o vidro das janelas. Saiu ao ver o estado de seus dedos já enrugados e se secou precariamente, enrolando a toalha branca felpuda na cintura fina. Vestiu seu rotineiro traje caseiro constituído por uma cueca boxer e uma blusa de frio fina e grande o suficiente para alcançar o meio de suas coxas grossas.

Calçou meias e pantufas antes de buscar algo para comer na cozinha e se sentar na cadeira confortável da varanda para admirar o céu em toda sua plenitude. Não deixaria o mau tempo atrapalhar sua rotina relaxante, admiraria as nuvens pesadas e as gotas que batiam forte no vidro enquanto se enchia com o lámen recém preparado e se perdia em pensamentos.

Ao longe - bem, bem longe - um ser olhava por si. Baekhyun não sabia, mas desde que nascera era seguido pelo gigante. Não que ele fizesse por mal, era sua função tomar conta do menor, mas sua obrigação passou a ser um dos maiores prazeres de sua vida eterna quando - sem querer - se viu prestando atenção demais no baixinho frágil, e o anjo nem ao menos se lembrava quando passou a reparar, com outros olhos, cada movimento do Byun.

- Continuar encarando não vai fazê-lo te notar. - Assustou-se com a voz já conhecida soando tão próxima.

- Eu não quero que ele me note Jongin-ah. Sabe que se eu quisesse ele já teria me visto. - Virou-se, colocando a mão no bolso de sua calça branca e olhando rapidamente o anjo de pele levemente morena que sorria ladino.

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