— Tem certeza, Mione?
Harry questionou a amiga com um tom de voz muito esquisito. Hermione Granger olhou de Harry para Draco, parado mais atrás.
— Tenho sim, Harry. Ron e eu ficaremos por aqui mesmo.
Ron balançou a cabeça, concordado. Os olhos animados percorreram o Grande Salão, observando as pessoas ali de modo distraído.
— Mione e eu vamos comemorar do nosso jeito.
Mione corou e desviou os olhos. Harry deu de ombros e resolveu não insistir. Voltou-se para Draco e sorriu com os olhos fechados: - Parece que é só você e eu, Malfoy.
— Acham que compensa sair essas horas? Já passa das oito e os portões de Hogwarts fecham às 9:30. Não terão muito tempo.
Draco sorriu com ares de superior e esticou o próprio crachá, quase esfregando na cara de Ron:
— Vê isso, Weasel? Eu posso abrir o portão de Slytherin a qualquer hora com o meu crachá.
Ron corou e ficou quieto. Mas os olhos fumegavam, como se ele estivesse segurando para não grudar no pescoço do loiro. Mione tentou remediar a situação:
— Juízo vocês dois! Não bebam muito, amanhã começam as eliminatórias. As chaves ainda não foram definidas, mas é melhor não estarem de ressaca.
Harry concordou e Draco rolou os olhos. Logo os quatro se despediram, e enquanto Ron e a namorada seguiam na direção dos dormitórios, afastando-se do Grande Salão que se esvaziava, Draco voltou-se para Harry:
— Então, Potter? Qual o seu plano maravilhoso para essa noite?
Harry sorriu amplamente, e passou a mão pelos cabelos espetados: - Porque não me chama de Harry, Draco?
O Slytherin olhou de forma desaprovadora para a bagunça do cabelo do outro. Parecia indignado com a aparência desordenada dos fios.
— Você não penteia os cabelos não, Potter? Escova é uma invenção muito útil, e existe há séculos...
Harry deu de ombros.
— Não é como se fizesse diferença, pentear ou não os cabelos. Eles ficam do jeito que bem entendem, por mais que eu tente arrumá-los. - respondeu sem insistir para que o outro usasse seu primeiro nome, apesar de perceber que ele tentava disfarçar. - Podemos ir agora? Antes que fique muito tarde.
— Claro. Vamos no meu carro ou no seu?
Harry riu: - Não tenho carro. Terá que ser no seu.
Draco balançou a cabeça: - Acabei de ganhar. Minha mãe queria que eu tivesse uma imagem mais austera. - desdenhou.
Os rapazes seguiram em direção a portaria de Slytherin. Harry notou que o caminho ia declinando cada vez mais para baixo, como se seguissem para o subsolo. A um ponto, naquele em que encontraram Draco conversando com Pansy, o corredor aberto se bifurcava em duas passagens: uma continuava descendo e a outra virava para a direita.
— Slytherin fica nas 'Masmorras'. - Draco explicou - Diferente de Gryffindor e Ravenclaw que ficam nas Torres e Hufflepuff que está em algum lugar perto da praça de alimentação. Nunca fui lá.
Desviaram para a direita. Logo Harry pode ver uma portaria decorada em tons de verde e prata, com um estandarte dominado por uma serpente estilizada. Era idêntica ao crachá de Draco.
— Isso tudo é muito interessante. Nunca imaginei que houvesse tantos detalhes por trás de um simples concurso de música.
— Não é um simples concurso. - Draco bufou pelo descaso - Seu amigo Weasel tem razão: Hogwarts abre todas as portas. Não existe nenhuma banda de sucesso que não tenha competido aqui e vencido. Essa é a diferença entre os talentosos e aqueles que surgem na mídia e logo desaparecem. Hogwarts é para sempre, Potter.
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I can see clearly now - Drarry
FanfictionHarry e seus amigos possuem uma banda e precisam urgentemente de um vocalista para se inscreverem em um concurso musical. É nessa hora que surge Draco Malfoy e sua voz maravilhosa. ©Essa história foi escrita por Kaline Bogard sem fins lucrativos, f...