Hogwarts

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— Harry, não vou permitir que faça uma coisa dessas!

O garoto suspirou diante do tom de voz irritado de seu padrinho que não admitia réplicas. Os olhos verdes buscaram por Remus Lupin que estava sentado do outro lado da mesa e acompanhava a explosão de Sirius com enfado.

Os três estavam na cozinha da casa do padrinho de Harry, e o moreno perdera a conta de quantos ataques iguais aquele o homem já tivera desde que descobrira que o novo vocalista da Wiz era ninguém menos que Draco Malfoy, filho de Lucius Malfoy, o homem que mais odiava na face da Terra. Sorte que a semana estava quase acabando.

Sirius se recusava a ouvir a voz da razão.

— Padrinho...

— É loucura! Você esqueceu que Lucius é um maldito assassino?

— Sirius, pare por aí. O resultado da perícia foi negativo, não há provas...

— Não seja ingênuo, Remus! Malfoy foi o produtor daquele show! Ele nos contratou para fazer a abertura da noite, e o maldito sabia que o local era precário e não suportaria todos aqueles expectadores!

Remus fechou os olhos e suspirou. Detestava se lembrar daquela noite... Odiava as memórias do pânico e caos de quando o palco não suportara o peso imposto e despencara em cima de milhares de pessoas que haviam ido assistir as apresentações beneficentes promovidas por Lucius Malfoy.

Não apenas o palco, mas toda a estrutura do local despencara. Muita gente morrera esmagada, entre essas vítimas, os pais de Harry Potter. Outras, como Lupin, sofreram ferimentos gravíssimos, outros ainda enfrentaram um desesperador estado de coma, a exemplo de Sirius. Poucos tiveram tanta sorte quanto Harry que saiu com uma pequena cicatriz em forma de raio na testa.

Fora uma noite de pesadelo para todos.

Ainda hoje, tantos anos depois, às vezes era feito uma espécie de documentário em algum canal de televisão, ou em algum jornal para relembrar a tragédia que abalara o mundo e destruíra uma das bandas mais promissoras do século, Os Marotos.

Evidentemente investigações foram feitas, mas não havia indícios que Lucius Malfoy promovera aquele show com intenções de causar tal desastre. Seria absurdo pensar isso apenas porque Os Marotos estavam batendo seu principal contratado em todas as paradas de sucesso.

Aquele não era um motivo forte o bastante para provocar um acidente tão bizarro.

Mas Sirius não aceitava aquilo. Ele sempre julgaria Lucius Malfoy culpado pelo que ocorrera e não escondia isso de ninguém.

— Mas os policiais...

— Danem-se os policiais, Remus! Você acha que Lucius não seria esperto de comprar a todos? Você não acha que ele subornou os peritos para que adulterassem o resultado da perícia? Ele é capaz de tudo!

— Padrinho...

— Harry, você está proibido de participar do festival se aquela cria dos Malfoy for o vocalista da banda! Aposto que tem o sangue tão ruim quanto o pai... Vocês não viram a cara de esnobe que ele tem?

— Ter uma cara de esnobe não faz de ninguém um assassino, Sirius.

O moreno olhou feio para seu amante que apenas rolou os olhos. Eita homem teimoso!

— Padrinho, me escute. - Harry fez um gesto com as mãos quando viu que Sirius ia interrompê-lo novamente - Sei que o senhor tem razão para estar chateado, o que aconteceu foi terrível, eu entendo sua dor. Perdi meus pais aquela noite, lembra?

Sirius passou a língua sobre os lábios e sentou-se na cabeceira da mesa ficando muito tenso, mas em silêncio.

— Concordo com Remus. As investigações não encontraram nenhuma prova contra Lucius Malfoy, mas eu acredito que se ele for culpado dessa monstruosidade ele vai pagar mais cedo ou mais tarde.

I can see clearly now - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora