7: Chungho é o verdadeiro assassino

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Quando se nasce com a morte na alma, não há o que se possa fazer.

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— É uma possibilidade. Não podemos confiar em ninguém, Jooheon — falei.

— Vamos fazer assim — Minhyuk disse — eu, Hyunwoo e Jooheon investigamos o irmão de Hyungwon. Você, Kihyun e Changkyun investigam o zelador Park.

— Todos de acordo? — Jooheon questionou, recebendo uma resposta uníssona e positiva de todos nós.

Depois do intervalo, todos voltamos para nossa sala. Minha cabeça doía, eram muitas possibilidades, muitas variáveis. Eu estava com medo do que encontraria no final desse túnel. Luz ou trevas?

[...]

Hyunwoo deixou eu, Changkyun e Kihyun em minha casa. Quando minha mãe perguntou o motivo da repentina visita, eu disse que teríamos trabalho para fazer. Perguntei a ela se podíamos usar o escritório dela, pois seria mais fácil e prático. Assim que recebi a permissão dela, a dei um beijo na bochecha e levei os dois para lá.

— Por onde começamos? — Kihyun perguntou.

— Do começo, né — Changkyun ironizou e levou um tapa no abdômen.

— Pegue — entreguei um notebook para Changkyun e Kihyun já sacou o celular do bolso.

— O que exatamente vamos procurar, Hoseok?

— Artigos que tenham Park Jiyong.

— O cara tem uns 60 anos, nem devia existir internet na época — Changkyun disse. Revirei os olhos e retirei o notebook de sua mão para entregá-lo à Kihyun.

— Vá procurar na biblioteca então, senhor Lim — o provoquei. Ele odiava ser testado, e assim como previ, ele se levantou rapidamente para correr até a biblioteca no centro da cidade — seu namorado pode não parecer, mas é bem esquentadinho — Kihyun riu.

— Changgie é a melhor pessoa do mundo — murmurou, todo apaixonadinho. Ah, eu era da mesma forma com Hyungwon. Te entendo perfeitamente, Kihyun — Hoseok.

— Hm?

— Como você está com isso tudo? — ele apressou-se e complementou — digo, com essas descobertas sobre seu namorado.

— Não sei, Kihyun. Francamente, eu não tenho a menor ideia. Mas acho que me sinto aliviado por saber mais um pouco sobre Hyungwon, e até entendo o fato de ele ter escondido isso de nós. Eu faria o mesmo também.

Kihyun sorriu.

— Vocês eram lindos juntos — disse baixinho, me fazendo ser obrigado a concordar.

Depois disso, ficamos em silêncio, procurando qualquer vestígio que incriminasse ou ligasse o zelador ao incidente de Hyungwon. Foram longas horas, até que Changkyun ligou.

— Você quer a notícia boa ou a ruim primeiro?

— Ruim — respondi, olhando para um Kihyun tão curioso quanto eu.

— Eu não achei nada sobre o velhote. Até dei uma passada na delegacia aqui perto, perguntando sobre ele, mas ele está limpo. E nem precisa se preocupar, ninguém desconfiou.

— E a boa?

— Eu achei um artigo sobre Chungho. Estou indo pra sua casa.

E desligou.

— O que era? — o Yoo perguntou.

— Ele não achou nada sobre o zelador. Mas parece que tem algo sobre Chungho.

Changkyun voltou um pouco depois das seis, com um livro e dois jornais em mãos.

— Você sabia que... — Changkyun parou para respirar um pouco. Ele puxou o quadro transparente que minha mãe usava para avaliar seus casos da firma e começou a desenhar e escrever nele — Chae Hyungwon não tinha só um, mas sim dois irmãos?

— Que?

— Leia — Changkyun estendeu o papel, já um pouco amarelado pelo tempo que ficou guardado, e o peguei — a criança chama Renjun. Ele morreu no dia do próprio aniversário.

Entreguei o papel a Kihyun após ler o título.

— Lembra quando você insinuou que Chungho pode ter matado Hyungwon? Eu acho que ele matou. Tudo ficou mais claro depois que li essa manchete.

Changkyun fez alguns rabiscos no quadro, ligando nomes e acima das setas que fazia, escrevia os motivos para alguns fatos acontecerem.

— Hyunwoo conheceu o Hyungwon no sétimo ano, certo? Renjun morreu um ano antes, no sexto. Mas tem uma coisa nessa história que não me convenceu muito.

— Chungho foi o último a ver o irmão — Kihyun disse.

Na manchete dizia que a família Chae havia ido passar três dias na casa do lago que tinham em Busan para comemorar o aniversário de Renjun. Os pais deixaram as crianças brincando enquanto resolviam assuntos de trabalho. Mas mesmo seis empregados eram insuficientes para três crianças agitadas. E, nisso, duas acabaram fugindo do campo de visão dos empregados. Somente uma criança voltou, pela noite, quando os policiais encontraram Chungho no meio da rua, alegando estar perdido. Hyungwon ficou nos jardins, com o mordomo, Eunwoo, longe de qualquer conflito.

— E o corpo? — indaguei — nunca foi encontrado?

— Eles mencionam que encontraram Renjun após drenar o lago. Mas não fizeram um funeral público pra ele, como foi o de Hyungwon. Não quiseram chamar ainda mais atenção.

— Chungho afogou o próprio irmão? — Kihyun indagou, amedrontado — ele é um monstro. Não duvido que tenha matado Hyungwon também.

— Bom, descobrir isso não cabe à nós — Changkyun disse — quando eu encontrei essas manchetes, eu mandei uma mensagem pro Hyunwoo, que já estava quase chegando na mansão dos Chae, pra investigar Chungho.

— Será que vão conseguir pressioná-lo ao ponto de ele contar o que ele fez e livrar a barra de Hoseok?

Suspirei.

— Não vou conseguir dormir até descobrir quem matou o Wonie — sussurrei, já sentindo o aperto em meu coração. Kihyun deu tapinhas carinhosos em minhas costas, indicando que eu não só podia como devia chorar.

E assim o fiz, passei o restante do anoitecer chorando e sentindo a falta de Hyungwon.

QUEM MATOU O NÚMERO QUATRO? 「 2Won 」Onde histórias criam vida. Descubra agora