11: No fim, os rabiscos têm significado

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Devemos chorar as pessoas à nascença, e não aquando da sua morte.

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— Isso significa que Chae Hyungwon desenhou o próprio rosto com as cartas que me mandava — concluí.

— Como que esses rabiscos esquisitos, juntos, viraram o rosto de Chae Hyungwon? — Jooheon ainda estava chocado.

— E tinha isso no cachecol que ele me deu — entreguei os pen-drives para Hyunwoo — podem usar meu notebook pra ver — continuei com o olhar fixo naqueles papeís, em busca de uma mensagem, em busca de qualquer coisa.

— O que estava escrito na última carta de Hyungwon? — Changkyun indagou.

— Ele dizia o quanto me amava e que não estava nenhum pouco arrependido de nada que fizemos.

— Se tem tantas pistas assim, é possível que tenham mais — Hyunwoo sugeriu — como aquela no armário dele. Ele deve ter deixado mais algumas coisas.

— Como isso tudo é possível? — Minhyuk disse baixinho, sentando-se na minha cama.

— Mortos também têm segredos — Changkyun respondeu.

— Coisas que podem ser descobertas com quatro números — comecei a pensar — pode ser a senha de um cadeado, de um cartão, de...

— Já pensou se for um número de uma prateleira na biblioteca? São quatro números, indicando a seção e o número do livro. Pelo menos quando pego livro na nossa escola é assim — Kihyun soltou no ar.

— Hyunwoo, vem comigo — pedi, às pressas. Antes de deixar o quarto, agradeci Kihyun pela sugestão e baguncei seus fios claros.

— Devíamos discutir primeiro, Hoseok. Não podemos simplesmente ir na biblioteca da escola e...

— Temos que apostar em tudo agora. Hyungwon deixou pistas, Hyunwoo. Temos que seguí-las.

Eu e o Son entramos no carro e ele dirigiu até a escola. Parecia tão desnorteado quanto eu, já que ultrapassou três sinais vermelhos e quase bateu o veículo no meio-fio ao estacionar.

— Qual era o número? — Hyunwoo perguntou quando entramos na biblioteca. Eram diversas prateleiras, muitas possibilidades e pouco tempo. Estávamos à poucos metros de distância do culpado, eu podia sentir. Hyungwon nos mostraria o caminho.

— 4023.

— O que estamos procurando exatamente? — Hyunwoo entrou entre as prateleiras de trás e eu me encarreguei das duas prateleiras da frente.

— Eu também não sei — confessei — mas saberemos quando encontrarmos.

Meus dedos passaram pelos muitos livros de capa dura daquela seção, não encontrando o número correspondente. Hyunwoo também não teve sorte, então continuamos à procura em prateleiras diferentes, igualmente não tendo sorte.

— Hoseok, algo me diz que se você for na prateleira quatro e buscar o número 23, vamos achar o que Hyungwon quer nos mostrar. Se continuarmos procurando por seção, vamos apenas perder tempo, porque não tem seção número 40.

Assenti. A prateleira número quatro ficava atrás da que eu estava, bastava contar 23 livros e estaria diante daquilo que Hyungwon quer me dizer.
Ao reconhecer aquela capa, eu travei. Era o livro favorito de Hyungwon.

— Achou algo? — eu devo ter ficado fora de órbita por muito tempo, porque Hyunwoo chegou ao ponto de chamar minha atenção me chacoalhando — Hoseok?

QUEM MATOU O NÚMERO QUATRO? 「 2Won 」Onde histórias criam vida. Descubra agora