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— O que deseja fazer nesse cabelo? — Aurora perguntou, passando a mão neles

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— O que deseja fazer nesse cabelo? — Aurora perguntou, passando a mão neles.

— Não sei. — Dei de ombros. — Eu gosto dele assim.

Ela me levou até um salão de beleza, onde depois de muitas discussões, cortei meu cabelo na altura dos ombros e gostei do resultado. Meu cabelo nunca esteve tão curto.

— Uau! — Ela sorriu. — Você quebraria o coração de alguém em um piscar de olhos.

Pensei em Klaus, meu desejo é ter esse resultado sobre ele.

Voltamos para sua casa e ela ligou para alguém, o mesmo confirmou que já estava chegando.

— As bruxas da cidade estão a nosso favor. Elas querem tanto quanto nós acabar com os Mikaelson. Sabe que o seu irmão também está entre elas?

— James? — Perguntei surpresa. — Se faz mesmo mil anos então ele deveria estar morto.

— Ele estava. As bruxas canalizaram magia dos ancestrais e trouxeram ele de volta.

— Aonde ele está? — Perguntei ansiosa.

— No cemitério das bruxas, ele virá em breve. — Examinou as unhas sorrindo. — Meus amigos estão chegando para colocar o plano em ação.

A campainha tocou e dois homens entraram sorrindo.

— Esse é meu irmão — ela apontou para um dos homens —, Tristan. O outro é Lucien Castle.

— Eu sou Mary Stuart. — Acenei com a cabeça.

— É mais bonita do que eu imaginava — Lucien disse.

Me surpreendi com o modo como ele falou.

— Obrigado, eu acho. — Franzi a testa.

— Klaus transformou o Lucien e Elijah, Tristan — Aurora falou.

— Mas claro que eu tenho um jeito de desligar a ligação entre mim e Klaus — Lucien disse.

A campainha tocou outra vez e a porta se abriu, soprando um vento frio e revelando James.

Meus olhos se arregalaram em surpresa e corri abraça-lo.

— Você está viva — ele disse incrédulo.

— E você também. — Abrei ele e senti seu cheiro familiar.

— Vocês têm muito o que conversar. — Aurora saiu com os dois homens.

Sentei no sofá, ao lado de James e não consegui conter a emoção, derramando algumas lágrimas.

— Como você está? — Perguntei. — Ainda é bruxo?

— Sim, sou. — Sorriu feliz. Ele fez uma mágica estalando os dedos e fazendo as velhas janelas abrir.

— Eu sinto tantas saudades da magia. — Suspirei.

— Ela ainda está em você, eu posso sentir, só está bloqueada. — Segurou minha mão, percebendo a minha tristeza. — Sobre essa Aurora, eu não confio nela. As bruxas e os ancestrais falam sobre uma profecia que deverá se cumprir e modo como ela vai acabar não me agrada.

— Eu também não confio nela, mas ela me ajudou. Então acho que lhe devo o beneficio da dúvida. — Mordi o lábio inferior, pensando com raiva em tudo o que eu passei. — E no final disso tudo aquele maldito bastardo vai implorar para ficar vivo.

— Mary... — James segurou meu braço, me tirando dos pensamentos. — Sua boca...

Passei o dedo em meu lábio e ele sangrava com pressão que fiz com os dentes, mas logo sarou, deixando só o gosto metálico do sangue.

— A conta vai chegar algum dia — falou calmo. — Talvez devêssemos perdoar ele. Deixar nossa vingança para Deus.

— Nunca! — Fechei os punhos. — Eu não esqueço e não perdoo! Deus não fez nada esses últimos mil anos e ele ainda continua causando mortes e destruição. Deus não existe, mas o meu ódio e o desejo de vingança sim.

— Você está cega de ódio e raiva.

— É porque não foi você quem sentiu seu coração sendo arrancado pela pessoa que mais amava.

— Mary, eu acho...

— Não, James! A minha decisão está tomada. — Respirei fundo. — Eu vou ter o que eu quero e se alguém quiser me parar terá que me matar!!

Vi olhar decepcionado de James. Eu não sou mais aquela que ele conheceu, eu nunca mais vou ser ela.

— Vamos mudar de assunto. — Segurou minhas mãos. — Enquanto estava morta o que você viu? Para mim parecia o paraíso, era um campo, como o da aldeia, porém as pessoas eram tão amigáveis e gentis. É muito clichê isso, mas foi tão real para mim, só faltou você lá.

Desviei o olhar e lembrei sem querer do que parecia um pesadelo.

Meu corpo estava todo coberto por sangue pegajoso e grosso. Eu estava no escuro e havia uma enorme escada, na qual eu desci e cai na escuridão. A queda nunca tinha fim e era tão amedrontador, minha mente estava pesada, eu não conseguia gritar ou respirar e a falta de ar foi a pior coisa. Parecia que mesmo com todos os esforços para chegar a algum lugar, aquilo só piorava e ficava mais escuro, até no final eu ser engolida totalmente pela escuridão. E esse ciclo se repetia, um após o outro, sem fim e cada vez pior.

— Não lembro. — Menti, olhando para as minhas mãos. — Acho que foi parecido com o seu.

James percebeu a mentira, mas não tocou mais no assunto, respeitando o meu silêncio.

Agora eu só conseguia pensar em como estava vazio e escuro, sem ter ninguém para me ajudar.

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 𝐴𝑙𝑖𝑣𝑒 ✦ 𝐾𝑙𝑎𝑢𝑠 𝑀𝑖𝑘𝑎𝑒𝑙𝑠𝑜𝑛 ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora