Casamento

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  Se tinha algo que podia dizer da sua última semana era: Caos.

  Desde que príncipe Junmyeon o levou para uma cafeteria no centro da cidadezinha ao redor do palácio e que ele sabia ser agora uma vila, segundo os costumes do país, afinal a capital de Sião não era lá, era a muitos quilômetros dali – Outra questão de Sião: o palácio do rei não ficava na capital - Desde aquela manhã em que ele explicou tudo para si e tirou suas dúvidas e ficaram lá até quase ao entardecer, desde então tudo tinha virado mesmo definitivamente uma loucura.

  Ele aceitou o casamento, ele se tornaria o príncipe consorte dos onze príncipes de Sião, ele se tornaria um nobre.

  E aquilo começou naquele dia mesmo da sua conversa longa com o príncipe. Foram designados dois pajens para ele – Soube que pajem era tipo um servo pessoal, mas que para sua paz de espírito, eram empregados e só tinham aquele título mesmo, recebiam salários e tudo, Sião não era tão arcaica assim embora não tivessem muitos eletrônicos ali, aliás quase nenhum para ser justo – E então soube o que significava ser um consorte real. Se sentia uma noiva em clima feroz de preparativos e mal conseguia assimilar tudo, entre roupas, tratamento estético e banhos dignos de filmes épicos, alimentação e aula intensiva de etiqueta e assuntos reais de Sião que ele deveria saber... No meio daquilo tudo ele só conseguia entrar no quarto a noite para desmaiar na cama.

  Nunca pensou que ia ficar tão feliz de ter Yoongi e Key ao seu lado, não mesmo, porque eles foram tão amigáveis desde o princípio que se não fosse o apoio deles naquilo tudo, teria saído correndo.

  Não que a ideia de fugir não lhe passasse toda hora pela cabeça, mas tinha prometido que ia tentar, que ia fazer aquilo...


"— Eu sei que isso parece injusto – Ele tinha dito para Chanyeol enquanto ambos tomavam chocolate na varanda de um bonito chalé que era uma casa de chás e bebidas quentes – Meu pai lhe trouxe sobre um falso pretexto sem pensar em você e se tivesse família ou uma vida realmente boa em Seul eu seria o primeiro a ajudar você a voltar, mas não é a realidade Chanyeol, não há nada para você lá, mas tem uma nova vida boa para você aqui. Te esperando. Podemos fazer dar certo, tem a minha palavra que nenhum dos meus irmãos tocará em um só fio do seu cabelo sem que seja da sua vontade. Vamos no seu ritmo, do seu jeito, no seu tempo. Depois do casamento todos vamos nos mudar para a ala do harém e terá que compartilhar o quarto toda noite com um de nós ou mais de um de nós, contudo prometo que não vai acontecer nada que não queira, será como foi com Baek, eu prometo. Mas nos dê essa chance hun? O reino acredita mesmo que nosso casamento será uma benção da família real aos súditos e meu pai também acredita que você será feliz. Não somos perfeitos, temos alguns problemas e eu sei que já percebeu isso, mas daremos o nosso melhor, tudo o que peço é uma chance."


  E ele como um coração de manteiga derretida aceitou. Afinal era só vestir um terno e se casar, não é? E ainda estaria seguro da masmorra... Foi iludido!

  Parecia mais final de ano escolar do que um casamento, o que aquele povo estava pensando?

  Nem mesmo viu algum dos príncipes aquela semana! Já sentia como se tudo aquilo fosse um pesadelo exótico no qual não conseguia acordar... um pesadelo exótico muito louco diga-se de passagem...

— Aí está você, chuchu! – A estilista oficial do reino entrou em seu quarto onde Key terminava de ajudá-lo a se vestir – Não era terno, era uma roupa tradicional de Sião que se chamava Gho, uma espécie de kimono de algodão e ceda, meio roupão que ia até a altura dos joelhos e, geralmente é amarrada com um cinto chamado Kera. Era confortável e bonito, na verdade, mas Channy ainda estranhava usar algo assim. Uma faca toda incrustrada de rubis foi dado a ele para usar na cerimônia, afinal, de acordo com a tradição, os homens devem carregar sempre um pequena faca na cintura e sabia que todos os príncipes estaria trajando a mesma roupa, claro que apenas ele estaria todo de branco. Como mandava a tradição... – Olha como meu trabalho desesperador surtiu efeito, está lindão, chuchu!

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