XV - "Quero que o mundo saiba"

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Miranda e Andrea serviram de travesseiro para Cassidy e Caroline, mas enquanto as meninas respiravam tranquilas, as mulheres não conseguiram dormir. Elas estavam deitadas lado a lado na cama, cada uma com uma menina aconchegada em seu corpo. Ainda assim, existia a necessidade de contato mesmo que fosse mínimo, o que fez com que elas dessem as mãos.

Depois de um longo tempo o sono finalmente as tomou e ainda que conturbado, já era uma chance para descansar um pouco.

"Andy, acorda."

"Não..." ela murmurou sonolenta, afundando ainda mais o rosto no travesseiro.

"Então eu vou comer todas as panquecas que a mamãe está trazendo."

Andy abriu um dos olhos, fazendo a menina rir baixinho.

"Caroline Marie Priestly, se a sua mãe não estiver trazendo comida mesmo você terá sérios problemas, mocinha."

A garota riu abertamente, se jogando nos braços da morena. Era bom vê-la assim, principalmente depois de o que tinha acontecido no dia anterior.

Elas ouviram passos se aproximando e por olhar combinaram de fingir que estavam dormindo.

"É, acho que vamos ter que comer tudo isso sozinhas, Cassidy. Você acha que aguenta comer todo o sorvete que eu havia separado para sua irmã e para Andrea?" O corpo de Caroline nessa hora já tremia tentando conter os risos, fazendo com que Andrea também não aguentasse.

"Sorvete no café da manhã? Quem é você e o que fez com Miranda Priestly?" As crianças sorriram e logo Cassidy também estava colada ao lado de Andrea.

Miranda colocou cuidadosamente a bandeja que carregava em cima da cama, diferente do que sua filha havia feito com a bandeja menor.

"Sim, sorvete que eu mesma fiz."

"Você fez sorvete? Conta outra, Miranda!"

Elas comeram o café lentamente, se divertindo e sorrindo com as crianças. Contudo, Andrea conseguia ver que Miranda estava escondendo algo. Talvez nem fosse nada ruim, já que as gêmeas estavam estranhamente eufóricas demais.

Quando terminaram de comer – Andrea tendo provado o melhor sorvete de frutas vermelhas com chocolate branco da história – as crianças desceram com as bandejas mesmo que sob protesto da mãe, jurando não derrubar nada.

"Miranda... o que houve?" Andrea murmurou e a mulher se aproximou dando-lhe um selinho.

"A detetive Hodges me ligou cedo." Andrea ficou tensa, como a editora sabia que ficaria.

Ela sabia que jovem estava aflita, assim como sabia também que o que lhe diria a seguir causaria ainda mais tensão.

"Querida, ela me ligou para dizer que o... O seu ex-namorado não resistiu. O estado dele estava crítico durante a madrugada."

Andrea chorou. Por alívio na mesma proporção eu por culpa.

Miranda a segurou firme enquanto a jovem derramava as lágrimas que contivera durante a noite pela paz de espírito das suas meninas.

Ela levantou os olhos, o cenho franzido. A editora beijou-lhe a testa de maneira carinhosa, os olhos azuis transbordavam carinho, amor, cuidado e tantas outras coisas que faziam o coração da mais nova errar a batida. "E-eu matei uma pessoa... Você não está com raiva? Como você pode ainda me amar?"

"Você salvou as três pessoas mais importantes da minha vida, minhas filhas e você mesma. Como eu poderia não te amar?"

"M-as eu poderia ter encontrado outra saída."

Uma Lua Por VezOnde histórias criam vida. Descubra agora