Capítulo 3 - Diamante.

79 7 16
                                    

Senti uma dor muito forte na minha cabeça e era como se agulhas estivessem sendo colocadas na minha testa.

Espremi os olhos e os esfreguei com as mãos, começando então abri-los.

De imediato tudo ficou embaçado, mas lentamente tudo foi ficando mais nítido, quando eu o vi na minha frente.

Eu arregalei os olhos e comecei a balançar a cabeça em sinal de não, assustada.

- Você ... não, você não é o Ryan!

Eu agora tinha certeza de que estava louca, deitada naquele sofá.

Na minha frente estava o Ryan, agachado me olhando, meio confuso em me ver daquele jeito.

Eu encolhi as minhas pernas no sofá, enquanto ele se levantava.

- Como não sou eu?! Dove o que está acontecendo? - Ele disse, tentando segurar a minha mão, mas eu nem deixei que ele encostasse em mim e gritei.

Me levantei do sofá e comecei a me afastar dele, estendendo a mão pedindo para que ele se afastasse.

- Não chega perto de mim!
- Dove, sou eu o Ryan.
- Você não é o Ryan, ele está morto.
- Morto? De onde você tirou isso?! Se acalma.
- Não! Saí daqui.

Eu comecei a correr, subindo as escadas em direção ao quarto e me tranquei.

Eu estava tremendo, assustada. Isso
era um sonho e eu sei que a qualquer momento eu iria acordar.

Me afastei um pouco da porta e meus olhos começaram a se encher de lágrimas e logo em seguida ouvi Ryan começar a bater na porta.

- Dove, abre essa porta. Quem está começando a ficar assustado agora sou eu.
- Você não é o Ryan, saía da minha casa.

As batidas na porta continuaram e ele insistia em me chamar pelo o meu nome e pedir para que eu abrisse.

- Dove?! Abre essa porta, daqui a pouco eu tenho que ir pra cafeteria e minhas coisas estão aí dentro! Dove?!

Ele mexia na maçaneta e colocava força para abri-la, sem nenhum sucesso.

Quando Ryan disse que suas coisas estavam dentro do quarto, eu me virei e olhei o quarto como um todo. Haviam mesmo coisas dele espalhadas ali.

Seu violão estava em um suporte no canto. Suas camisas xadrez estavam no meu closet e até mesmo seu tênis estava próximo à porta do banheiro.

Eu levei as duas mãos na boca e comecei a chorar.

- Isso não é verdade! Isso não é verdade.

Eu sussurrava a mim mesmo, enquanto sentia a pulseira balançar no meu pulso.

Desviei meus olhos para o criado mudo e vi um porta retrato e o peguei em mãos, olhando uma fotografia de nós dois, uma fotografia recente, uma que até então não tínhamos tirados ainda e na fotografia eu já usava a pulseira.

Eu deixei a foto novamente no criado mudo e a olhei a pulseira notando que um dos pingentes estava faltando. O pingente do diamante.

Ryan ainda me chamava do lado de fora e eu não sabia o que fazer, mas eu tinha que tomar alguma atitude.

Cheguei próximo à porta e encostei a minha mão na madeira e sussurrei por seu nome.

- Ryan?
- Dove, abre a porta por favor? O que está acontecendo?
- Me responde uma coisa, do que eu sempre te chamei quando te ouvi cantar?
- Como assim?
- Responda! Do que eu te chamava?
- Rouxinol!

. um conto de natal . // make you stay Onde histórias criam vida. Descubra agora