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As cortinas pareciam dançar sobre a regência do vento, sua dança era iluminada por pequenas brechas de luz do sol, que iluminavam não só sua performance, mas também me ajudavam a admirar o rosto adormecido de Samuel ao meu lado.
Coloquei meus dedos com delicadeza em seus cabelos e comecei a enrolá-los, cacho por cacho, sendo distraída as vezes quando se mexia e seu abdômen ficava a mostra. Balanço a cabeça tentando ao máximo me controlar para não o acordar.
Meu esforço é em vão, seus braços me envolvem e me apertam de forma desajeitada, tento parecer confortável mas meu esforço não parece convencer a mim mesma que estava tudo bem, era só meu seio apertado contra sua costela, tento sair de seu abraço e o vejo suspirando e seus olhos se abrindo com certa dificuldade.
- Bom dia - digo sorrindo de forma boba - você está bem?
Ele me encara por alguns segundos antes de suspirar de forma profunda enquanto se virava para olhar o teto.
- Nem acredito que aquilo realmente aconteceu...
Será que ele esta...
Arrependido?
Eu sabia que tinha sido a bebida, não foi clima nem sentimento, foi só moment...
Escuto seu sorriso, que me tira do meu breve momento de desespero.
O encaro ainda aflita, seu sorriso iluminado pelos raios de sol e seus olhos fixos no teto, mas não parecia que estava olhando para aquela espessura branca, cheia de tinta respingada.
- As lembranças da noite anterior parecem que não passaram de um sonho, que bom que você está aqui ao meu lado.
Ele se vira para mim novamente e acaricia meu rosto com o polegar, enclino minha cabeça em sua mão e sinto seus dedos explorando meus cabelos.
- Ficaria desesperado, se tudo não tivesse passado de um sonho...
Estou me apaixonando outra vez.
Kamisama tenha misericórdia da minha pobre alma juvenil.
- Não descumpra a promessa... - digo sentindo meus olhos arderem, não queria chorar, mas não posso levantar daqui sem ter certeza que ele não vai embora novamente.
- Não vou, não duvide de mim.
Deito em seu peito e suas mãos me envolvem em um abraço aconchegante e delicado.
- Isabel? - sua voz rouca parece ecoar por todo meu corpo.
- Sim? - levanto e meus olhos se fixam nos dele, um olhar sincero, que eu desejo ver pelo resto da minha vida.
Suas mãos seguram meu rosto e me puxam para selarmos nossos lábios.
Sinto meu corpo estremecer quando o encaro novamente. Sabia o que iria ouvir, meu coração queria com todas as forças que ele dissesse, implorei em silêncio para que ele falasse.
Seu sorriso floresceu antes de dizer as palavras que aqueceriam meu coração:
"Eu te amo, princesa."
