14 de Abril de 1912

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Finalmente o incêndio foi apagado e não houve perdas significativa de combustível ou de mão-de-obra, pois os intendentes logo souberam o que fazer para sanar as necessidades médicas daqueles homens que acabavam por ter crises de tosse.

Uma folga de algumas horas foi dada para todos os homens que trabalharam diretamente na retirada do carvão. Sasuke e Naruto tiveram a sorte de estarem inclusos. Ganharam um almoço especial e puderam dar um passeio breve, depois de se limparem, no convés da terceira classe. Depois de comerem, foram juntos lá para cima e Naruto assobiou ao ver o imenso céu azul claro e as águas calmas do Atlântico Norte sendo cortadas pelo Titanic.

Viu Sasuke se comportar de forma contemplativa, como se visse algo que lhe lembrasse muitas coisas, tomado pelo sentimento da nostalgia. Era como se ele olhasse para o seu antigo lar, um mundo que há tempos não tinha acesso. Naruto pensou em dizer algo, mas desistiu, apenas enroscou seu dedo mindinho no dele, já que estavam em público e ninguém entenderia de maneira positiva as mãos masculinas dadas, e sorriu. Era o dia perfeito para se estar do lado de fora, foi o que pensou pelos minutos que ficou apoiado no alambrado.

Caminharam por um bom tempo do lado de fora, expostos ao sol e aos ventos sutilmente frios, os mindinhos ainda estavam juntos e Sasuke estava sempre atento. Naruto teve a sensação de que tudo o que seu companheiro via era novidade, mas não fazia o menor sentido quando ele já tivera viajado antes - conforme lhe disse. Em dado momento, ao se verem sozinhos no convés e sem ninguém nas partes mais altas do navio, Naruto roubou um beijo de Sasuke, para depois rir muito e sair correndo.

O outro levou certo tempo para entender que era uma brincadeira e que ele participava dela. Naruto sorriu e acenou, chamando-o para aquele pega-pega apaixonado, de modo que Sasuke disparou numa carreira, finalmente sorrindo. Os dois correram pelo Titanic, ora se esbarrando quando um pegava o outro, ora desviando das pessoas e das coisas com muita habilidade, até que voltaram ao setor da tripulação. A brincadeira continuou pelos corredores, que mais parecem um labirinto gigantesco naquela hora, e só parou quando Naruto entrou no quarto e Sasuke o abraçou depois de passar e fechar a porta.

Agora que estavam sozinhos e um pouco ofegantes pelo jogo, não hesitaram em se beijar com clara paixão. Não era preciso dizer coisa alguma, não precisavam afirmar o que um era par ao outro, pois estava claro na forma como eles se olhavam. Aquele beijo era claramente uma declaração de amor, era uma forma sussurrada de que a paixão e o amor eram mútuos e fortes e nenhum dos dois soube quando realmente aquele sentimento doce nasceu. Só pararam quando o abraço já não podia mais deixá-los mais perto um do outro e os rostos estavam corados.

-Unir a você, Naruto. - Sasuke pediu de forma muito humilde, mas com clara expectativa por uma resposta positiva. O outro demonstrou certo receio do significado daquele pedido e ver isso fez Sasuke beijá-lo mais, com mais demora, mais paixão e mais carinho. Gemiam com as bocas coladas. - Deixa eu te fazer meu. - pediu de novo e desta vez, Naruto assentiu.

As bocas se conectaram com vigor de novo de tal forma que Naruto se sentiu arrebatado. Sentiu-se ser empurrado até as grades da beliche se chocarem em suas costas e o corpo de Sasuke lhe impedir de ir para outro lugar, tornando o abraço mais forte e o beijo mais profundo. As mãos do foguista se apressaram em desabotoar a camisa de Sasuke e tirá-la o mais rápido que conseguia, ao passo as do outro desfaziam os nós das calças de Naruto. Logo, estavam deitados na cama inferior da beliche, acomodando-se com calma para evitar que os outros soubessem.

Naruto se viu sendo virado na cama com cuidado enquanto sentia sua calça ser abaixada. Engoliu em seco, ainda com medo do que podia acontecer, afinal nunca tentara sexo daquele jeito, mas ao sentir os toques delicados em sua pele por baixo da camisa, meio frios, mas que conheciam os caminhos do seu corpo, arfou meio ansioso. Acompanhados dos dígitos iam os beijos dos lábios ainda mais frios, um pouco rachados, provocando um arrepio peculiar em Naruto. Gemeu baixo, contorcendo-se entre os braços dele, e o beijou de maneira apaixonada quando o rosto dele se encontrou com o seu numa carícia.

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