17. Festa

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Samantha

Finalmente era sábado e eu sabia que a Ariane estava dando uma festa na casa dela e sabia também que eu não tinha sido convidada, mas olha quem não se importa e está indo para lá? Eu ri de mim mesma enquanto andava na rua em que ela morava e ajeitava meu vestido. Optei por um preto, justo ao corpo que tinha um decote e em vez de botas ou tênis como eu sempre usava, eu coloquei um salto alto também preto. A única coisa que estragava era essa faixa do curativo no meu braço, estava demorando para curar mais do que eu estava acostumada.

Já no início da rua eu podia ouvir a música alta e algumas luzes coloridas que piscavam. A casa dela era bem grande e só pela entrada já se podia ver isso. Ela havia deixado a porta principal aberta e haviam muitos jovens espalhados pelo jardim frontal.

Fui andando, me esquivando das pessoas, para me adentrar e chegar na porta que levava para dentro da casa. Já ali no jardim eu percebi que muitos me olhavam e cochichavam, alguns garotos já bêbados flertavam, mas eu ignorava-os.

Assim que cheguei na porta eu parei e dei uma olhada ao redor. A música estava bem alta e o lugar estava bem cheio. As pessoas dançavam e bebiam. Havia muita movimentação de um lado para o outro.

Não demorou muito para que Ariane me avistasse parada na porta. Leander estava com ela assim como o resto do quarteto. Drew sorriu levantando o copo para mim me comprimentando e eu sorri de volta, ele realmente não contou para ninguém sobre nosso beijo e decidimos manter só na amizade nosso relacionamento.

Ariane me fuzilou com os olhos e percebi que ameaçou vir na minha direção, porém, parou boquiaberta. Vi que Leander também parecia surpreso assim como o Drew também de repente arregalou os olhos e logo todas as pessoas que estavam ali no salão de entrada pararam suas atividades para olhar.

Eu achei estranho, porque a maioria ali já me conhecia, então, eu não entendia o porquê da surpresa.

Foi quando notei que havia alguém parado ao meu lado. A pessoa segurou a minha mão e diferente do esperado eu não senti aquela temperatura quente que normalmente os humanos têm.

— Eu me pergunto se eles estão olhando para você ou para mim. – A voz masculina, nada familiar e com sotaque disse.

Eu olhei para o lado e vi um garoto que aparentava ter um pouco mais de 20 anos. Tinha cabelos castanhos que iam até a altura do queixo, seus olhos eram verdes e sua pele era bem pálida. Ele era tão bonito que até eu fiquei boquiaberta.

— Estou segurando sua mão, porque não fui convidado e assim vão pensar que estamos juntos. – Ele explicou falando quase sussurrando e dando um lindo sorriso.

— Eu também não fui convidada. – Eu finalmente consegui dizer.

— Ótimo. Assim seremos dois penetras. – Ele sorriu novamente e eu voltei a ficar boquiaberta.

Ele tinha um cheiro diferente, mas era delicioso. Não era aquele cheiro de sangue que os humanos têm. Era algo que eu nunca tinha sentido antes e me enlouquecia mais do que aquele perfume do Leander.

Ele começou a adentrar pela casa e me levou com ele segurando a minha mão. Paramos em uma sala que havia se transformado em uma pista de dança em que luzes coloridas foram colocadas para piscar e um globo metálico foi pendurado no centro do teto para fazer com que tudo se refletisse ainda mais. As pessoas pareciam desnorteadas ainda e aos poucos voltavam para as suas atividades.

Ele começou a dançar e o acompanhei tentando não me distrair com o cheiro, mas era impossível evitar cheirar seu pescoço.

— Qual o seu nome? – Ele perguntou.

Vultos [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora