Fred parou o carro de frente a entrada,é um casarão antigo que foi reformado quando Antônio comprou a propriedade,pintada de caramelo,branco e verde,janelas enormes e uma porta dupla reinava na varanda cheia de vasos de plantas.Olhou pra ela e sentiu uma vontade quase incontrolável de beijá-la,estava linda e carente,pensou ele.
-Talvez queira que eu entre,só pra ter certeza de que ficará bem.
-É melhor não,obrigada mas tenho de entrar sozinha,nossa chegada já vai dar o que falar por meses.Fale com Samuel,ele deve saber onde está o seu carro e vai providenciar pra levar esse pra loja.Obrigada pela agradável companhia.
-Agora que a Lana me deixou,estarei sempre disponível.
Riram e se despediram com um leve aperto de mão.Sabrina respirou fundo e entrou,encontrando Michele ajudando Gabriel,seu filho de quatro anos a montar um quebra-cabeça.Ela olhou pra irmã surpresa,se levantou rápido e a abraçou.
-Finalmente,já estava ficando preocupada.
-Como se já não tivesse ficado a noite toda.
Gabriel deu um pulo e logo estava nos braços da tia que sentou no sofá e o colocou no colo sorrindo.
-E essa roupa?
Sabrina sorriu pra si mesma,sorrindo ao se lembrar do quanto tinha sido bom acordar com ele chamando seu nome,parecia estar sorrindo com mel nos lábios.-Ele comprou pra mim e antes que você pergunte,ele pagou a conta do hotel e me levou pra tomar um delicioso café da manhã.Ele é como um sonho,tenho de admitir...pelo menos esta manhã.
-Então a noite de núpcias com o irmão do noivo foi mais do que agradável?
-Não faz brincadeira,isso tudo é como um pesadelo.Ainda estou tentando acordar,mas não consigo.
-Mas acho que ele não está fazendo parte do pesadelo,você voltou até sorrindo.-As duas riram relaxando e Michele sentou ao lado da irmã,dobrando uma das pernas sobre o sofá e deixando uma das mãos repousar nela,ficando de frente pra ela e o filho.-Juro que o mato.
-Tudo bem,eu o mato antes,aliás,onde está a nossa mãe?
-Na varanda,acordou cedo e foi pra lá,disse que está lendo um livro,mas acho que não saiu da mesma página.
-Vovó está triste,você está triste,titia?
-Não meu querido,não estou,por que não vai dar um grande beijo na vovó pra ela ficar feliz?
Gabriel gostou da idéia,pois não gostava de ver a avó em silêncio e saiu correndo.As duas entreolharam e se deram as mãos,sempre foram muito unidas,mesmo com as diferenças que eram bem aparentes e as discussões,que mesmo sendo muitas,eram cheias de amor e preocupações.Se amavam acima de tudo e respeitavam uma a outra.
-Ele te levou pra comprar o vestido e os sapatos?
-Não,ele comprou antes que eu acordasse,você não imagina como ele é,sabe,ele é como um lorde,pronto pra salvar a mocinha da história,como as minhas histórias...Me senti como se não precisasse preocupar com nada,nem com a dor que estava sentindo.Ele sempre estava um passo adiante.
-Isso significa o que?
-Não sei,como assim?
-Parece que você saiu de um sonho e não de um pesadelo.Fizeram algo mais além de dormir?
-É claro que não,ele me respeitou completamente.
Sabrina soltou a mão da irmã recostando no sofá e sorrindo,deliciosamente,se lembrando secretamente o quanto ficara excitada quando ele lhe tirou os sapatos e sentiu um arrependimento de ter dormido tão facilmente.
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Doce vingança
RomantizmVingança boa tem que ser doce como fel,saboreada devagar,friamente quente,dada aos poucos com uma pitada de amor...e ódio,é claro. Vingança boa é pra matar aquela dor de ter sido jogada no lixo,empoeirada pela indiferença. Vingança boa é daquelas qu...