Acordei por volta das onze da manhã, já que havíamos combinado de ir para a praia.
— Bom dia, gente! — Eu disse animada ao sair do quarto.
— Bom dia, Sofi. — Bruna e Sophia responderam juntas.
— Combinaram isso? — Ri, e as duas negaram com a cabeça.
— Ela que é recalcada. — Disse Sophia, e Bruna lançou um olhar de deboche.
— Bom dia, loira. — Gabriel disse, entrando na conversa.
— Então, a gente não vai pra praia? — Neymar perguntou, surgindo na sala.
— Acho melhor nós esperarmos o almoço. — Disse Simone, sempre prática.
[...]
Já estávamos todos na sala, conversando e aguardando o almoço. Eu, Neymar, Bruna e Gabriel conversávamos animadamente sobre a festa da noite anterior.
— Fala aí, doida, não ficou com ninguém ontem? — Bruna me provocou.
— Que eu me lembre, só fiquei com um cara, que nem sei quem é... O pior de tudo é que nem sabia se ele... — comecei a responder, mas Neymar me interrompeu.
— Era homem? — ele soltou uma gargalhada.
— Cala a boca, mané. — Revirei os olhos. — Eu ia dizer que nem sabia se o cara era compromissado, sacou? — Completei.
— Ah, nada a ver. Se ele estivesse compromissado, talvez estivesse beijando a namorada dele, não acha? — Gabriel opinou.
— Você tem certeza que era homem? — Bruna provocou, segurando o riso.
— Vai se foder, Bruna, eu dei uma conferida, né? O cara era todo sarado... — disse eu, distraída, lembrando do beijo da noite passada. Foi então que percebi o relógio e a pulseira no braço de Medina, os mesmos que o cara que eu beijei usava. Será? Se bem que não seria uma má ideia... — Bru, vamos comigo no quarto? Preciso da tua ajuda com uma coisa. — Pisquei para ela disfarçadamente.
— Vamos sim, amiga. — Bruna disse, levantando-se do colo de Neymar e subindo as escadas comigo. — Fala logo o que você quer. — disse ela assim que entramos no quarto.
— Ai, grossa. Eu só ia te contar uma coisa que estava pensando... — Falei, tentando criar suspense.
— Desembucha, vai.
— Acho que eu fiquei com o Medina ontem...
— Meu irmão? — Sophia, que estava escondida atrás da porta, soltou, e eu arregalei os olhos.
— O que tu tá fazendo aqui, Sophia? — Perguntei surpresa.
— Eu ia te chamar pra ir na praia comigo... — Ela respondeu.
— Depois eu vou, tá, pequena? — Disse eu, tentando disfarçar o susto.
— Mas, e aí, por que você acha isso? — Sophia perguntou, agora mais curiosa do que antes.
— Sophia, você não pode contar isso pra ninguém, tá? — Pedi.
— Loira, isso é tão normal. Não precisa se preocupar. — Bruna disse, tentando me tranquilizar.
— Eu sei, mas é constrangedor. — Confessei.
— Mas por que você acha que era ele? — Bruna insistiu.
— Porque o cara que eu beijei tinha um relógio e uma pulseira igualzinho ao que ele usa... E ele cochichou algo no meu ouvido, mas eu nem ouvi direito. — Disse, lembrando dos detalhes.
— E como você sabe que ele tinha relógio e pulseira, maluca? — Bruna riu.
— Eu tinha que saber de algum jeito se era homem ou mulher, tava desesperada, menina! — Respondi, fingindo estar ofendida.
— Olha, Sofi, você combina com o meu irmão, sabia? — Sophia comentou casualmente.
— Não pira, pequena. Eu e ele só somos amigos, é impossível acontecer algo entre a gente. — Eu disse, meio que para me convencer.
— Loira, nunca diga nunca, tá? — Bruna disse com um sorrisinho misterioso.
— Você também, Bruna? — Repreendi.
— Eu já tinha percebido isso, mas não queria te pressionar. — Bruna disse, piscando para mim.
— Ah, quer saber? Vamos descer, que ganhamos bem mais assim. — Disse eu, encerrando a conversa e descendo para a sala com as meninas.
[...]
Depois do almoço, fomos todos para a praia e passamos um bom tempo por lá. Apesar de termos bebido muito na noite anterior, não íamos deixar de beber hoje também. Confesso que estávamos um pouco tontos quando decidimos ir para o mar. Só eu e Gabriel tivemos coragem de enfrentar a água gelada.
— O que achou da festa ontem? — Gabriel perguntou, assim que chegamos a uma parte um pouco mais funda do mar.
— Achei irada, mas me arrependi de algumas coisas que fiz... E você? — Perguntei, testando o terreno.
— Eu tava bem bêbado, só lembro de algumas coisas... — Ele respondeu, sem graça.
Gabriel Medina
Ontem aconteceu uma coisa inusitada. A Sofia me beijou durante o blackout. O Ney teve a ideia para incentivar as pessoas a ficarem umas com as outras. Até que o intuito era bom, mas agora fico confuso se conto para ela que fui eu. E se as coisas mudarem entre a gente? Será que ela acreditaria?
— Loira? — Chamei, indeciso.
— Fala, surfista. — Ela respondeu, olhando para mim.
— E se eu te dissesse que fui eu?
— Como assim? — Ela perguntou, surpresa.
— O cara que você beijou. — Respondi.
— Sai dessa, surfista. Tá falando isso só para ver se rola algo entre a gente, né? — Ela retrucou, mas vi a dúvida em seus olhos.
— Sofia, você pode não acreditar, mas estou dizendo a verdade. E você sabe disso, tá estampado na sua cara. — Disse, sorrindo.
— Eu desconfiei que fosse você... Como você sabe? — Ela perguntou, agora mais séria.
— Porque a garota tinha a mesma roupa, o mesmo corpo, cabelo... E você cochichou algo no meu ouvido, mas eu nem lembro. — Respondi com um sorriso travesso.
— Meu Deus, Gabriel, que vergonha! — Ela disse, escondendo o rosto com as mãos. — Eu só fiz aquilo porque a Bru e o Ney estavam me zoando...
— Vai falar que nunca quis ficar comigo, loira? — Provoquei.
— Tá de sacanagem, surfista? Sai dessa, mané. — Ela riu, e logo começamos uma guerrinha de água, rindo e esquecendo de todo o resto.
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For the love • Gabriel Medina
Fiksi Penggemar"Eu já não acreditava na idéia de almas gêmeas, ou amor à primeira vista. Mas eu estava começando a acreditar que umas poucas vezes em sua vida, se você tiver sorte, você pode encontrar alguém que é exatamente o certo para você. Não porque é perfeit...